Luísa Sonza, dia 2 de novembro, no palco do Qualistage
Luísa
Sonza se prepara para lançar seu terceiro disco, Escândalo Íntimo. Composto por
24 faixas, o álbum visual representa o processo de psicanálise pelos seus
sonhos mais sombrios e é o trabalho mais ousado da artista.
Por Fernanda Catania (Foquinha)
3h da
manhã. Luísa Sonza está em frente à primeira escola em que estudou, em
Tuparendi, Rio Grande do Sul. Ela está sozinha, assustada, machucada e em
posição fetal. O dia vai clareando, Luísa desperta e veste sua capa superprotetora
do pop, ganhando forças para se erguer e caminhar em direção ao Sol. Mas é só a
noite se aproximar novamente para a respiração falhar, a visão embaçar e Luísa
tropeçar em seu próprio medo, que a faz cair do abismo, voltando para aquele
lugar cinza, vazio, escuro. Esse foi um dos pesadelos que guiaram Luísa Sonza a
Escândalo Íntimo, seu terceiro álbum de estúdio. “Uma viagem ao meu
subconsciente”, como define a própria.
3h da
manhã. Luísa Sonza está em frente à primeira escola em que estudou, em Tuparendi,
Rio Grande do Sul. Ela está sozinha, assustada, machucada e em posição fetal. O
dia vai clareando, Luísa desperta e veste sua capa superprotetora do pop,
ganhando forças para se erguer e caminhar em direção ao Sol. Mas é só a noite
se aproximar novamente para a respiração falhar, a visão embaçar e
Luísa
tropeçar em seu próprio medo, que a faz cair do abismo, voltando para aquele
lugar cinza, vazio, escuro. Esse foi um dos pesadelos que guiaram Luísa Sonza
a Escândalo Íntimo, seu terceiro álbum de estúdio. “Uma viagem ao
meu subconsciente”, como define a própria. Das 24 faixas, apenas 18
estarão disponíveis no dia 29 de agosto, data marcada para a estreia do álbum.
As restantes serão desbloqueadas aos poucos, assim como os visuais, que,
juntos, fazem parte de um curta-metragem. A primeira apresentação ao vivo
acontece no palco The Town, em São Paulo, no dia 3 de setembro.
A cantora
deu início ao projeto logo após encerrar a aclamada era Doce22, no
final do ano passado. A ideia era que o novo álbum descrevesse todas as fases
de um relacionamento amoroso, do início ao fim. Mas, ironicamente, no melhor
momento de sua carreira, Luísa viveu um dos períodos mais difíceis de sua saúde
mental. Pensamentos de autossabotagem, crises de pânico, sonhos sombrios. Foi
então que a cantora desabafou com seu parceiro Flávio Verne, coreógrafo e
Diretor Criativo.
“Desde que
aconteceu aquela onda de hate, na época de Doce22, Luísa nunca teve tempo para
cuidar de si mesma e de sua saúde mental. Então, ela começou a compartilhar
comigo os seus pesadelos. E pensamos: ‘por que não colocar esses pesadelos e
angústias para fora em forma de arte?’”, contou Verne.
Com
auxílio da artista plástica e psicanalista Nathalie Nery, Luísa mergulhou em um
processo de psicanálise e interpretação de seus sonhos, e entendeu que as
letras que estava escrevendo não falavam sobre outras pessoas, e sim sobre ela
mesma, assim como acontece no campo dos sonhos.
A partir
daí, iniciou-se uma busca por referências que se conectassem com essa viagem
surrealista. Foi assim, por exemplo, que Luísa descobriu o trabalho
contemporâneo da artista russa Olga Fedorova, que assina a arte de capa e
contracapa do álbum.
Outras
fontes de inspiração foram filmes de terror como Pearl, Maus
Hábitos, Kill Bill, e Midsommar. Referências
captadas com clareza na faixa Campo de Morango, lançada no
último dia 15, e que, em menos de 24 horas, alcançou 1 milhão de views no
Youtube e mais de 1 milhão de streams no Spotify.
Com apenas
1 minuto e 16 segundos de duração e uma velocidade de 150BPM com graves
distorcidos, Luísa canta sobre sexo em uma cama manchada pelo suco dos
morangos. A faixa ousada foi estrategicamente escolhida para ser o primeiro
single, justamente para chocar.
Já o
segundo single, Principalmente me sinto arrasada, foi lançado
no último dia 23. Como um contraponto ao lead single, a faixa
mostra toda a criatividade e diversidade artística de Luísa Sonza, ao
representar uma crise de ansiedade. Durante os quase 3 minutos de duração,
foram captadas todas as sensações e suas nuances, como o estresse e raiva, a
melancolia e a euforia. “Essa foi a melhor maneira que eu encontrei de traduzir
como o meu cérebro funciona”, explicou Luísa.
Principalmente
me sinto arrasada explicita
a maturidade musical do álbum e vem praticamente como uma resposta às críticas
sobre a velocidade e a possível superficialidade de Campo de Morango.
Afinal, como em todo bom filme, o plot twist é o elemento principal.
E Escândalo
Íntimo é um filme, um álbum visual, que vai contar uma história de
amor que se entrelaça com a jornada de amadurecimento de Luísa. “As faixas
acabaram se tornando trilhas sonoras para os filmes da minha cabeça”, contou.
Com
direção de Diego Fraga, o filme acompanha a artista pop Luísa Sonza que, aos
poucos, vai se despindo da armadura que a protegeu durante todos esses anos,
para entrar no local mais frágil e
sombrio
que poderia explorar: o seu subconsciente. Inevitavelmente, essa viagem a leva
ao seu passado, no interior do Rio Grande do Sul. Não à toa, o local onde se
passam os visuais é uma fazenda, localizada em Santana de Parnaíba, São Paulo.
É lá onde tudo acontece.
Não só o
visual é nostálgico, como o musical também. Entre as referências, estão o pop e
rock nacional dos anos 80 e 90, ritmos regionais gaúchos, como a Milonga, o
sertanejo raiz, o samba e a bossa nova. Claro que o funk e o pop também estão
lá, mas de um jeito mais maduro, com uma camada mais industrial e elementos de
hyperpop, entre outros subgêneros da música pop.
Além de
Douglas Moda, Diretor Musical e parceiro de Luísa desde Doce22, a
produção contou com um reforço de peso diretamente de Los Angeles, como Roy
Lenzo, produtor de álbuns como Montero, de Lil Nas X, e Tommy
Brown, que já produziu hits de artistas como Ariana Grande, Justin
Bieber e Blackpink.
“Eu e
Luísa estávamos na missão de não repetir a fórmula de Doce22, que foi um
sucesso. Então, eu estava na busca de uma sonoridade mais atual, mais madura.
Foi aí que procuramos Roy e Tommy, produtores que já tínhamos feito contato em
outro momento nos EUA”, contou Douglas. O resultado? “Foi mágico! A produção foi
totalmente colaborativa e tanto Roy quanto Tommy fizeram a gente se sentir em
casa. Eles somaram demais e dá pra perceber na sonoridade do disco, que é bem
diferente”.
Mais uma
vez, Luísa Sonza assina a composição de todas as faixas, junto a outros
compositores. E, se Doce22 era dividido entre Lado A e Lado B,
a tracklist de Escândalo Íntimo se reparte em quatro blocos
que representam os principais estágios de um relacionamento: paixão, amor,
decepção e superação. A introdução, que leva o nome do álbum, abre com um
instrumental à la Tarantino, antecipando o caos sangrento que vem aí.
Quem
abre Escândalo Íntimo é aquela Luísa Sonza que já conhecemos:
sexy, ousada, empoderada, dona do controle. As músicas do primeiro bloco são dançantes
e velozes, como Carnificina, faixa inspirada pelo hyperpop. A
Dona Aranha traz a mistura do português e inglês, e brinca com o
clássico infantil, enquanto fala de uma paixão descartável.
Mostrando
que segue totalmente conectada com seus fãs, a faixa surgiu após os Sonzers
teorizarem o motivo da nova tatuagem da cantora, uma aranha no antebraço, feita
em Los Angeles.
Começamos
a sacar a versatilidade musical do álbum com o suingue e balanço de Luísa
Manequim, que, como o próprio título já entrega, conta com o sample de
Abílio Manoel, de 1972.
A
divertida Bêbada Favorita é aquele clássico: “a cachaça entra
e a verdade sai”. A faixa mistura pop, sertanejo e samba, e o feat com Maiara
e Maraisa é a cereja do bolo!
O segundo
bloco representa o amor. Começando com Romance em Cena, um feat
poderoso com a cantora mineira Marina Sena, e a já conhecida Campo
de Morango.
Surreal é um R&B sensual que conta
com a colaboração de Baco Exu Do Blues. Se Hotel Caro,
parceria dos artistas lançada em 2022, retratava o fim de um
relacionamento, Surreal exprime o amor em sua forma mais
intensa.
Impossível
não notar referências a artistas como Cazuza, Marina Lima, Rita Lee, e Cássia
Eller, nas faixas seguintes, que são as mais românticas do disco: Iguaria e Chico -
a segunda, uma alusão óbvia ao atual namorado de Luísa, Chico Veiga. Inclusive,
nas redes sociais, a cantora “agradeceu” pelo namoro, já que deu luz ao bloco
mais positivo e romântico do álbum - e o último a ser concluído.
O clima
fofinho é logo quebrado por Sagrado Profano, um feat com KayBlack,
nome em ascensão na cena do rap nacional.
A faixa dá
o tom ao terceiro bloco, que retrata o momento mais pesado de uma relação. É
também o bloco mais diverso do disco. Entre as faixas, está La
Muerte, cantada inteiramente espanhol, com um toque de pagode baiano.
O samba invade O Amor Tem Dessas (e é melhor assim), que conta com
uma citação de “Você Me vira a cabeça (Me Tira do Sério)”, de Alcione. Onde
é que Deu errado? é para rasgar o coração, no estilo “melhor sozinha
:-)-:”.
Falando
nisso, Penhasco 2 é um dos pontos altos de todo o disco. O
título já evidencia que essa vai emocionar. E emociona. Não só por sua
composição e intensidade musical, mas por simplesmente ser um feat com artista
da Universal Music Publishing Demi Lovato, potencializando ainda
mais os agudos do refrão. É a primeira vez que a artista norte-americana canta
versos totalmente em português - e surpreende pelo sotaque perfeito.
Outra
Vez amolece o
coração ao parecer que saiu diretamente de uma novela dos anos 80.
Principalmente me sinto arrasada, como já mencionado, representa
uma crise de ansiedade, mas termina com Luísa superando a situação e se
levantando sozinha, rumo ao último bloco.
Ana Maria é um feat gostoso com a cantora
pernambucana Duda Beat, e uma homenagem a algumas alegrias do povo
brasileiro: “Vanessa da Mata e Ana Maria Braga passando na TV”. Mais uma
homenagem aparece em Lança Menina. Dessa vez, para a eterna Rainha
do Rock, e ídolo de Luísa, Rita Lee.
Em Não
Sou Demais, Luísa assume que foi ela quem cavou o seu próprio abismo, e
finaliza cantando You Don’t Know Me, de Caetano Veloso, uma
versão do álbum Transa, de 1972. “Você não me conhece e talvez seja
melhor você não me conhecer”.
Escândalo
Íntimo talvez seja o maior escândalo de Luísa Sonza.
Luísa
Sonza
Dia 2 de
novembro - sábado
Às
22h
A casa
abre às 20h
Qualistage
Endereço: Av.
Ayrton Senna, 3000 - Barra da Tijuca, RJ / Shopping Via Parque
Ingressos: https://qualistage.com.br/luisa-sonza
A partir
de R$ 70,00
Bilheteria
Oficial: Shopping Via Parque - Av. Ayrton Senna, 3000 - Barra da Tijuca,
RJ
- Aberto
de: Segunda a Sábado das 11h às 20h / Domingo e Feriados das 13h às 20h
Em dias de
shows o horário de atendimento sofre alterações. Confira a
programação do local.
Capacidade:
9 mil pessoas em pé ou 3.500 sentadas
O espaço
possui acessibilidade.
Classificação
etária: confira a programação
A casa
segue os protocolos de segurança, como disponibilizar álcool em gel. O local é
periodicamente higienizado.
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