(29/09)Hamlet-ex-Máquina, do 42 Coletivo Teatral, faz últimas apresentações no Teatro de Arena Eugênio Kusnet
HAMLET-EX-MÁQUINA | TEATRO DE ARENA EUGÊNIO KUSNET
Hamlet-ex-Máquina, do 42 Coletivo Teatral, faz últimas apresentações no Teatro de Arena Eugênio Kusnet
Dirigida por Érika Bodstein, a peça traz dois clássicos: "Hamlet", de William Shakespeare (1601) e "Die Hamletmaschine" (Hamlet-Máquina), de Heiner Müller (1977), mesclando com o Brasil de 2024.
Cena de Hamlet-ex-Máquina - Foto Jennifer Glass
O espetáculo Hamlet-ex-Máquina termina sua temporada dia 29 de setembro de 2024 no Teatro de Arena Eugênio Kusnet (Rua Teodoro Baima, 94, Vila Buarque, São Paulo, SP). A peça tem direção de Érika Bodstein e traz dois clássicos - "Hamlet", de William Shakespeare (1601) e "Die Hamletmaschine" (Hamlet-máquina), de Heiner Müller (1977), acrescido com o contexto de um Brasil em 2024.
A montagem, realizada pelo 42 Coletivo Teatral, recebeu três indicações (Melhor Arquitetura Cênica, Melhor Trilha Sonora e Melhor Elenco) no VI Prêmio Aplauso Brasil de Teatro, em 2018. Estão em cena os atores Angelina Trevisan, Augusto Pompeu, David Amâncio, Edu Bodstein, Mariana Moura, Marun Reis, Pamella Bravo, Valdir Rivaben, Valéria Marchi e Titzi Oliveira.
Esta temporada, que inclui a gravação de um documentário (que conta todo o processo da criação do espetáculo e as dinâmicas artísticas vivenciadas), foi contemplada pelo Programa FUNARTE de Apoio a Ações Continuadas de Grupos e Coletivos e com apoio da FUNARTE São Paulo. Também inclui o Evento Fauzianas – Roda de conversa com a leitura dramática de trechos de peças da obra de Fauzi Arap. São elas: 20/08 – A Vida é um Moinho; 27/08 – Um Ponto de Luz; 03/09 – Às Margens da Ipiranga; 10/09 – Maloca e 24/09 – Risco e Paixão.
SOBRE O ESPETÁCULO: Hamlet-ex-Máquina
Müller, Shakespeare, coralidades, polifonías, antropofagia - O espetáculo “Hamlet-ex-Máquina” é uma montagem teatral idealizada e adaptada por Érika Bodstein, que também assina a encenação. Resultado de uma pesquisa de linguagem cênica realizada desde 2011, a peça surge em diálogo com estudos sobre as imbricações entre arte e vida, a partir do encontro do coletivo com as obras de Fauzi Arap e das reflexões propostas pela diretora. Érika Bodstein concentrou suas pesquisas acadêmicas, compartilhadas com o coletivo, em estudos sobre o Théâtre du Soleil, uma referência para a trupe, especialmente nos modos de gestão.
A peça trabalha com coralidades e polifonias, utilizando camadas linguísticas, e reconta, a partir de trechos do fragmento “Die Hamletmaschine” de Heiner Müller e de cenas do “Hamlet” de William Shakespeare, a história de homens e mulheres que vivem suas angústias, dúvidas e medos em uma sociedade automatizada e sufocada entre Grandes Guerras, guerras locais, ditaduras e fascismos. A combinação do olhar de Müller com as palavras de Shakespeare se soma à irreverência crítica que a encenação brasileira traz à obra, inspirada na montagem de Zé Celso em “Ham-let” (1993), na qual a diretora e a atriz Valéria Marchi se envolveram como artistas-espectadoras de muitos ensaios e apresentações. "Somos todos herdeiros do Arena, Oficina e do Opinião", afirma Bodstein.
A encenação de Érika Bodstein oferece ao público uma possibilidade de fruição e experimentação da polifonia da peça, marcando o ritmo do espetáculo com música brasileira performatizada ao vivo, no lugar do pentâmetro iâmbico shakespeariano.
Cenas, línguas, vozes, gritos, o espanto no Brasil - As cenas, em sua maior parte faladas em português, aventuram-se em mais três outras línguas (alemão, inglês e espanhol), e o que poderia ser uma barreira para a compreensão torna-se, na verdade, o grande trunfo do espetáculo. O entendimento se dá por outras vias, pela língua do que é estritamente humano: os afetos e as emoções. O Coletivo dialoga com uma questão henermülleriana: o teatro comunica independentemente de língua ou linguagem?
O uso das diferentes línguas constrói momentos cênicos sublimes, extremamente potentes, belos e poéticos. Essas cenas, ao contrário das expectativas, tornam-se absolutamente compreensíveis, provocando no espectador uma empatia que nasce do reconhecimento de si mesmo na cena, na dor e na emoção do outro, espelhados nas circunstâncias dos personagens que são, em alguma medida, as suas próprias circunstâncias. As diferentes línguas são diferentes vozes, sons, passaportes para acessar as emoções e circunstâncias que compõem as cenas.
A encenação busca colocar no palco o “espanto”, como diz Ingrid Koudela em seu livro *O Espanto no Teatro de Heiner Müller* (2003), que a obra contundente de Müller nos traz e nos provoca nos dias atuais.
SOBRE O 42 COLETIVO TEATRAL
O 42 Coletivo Teatral é formado por um grupo de artistas reunidos desde 2011 a convite da diretora Érika Bodstein, artista com pesquisa dedicada às imbricações arte-vida, às obras de William Shakespeare e ao Théâtre du Soleil, em diálogo com a realidade brasileira. O grupo é vinculado à Capadócia Produções Culturais, produtora com sede em São Paulo que apresenta espetáculos e realiza suas ações culturais e educativas.
A nova temporada de Hamlet-ex-Máquina integra o projeto Casa 42 - Preservação da Memória Cultural, espetáculos e vivências artísticas para crianças, jovens e adultos.
SOBRE ERIKA BODSTEIN
Diretora e fundadora da Escola Livre de Artes, diretora de teatro e cinema, e pesquisadora junto ao Departamento de Letras Modernas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Formada atriz pela Escola de Arte Dramática (EAD/ ECA/ USP, 1993), é Bacharela em Letras (português-alemão/ FFLCH/USP, 2014), Mestra em Letras (FFLCH/ USP, 2017) e em Artes (PPGAC/UFBA, 2017) e Doutora em Letras (FFLCH/USP, 2024). Dirige o 42 Coletivo Teatral - espetáculos Hamlet-ex-máquina (2017) e Maria Borralheira (Prêmio Zé Renato, 2016) e é cofundadora da Capadócia Produções Culturais (2014).
Atua também como escritora nas áreas de Teatro e Literatura com ênfase em William Shakespeare e Théâtre du Soleil, tendo organizado junto de Valéria Marchi a Antologia Poesia Mabel (Intermeios, 2013). Pesquisa as imbricações arte-vida. É membro fundadora do GREAT – Grupo de Estudos de Adaptação e Tradução (FFLCH/ USP/ CNPq). É fundadora da Escola Livre de Artes, além de ser coordenadora e professora na mesma escola.
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SINOPSE
Montagem encenada e adaptada por Érika Bodstein a partir da obra "Die Hamletmaschine" (Hamlet-máquina) de Heiner Müller e "Hamlet" de William Shakespeare. O espetáculo passa pela performance experimental com cenas faladas em quatro línguas diferentes. A encenação se passa em um bunker, um espaço de resistência para a vida e o teatro. Lá personagens e atores sobrevivem às grandes catástrofes que percorrem as histórias e mundos de Shakespeare, Müller e do Brasil. A peça fala sobre a capacidade humana de se transformar diante de nossas tragédias diárias. Hamlet usa da arte para lutar contra esse "algo de podre" que existe no "reino da Dinamarca". A peça traz um novo Hamlet, que está para além da máquina cartesiana e para além do lugar romântico shakespeareano. Homens e mulheres (hamletianos) não são mais números na engrenagem do sistema, ao contrário, procuram a sensibilidade e a arte, de modo integrativo e sistêmico como forma de promover reflexões sobre a vida e a condição do homem no mundo contemporâneo do século 21. Hamlet-ex-Máquina é um espetáculo atual sobre um conturbado, dinâmico e caótico mundo de 2024.
FICHA TÉCNICA
Encenação e Adaptação: Érika Bodstein
Elenco: Angelina Trevisan, Augusto Pompeu, David Amâncio, Edu Bodstein, Mariana Moura, Marun Reis, Pamella Bravo, Valdir Rivaben, Valéria Marchi e Titzi Oliveira
Cenografia: Celso Rorato e Fernando Passetti
Músicos: Neném Menezes e Wilson Feitosa
Composições e Arranjos: (Entrada Marchinha): Bruno Torrano e Adriano Salhab; Neném Menezes e Will Santana - trilha ao vivo
Trajes de Cena: Adna Costa e Paula Baraldi
Iluminação: Érika Bodstein, Martin Müller Anselment e Augusto Ruy Machado
Técnicos: Emerson Celestino de Souza e Reynaldo Thomas
Operadores: Carolina Cavalcante, David Amâncio, Leandro Merlin
Estagiário: Nath Martins
Produção: 42 Coletivo Teatral e Capadócia Produções Culturais
Realização: Capadócia Produções Culturais
SERVIÇO
HAMLET-EX-MÁQUINA, com o 42 Coletivo Teatral
Data: Até 29 de setembro de 2024
Horários: Sextas, sábados e domingos às 19h
Matinês: Sábados e Domingos às 15h (exceção dias 21 e 22/09)
Local: Teatro de Arena Eugênio Kusnet - Rua Teodoro Baima, 94, Vila Buarque, São Paulo, SP
Ingressos: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia)
https://www.sympla.com.br/
Classificação indicativa: 16 anos | Duração: 60 minutos
Informações à imprensa:
Capadócia Produções Culturais
Valéria Marchi - 11 99945-4192 valeria.c.marchi@gmail.com
42 Coletivo Teatral - 11 97577-4695 42coletivo@gmail.com
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