Memória viva do samba paulista: Wagner Celestino lança livro sobre a Velha Guarda no Museu Afro Brasil Emanoel Araujo

 Na Semana do Dia Nacional do Samba, Wagner Celestino lança livro sobre a Velha Guarda no Museu Afro Brasil Emanoel Araujo

O evento no dia 6 de dezembro reúne o fotógrafo, pesquisadores e sambistas para o lançamento da obra bilíngue que eterniza a "aristocracia do samba". O livro traz registros históricos de ícones como Seu Nenê (fundador da Nenê de Vila Matilde) e Dona China (eterna porta-bandeira do Vai-Vai e Embaixadora do Samba Paulistano)

São Paulo, dezembro de 2025 – No dia 06 de dezembro (sábado), às 14h30, o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, realiza o lançamento do livro “Wagner Celestino - A Velha Guarda do Samba de São Paulo”. O evento acontece no Teatro Ruth de Souza e contará com uma mesa-redonda seguida de sessão de autógrafos.

A publicação revisita e aprofunda a série fotográfica iniciada por Celestino em 2003 e destaca a nobreza de ícones como Seu Nenê (fundador da Nenê de Vila Matilde) e Dona China (eterna porta-bandeira do Vai-Vai e Embaixadora do Samba Paulistano). Além deles, o volume resgata a contribuição fundamental de baluartes que moldaram a identidade do carnaval de São Paulo:

  • Carlão do Peruche: Fundador da Unidos do Peruche e líder político decisivo ("Cardeal do Samba") para a oficialização dos desfiles na cidade;
  • Dona Olímpia: Matriarca e autoridade moral que simboliza a força feminina e ancestral da comunidade do Bixiga (Vai-Vai);
  • Toniquinho Batuqueiro: Compositor refinado que serviu de elo entre o samba rural do interior e a metrópole, autor do primeiro enredo da Rosas de Ouro;
  • Mestre Divino: Lenda viva das baterias (Camisa Verde e Branco), reverenciado por sua disciplina técnica e cadência.
  • Sugestão de aspas: A obra é o registro fotográfico de 20 pioneiros do carnaval paulista, capturados em preto e branco. Para o fotógrafo Wagner Celestino, a série tem uma missão clara: “No meu trabalho procuro trazer a dignidade do povo preto”. Ao focar na Velha Guarda, a publicação atua como um documento de preservação da memória.

    Para celebrar o lançamento, o museu promove um encontro entre gerações e saberes. A mesa-redonda reunirá:

    • Wagner Celestino: Autor e fotógrafo, cuja obra reconfigura os modos de ver a presença negra em São Paulo.
    • Dona Laura (Laurinha): Uma das retratadas no livro, Presidente da Embaixada do Samba e figura central da Nenê de Vila Matilde.
    • Ruy Souza e Silva: Colecionador e responsável pelo texto de apresentação da obra.
    • Claudinei Roberto da Silva: Curador e responsável pela entrevista inédita com o autor incluída no livro.
    • Rafael Galante: Pesquisador que colaborou na atualização histórica e biográfica dos sambistas.
    • Paulo Otávio: Designer responsável pelo projeto gráfico da publicação.

    O evento também aguarda a presença de familiares dos sambistas já falecidos e de outros retratados aguardando confirmação. 





O livro

Com 140 páginas e edição bilíngue (português/inglês), o livro não é apenas um registro fisionômico. Segundo a apresentação curatorial, ao mirar a Velha Guarda, Wagner Celestino constrói um repertório de imagens que devolve a dignidade e a centralidade a esses mestres, muitas vezes retratados historicamente sem a devida honraria. A obra conta com textos de apresentação de Marília Marton - Secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativas -, além de ensaio das curadoras Ariana Nuala e Rosa Couto. O projeto foi viabilizado através da Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio de Souza e Silva & Associados.

Wagner Celestino (São Paulo, 1952): Fotógrafo autodidata e artista visual, nascido na Vila Matilde, zona leste de São Paulo. Com uma carreira dedicada à documentação da memória afro-brasileira, Celestino é reconhecido por seu olhar sensível sobre o samba paulistano, especialmente ao retratar as "Velhas Guardas" das escolas de samba. Sua obra se destaca pelo uso predominante do preto e branco, conferindo uma aura de nobreza e atemporalidade aos seus retratados, que ele define como a "aristocracia negra" da cultura popular. Seu trabalho vai além do registro documental; é uma ferramenta de preservação da identidade, dignidade e história da população negra em São Paulo. Possui obras importantes no acervo do Museu Afro Brasil Emanoel Araujo.

Serviço

Lançamento do livro: “Wagner Celestino - A Velha Guarda do Samba de São Paulo” 

Valor: R$ 80, depois do lançamento R$ 120.

Data: 6 de dezembro (sábado) 

Horário: 14h30 

Local: Teatro Ruth de Souza – Museu Afro Brasil Emanoel Araujo 

Endereço: Parque Ibirapuera, Portão 10 (Av. Pedro Álvares Cabral, s/n – São Paulo/SP) 

Programação: Mesa-redonda e sessão de autógrafos. 

Entrada: Gratuita

Sobre o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo

O Museu Afro Brasil Emanoel Araujo é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo administrada pela Associação Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura. Inaugurado em 2004, a partir da coleção particular do seu fundador, Emanoel Araujo (1940-2022), o museu é um espaço de história, memória e arte. Localizado no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, dentro do mais famoso parque de São Paulo, o Parque Ibirapuera, o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo conserva, em cerca de 12 mil m², um acervo museológico com mais de 8 mil obras, apresentando diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiro e abordando temas como religiosidade, arte e história, a partir das contribuições da população negra para a construção da sociedade brasileira e da cultura nacional. O museu exibe parte deste acervo na exposição de longa duração e realiza exposições temporárias.







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