[TEATRO/CURTA TEMPORADA]: Espetáculo para toda família, "De Mãos Dadas Com Minha Irmã" reestreia conto de heroína Iorubá no Sesc Belenzinho

 

Espetáculo para toda família, "De Mãos Dadas Com Minha Irmã" 

reestreia conto de heroína Iorubá no Sesc Belenzinho 

Fábula narrada por Léa Garcia volta às apresentações onde atriz, cenário e personagens interagem por meio de projeções



(Foto da Mariana Ser)

Com sessões especiais no carnaval, reestreia dia 10 de fevereiro o espetáculo infanto-juvenil "De mãos Dadas Com Minha Irmã", em curta temporada, no Sesc Belenzinho. O espetáculo, com a narração da atriz Léa Garcia (1933 - 2023), conta uma fábula inspirada na Orixá Obá, que dá nome à heroína da história, cuja missão é recuperar a memória e salvar seu povo de uma seca.

No carnaval, as apresentações ocorrem de sábado a terça, entre os dias 10 e 13 de fevereiro; 

depois volta no sábado e domingo seguinte, dias 17 e 18 e encerra a temporada com as sessões no sábado e domingo, dias 24 e 25.

Trata-se de uma história sobre irmandade feminina dirigida por Aysha Nascimento, escrita por Lucelia Sergio e com produção da Cia. Os Crespos. 



(Foto da Mariana Ser)


Com montagem que propõe uma interação entre o teatro e o audiovisual, a Cia. Os Crespos aposta em uma pesquisa de linguagem cheia de tecnologia. Lucelia Sergio é a única atriz em cena e interage com os cenários e personagens animadas, como em um “game” projetado em telas no palco.

Trata-se de uma história sobre irmandade feminina dirigida por Aysha Nascimento, escrita por Lucelia Sergio e com produção da Cia. Os Crespos.


(Foto da Mariana Ser)


Gestado desde meados de 2018, a peça, segundo Lucelia Sergio, representa um marco nos 19 anos de trajetória d'Os Crespos - companhia de teatro que fundou em parceria com o ator Sidney Santiago Kuanza e diversos outros artistas em 2005, quando frequentavam a Escola de Arte Dramática da USP. Após a Cia voltar-se por dois anos ao audiovisual, devido ao período da pandemia, Lucelia retoma as temporadas de estreia nos palcos de São Paulo.

"Estamos com sede de palco. Esse flerte com o audiovisual foi fundamental para esse retorno, através de um espetáculo multilinguagens, com teatro, dança, música e vídeo", afirma Lucelia Sergio, que dirigiu ao lado de Cibele Appes o curta-metragem da companhia, "Dois Garotos que se Afastaram Demais do Sol" (2021), vencedor do prêmio do Júri de "Melhor Curta-Metragem" do 29º Festival Mix Brasil. 


Para "De Mãos Dadas com Minha Irmã"a companhia aposta em projeções mapeadas de cenários e personagens virtuais que contracenam com Lucelia no palco, para dialogar com crianças e jovens. A direção musical fica por conta de Beth Beli, do Bloco afro Ilú Obá de Min e conta com as vozes de Ailton Graça, Fabiana Cozza, Alzira Espíndola, Lenna Bahule entre outros, para as canções e personagens animadas. Léa Garcia, referência para artistas negras e negros, que nos deixou em agosto deste ano, dá voz à narradora da peça e fará sua estreia póstuma através de personagem virtual criada para a atriz. 



(Foto da Mariana Ser)



Sobre o processo criativo


“Não é à toa que a pessoa tem os olhos voltados para fora, enxergar por dentro  exige outra compreensão", trecho de aforismo das sabedorias de terreiro.


As ilustrações são criadas de forma autoral para o espetáculo, assim como  a dramaturgia e a música, que partem de contos e ritmos afro-brasileiros para narrar a trajetória de uma heroína negra.

O nome do espetáculo parte de um capítulo do livro “Ensinando a Transgredir” da escritora estadunidense bell hooks e busca valorizar conceitos de matrilinearidade  e de irmandade entre mulheres. O espetáculo se nutre da filosofia iorubá dos povos nagô, para  a qual as águas representam a feminina. E é a partir desta ideia que a dramaturgia  traça um paralelo entre um mundo devastado pela seca e a desvalorização das mulheres em nossa sociedade. 


Há vinte anos temos a lei 10673/03, que institui a obrigatoriedade do ensino da história afro-brasileira nas escolas, e ainda encontramos muitas barreiras para sua real aplicação. Para nós é urgente não só contar as nossas histórias, mas entender as filosofias que balizam a cultura negra no Brasil, preservando nossas memórias. Ainda hoje é um trabalho quase arqueológico falar sobre nós mesmos, mas esperamos que os jovens e crianças de agora possam ter outras oportunidades.” Afirma Lucelia  



Sinopse
Obá é uma heroína que sai de sua terra com a missão de salvar seu povo de uma  terrível seca. Longe da sua gente ela perde a memória e tudo o que sabe sobre si é o pouco que lhe contam. Ela terá de entrar no fundo da floresta das feiticeiras ancestrais para encontrar água e reencontrar sua identidade. Mas, para salvar a si mesma e ao seu povo, Obá terá de escutar todas as águas do universo.


Serviço  

“De mãos dadas com minha irmã”  

Com a Cia Os Crespos 

 

Reestreia 10 de Fevereiro de 2024, às 12h no Sesc Belenzinho 


Especial de carnaval: dias 10, 11, 12 e 13/02, às 12h

Temporada até 25 de fevereiro 

 

Sábados, domingos e feriados, às 12h |  

 

Ingressos: R$ 10 (credencial plena), R$ 15 (meia entrada) e R$ 30 (inteira) 

 

Crianças até 12 anos não pagam 

 

Duração: 80 min | Classificação Livre  

 

SESC BELENZINHO  

Endereço: Rua Padre Adelino, 1000.  

Belenzinho – São Paulo (SP)  

Telefone: (11) 2076-9700  

Sescsp.org.br/Belenzinho 

 

Estacionamento  

De terça a sábado, das 9h às 21h. Domingos e feriados, das 9h às 18h.  

Valores: Credenciados plenos do Sesc: R$ 5,50 a primeira hora e R$ 2,00 por hora adicional. Não credenciados no Sesc: R$ 12,00 a primeira hora e R$ 3,00 por hora adicional.  


Transporte Público 

Metrô Belém (550m) | Estação Tatuapé (1400m) 


Ficha técnica
Criação e produção - Cia Os Crespos

Direção - Aysha Nascimento

Direção Visual - Lucelia Sergio

Direção Musical - Beth Beli

Dispositivo Cênico - Lucelia Sergio e Ramon Zago

Dramaturgia e Roteiro de vídeo - Lucelia Sergio

Narração - Léa Garcia

Atriz - Lucelia Sergio

Dançarinas - Jazu Weda e Brenda Regio

Trilha sonora - Beth Beli, Dani Nega e Teo Ponciano

Elenco em Voz Off - Ailton Graça, Ayô Tupinambá, Aysha Nascimento, Alzira Espíndola, Dirce Thomaz, Fabiana Cozza, Flávio Rodrigues, Negra Rosa, e Rafael Ferro.

Instrumentos - Griot Toumani Kouyaté (Korá), Matheus Crippa,  Ilú Obá de Mim - Adriana Aragão, Nenê Cintra, Adriana Quedas, Mônica Mendes, Talita Beltrame, Thaíssa Barbosa, Giselle de Paula, Ariane Carmo, Bárbara Magalhanis e Diana Maria.

Cantoras - Lenna Bahule, Matheus Crippa, Adriana Moreira, Jéssica Gaspar, Sara Hana, Negra Rosa, Janaína Cunha, Beth Beli, Adriana Aragão e Lucelia Sergio

Composições - Lucelia Sergio e Lenna Bahule

Desenho de som - Viviane Barbosa 

Captação Sonora - Dani Nega, Maurício Caetano, Henrique Leoni e Teo Ponciano

Mixagem - Maurício Caetano e André Papi

Iluminação - Wagner Pinto e Gabriel Greghi

Personagens e Cenários em vídeo -  Nirvana Santos, Alexandre Brejão, Ramon Zago e Felipe Domingos

Animação -  Ramon Zago, Nirvana Santos e Felipe Domingos

Edição de vídeo - Ramon Zago

Consultoria de Arte - Telumi Hellen

Figurinos e Adereços - Tairone Porto e Guilherme Santti

Jóias - Ojire Art

Costureiras - Diamu Fallow Diop (Mama Nossa Cultura), Larissa Alves, Valéria Zago, Edna Moreira e Enrique Casas

Cenografia - Wanderley Wagner

Cenotécnicos - Fernando Zimolo, Joaquim Francisco, Tatiane Peixoto

Maquiagem - Guilherme Santti e Tasia de Paula

Fotografia - Isabel Praxedes e Mariana Ser

Dramaturgismo e assistência de direção primeira etapa - Willi Versi

Orientação Teórica - Onisajé

Palestrantes - Katiuscia Ribeiro e Aza Njeri

Preparação Corporal e coreografias - Janette Santiago 

Preparação Corporal primeira etapa - Tainara Cerqueira e Luciane Ramos

Apoio de cena primeira etapa - Niara Ngozi

Preparação Vocal - Raniere Guerra

Operação Som - Mau Caetano e Lana Scott

Operação Luz - Felipe Thaça e Bruna Tovian

Operação de Vídeo - Ramon Zago

Contrarregragem - Joaquim Francisco 

Direção de Produção - Rafael Ferro e Lucelia Sergio

Produção - Alencar Francisco, Mariana Mollys, Rafael Ferro e Ramon Zago

Designer - Bruno Marcitelli

Assessoria - Pedro Madeira e Rafael Ferro


Agradecimentos

Teatro de Container, Cia Mungunzá, Cia Os Inventivos, Teatro Ruth Escobar e à SP Escola de Teatro pela parceria. à Mãe Rosa de Oyá, Makota Ya Odomin, Ao Bábà Sidney de Xangô, Mãe Yara de Obá, Ilê Omo Ayê, Ya Odokere Nadia Sant’Anna e Mestre Lumumba pelos ensinamentos e acolhida. À Mãe Stella de Oxóssi, Naiara Paula Eugênio e Elizandra Souza por sua literatura. À Jandilson Vieira, Airá Fuentes e Natan Garcia, à Tereza Flor e à Sidney Santiago Kuanza pelo apoio e parceria.


Este projeto foi realizado com apoio do 35ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo (2020/ 2021) - Secretaria Municipal de Cultura em sua primeira etapa.



SOBRE A CIA OS CRESPOS

Os Crespos é um coletivo teatral de pesquisa cênica e audiovisual, debates e intervenções públicas, composto por artistas negros e negras. Formou-se na Escola de Arte Dramática EAD/ECA/USP e está em atividade desde 2005. A Cia. trabalha, há dezoito anos, a construção de um discurso poético que debata a sociabilidade do indivíduo negro na sociedade contemporânea, seus desdobramentos históricos e a construção de sua identidade, aliado a um projeto de formação de público e aperfeiçoamento estético.


A Cia circulou com espetáculos, intervenções e palestras por diversas cidades e estados do país, além de apresentações na Alemanha e Espanha. Tem em seu repertorio 7 espetáculos teatrais, 11 intervenções urbanas; a elaboração e publicação da revista de teatro negro Legítima Defesa, que está em seu quarto número; a Mostra Cinematográfica Faz lá o Café em parceria com o Grupo Clariô de Teatro, os curtas D.O.R, Nego Tudo e Imagem Autoimagem; e desde 2018, a Cia promove as “Segundas Crespas”, encontros entre artistas para discutir arte negra e é uma das organizadoras do Fórum de Performance Negra de São Paulo.


Entre os principais trabalhos, estão: Anjo Negro + A Missão (2006) dirigida pelo alemão Frank Castorf, diretor do Teatro Volksbühne; Ensaio Sobre Carolina texto e direção de José Fernando Peixoto de Azevedo (2007); a trilogia Dos Desmanches Aos Sonhos (2011-2013), que investiga o impacto da escravidão na forma de amar dos brasileiros e é composta pelos espetáculos Além do Ponto com direção de José Fernando Peixoto de Azevedo, Engravidei, Pari cavalos e Aprendi a Voar sem Asas e Cartas à Madame Satã ou me Desespero Sem Notícias Suas, ambos com direção de Lucelia Sergio. Os Coloridos (2015) texto de Cidinha da Silva e direção de Lucelia Sergio; Alguma Coisa a Ver Com Uma Missão (2016) que tem dramaturgia de Allan da Rosa e direção coletiva do grupo.


Em 2019 a Cia realiza às Terças Crespas no Centro Cultural São Paulo, com a qual concorre ao Prêmio Aplauso Brasil 2019, na categoria Destaque. E em 2021 estreou seu novo filme Dois Garotos que se Afastaram Demais do Sol, premiado na 29ª edição do Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade, como “Melhor Curta-Metragem – Prêmio do Público”.


Para este ano, em que completa 18 (dezoito) anos de atividades ininterruptas, a Cia apresenta seu mais novo espetáculo juvenil "De mãos dadas com minha irmã". Outras ações também estão no escopo da Cia, como o lançamento do quinto número da "Legítima Defesa - Uma Revista de Teatro Negro" e a estreia do espetáculo adulto “A Solidão do Feio”, a partir da vida e obra de Lima Barreto


Saiba mais em: www.ciaoscrespos.com.br

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