Estreia Nacional: Bete Coelho e Georgette Fadel estrelam primeira peça de Caetano W. Galindo no Teatro Anchieta
Bete Coelho e Georgette Fadel estrelam primeira peça
de Caetano W. Galindo
Com direção de Daniela Thomas, espetáculo Ana Lívia, uma celebração ao poder do teatro,
estreia 10 de novembro, no Sesc Consolação
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O Sesc Consolação apresenta, a partir da sexta-feira, 10 de novembro, a tragicomédia Ana Lívia, estrelada pelas atrizes Bete Coelho e Georgette Fadel / Iara Jamra, com direção de Daniela Thomas. O texto, estreia autoral em teatro do escritor e tradutor Caetano W. Galindo criada especialmente para a Cia.BR116, é uma celebração ao poder do teatro. A peça fica em cartaz até o dia 17 de dezembro. Nas quintas-feiras 30/11 e 14/12, às 20h, haverá sessões especiais com tradução em Libras.
“Ana Lívia é teatro sobre teatro. É sobre atrizes em guerra com seus personagens, ou personagens em embate com suas atrizes (...) uma declaração de amor ao teatro. Aquele, renitente. Aquele que entra crise, sai crise, insiste em sobreviver”, anuncia Daniela Thomas, que também assina a cenografia.
O texto idealizado por Galindo serviu como uma fonte de onde também brotaram contribuições de toda a equipe. “Assim que eu sentei pra escrever, aconteceu de um jeito quase assustador aquilo que às vezes a gente ouve os escritores descreverem e sempre pensa que é lorota: essas duas vozes, a Ana e a Lívia, começaram a dizer o que queriam, não o que eu pretendia”, relembra o autor, referindo-se à dinâmica viva do texto, que foi se transformando a cada leitura.
Como uma catarse em looping incessante, a conversa compulsiva e provocadora de Ana e Lívia traz à tona a relevância da escrita contemporânea de Galindo, tradutor de Ulysses, de James Joyce, cujos trechos finais resultaram no espetáculo Molly—Bloom, montagem anterior da Cia.BR116. As referências agora incluem Emily Dickinson, Dylan Thomas e, claro, James Joyce (os nomes das personagens, por exemplo, remetem a Anna Livia Plurabelle, de Finnegans Wake, obra referência, também, em outros pontos do espetáculo). “O trabalho de Galindo tem a ousadia da mistura estrutural inovadora, muito bem construída, com uma naturalidade que surpreende e encanta, que faz do moderno, eterno e do eterno, moderno”, analisa Bete Coelho, que também assina a codireção com Gabriel Fernandes.
“Duas atrizes em busca de um desfecho”. É assim que o autor resume a trama, em uma montagem que se derrama e escorre, graças à fluidez da narrativa e da atuação, como um rio que, sem escolha, ruma ao mar. E continua: “Duas mulheres, atrizes, irmãs (...) Ana tenta aceitar o fim, mas Lívia não quer nem saber disso. Lívia inventa novos rumos, mas Ana não se deixa convencer. Ana Lívia é a soma, é o fluxo, é o rio que receia chegar à foz, ao mar”.
O elemento principal desta montagem é a atuação visceral das atrizes Bete Coelho e Georgette Fadel (a quem Iara Jamra substituirá nos dias 17 e 24/11 e 07/12), em uma concepção artística limpa, precisa, despida de enfeites, que prioriza alguns dos principais elementos da linguagem teatral - o poder da palavra e do gesto. Performances e identidades que se opõem e se complementam, compondo uma unidade ambígua, mas consistente, como as pontas opostas de uma mesma mesa (ou seria um palco?), peça central da cenografia, conduzidas por uma iluminação desenhada por Beto Bruel, sugerindo o inquieto universo que acolhe as intrigantes personagens. E Bete Coelho conclui: “Muito bom podermos usar a arte para falar de transformação, finitude, tema difícil e, ao mesmo tempo engraçado, como é a própria vida”.
Expansão - Ana Lívia
Além da temporada, o Sesc Consolação realiza Expansão – Ana Lívia, uma série de atividades como masterclass, experimentos cênicos, aula de dramaturgia e oficina de interpretação.
Expansão é uma iniciativa CPT_Sesc que visa ampliar reflexões e diálogos de processos criativos nas artes cênicas com pesquisas, técnicas e sabe
CiaBR116
Fundada em 2009 com a montagem do espetáculo O Homem da Tarja Preta, de Contardo Calligaris, a Companhia de Teatro BR116 tem como fundamentos a força da coletividade, o amor ao teatro e uma curadoria dramatúrgica eclética e que reflita a tragicidade humana. Seu histórico inclui espetáculos como O Terceiro Sinal, de Otavio Frias Filho, com temporada histórica no Teatro Oficina, em 2018, recebendo a indicação ao Prêmio Shell de melhor atriz para Bete Coelho, e Mãe Coragem, de Bertolt Brecht, vencedor do Prêmio Shell 2019 de melhor direção para Daniela Thomas, com indicações de melhor atriz para Bete Coelho e melhor trilha sonora para Felipe Antunes. Nos últimos anos, a companhia tem encontrado na junção do teatro ao cinema uma nova trilha para seus trabalhos, como os teatrofilmes Medeia por Consuelo de Castro (indicado ao Prêmio APTR 2021 de melhor filme e melhor direção, com prêmio de melhor atriz para Bete Coelho) e Gaivota (indicado a duas categorias no Prêmio APTR e vencedor de melhor figurino), e a peça Molly — Bloom, com direção de Daniela Thomas e Bete Coelho e codireção de Gabriel Fernandes, indicada ao prêmio Shell 2022 de melhor cenário para Daniela Thomas. Neste ano, abriu ao público seu processo de criação com o texto Romeu e Julieta, de William Shakespeare, em casas de cultura e teatros da periferia de São Paulo.
Sinopse
Ana precisa contar uma coisa terrível, mas Lívia não quer deixar ela falar. Lívia quer falar de uma nova peça enquanto Ana sente que chegou ao seu terceiro ato. Cada uma delas está sozinha com suas dores, seus desvios e seus medos. Cada uma tem apenas a outra. A vida passada, o teatro, o papel que tiveram e têm uma na vida da outra, o futuro que não sabem se terão. Tudo isso volta à tona numa conversa em que as duas tentam fugir da verdade, da juventude, da vida, do fato de estarem sozinhas no palco e da dependência de um texto escrito por outra pessoa. Duas atrizes que agora não têm mais um dramaturgo; dois papéis de um personagem só. Ana foi, Lívia é, Ana Lívia… será?
Ficha Técnica
Texto: Caetano W. Galindo | Direção: Daniela Thomas | Codireção: Bete Coelho e Gabriel Fernandes | Elenco 1 - Bete Coelho e Georgette Fadel | Elenco 2 - Bete Coelho e Iara Jamra | Cenário: Daniela Thomas e Felipe Tassara | Produção de Cenário: Mauro Amorim | Figurino: Bete Coelho e Daniela Thomas | Design Gráfico: Celso Longo e Daniel Trench | Direção Musical: Felipe Antunes | Assistente de Direção: Theo Moraes | Diretor Técnico: Rodrigo Gava | Desenho de Luz: Beto Bruel | Assessoria de Imprensa: Fernando Sant’ Ana | Produção Executiva: Mariana Mantovani | Direção de Produção: Lindsay Castro Lima | Produção: Cia.BR116 – Teatrofilme | Realização: Sesc São Paulo
Serviço:
Ana Lívia
Tragicomédia
Estreia nacional: 10 de novembro de 2023, sexta-feira, às 20h
Temporada: de 10/11 a 17/12/2023
Horários: sextas e sábados, às 20h; domingos, às 18h; e sessão na quinta-feira, 7/12, às 15h
Sessões especiais com tradução em libras: quintas-feiras 30/11 e 14/12, às 20h
Local: Teatro Anchieta - Sesc Consolação
Rua Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque, São Paulo
Informações: 11 3234-3000
Lotação do Teatro: 280 lugares
Acessibilidade: assentos para pessoas com necessidades especiais (mobilidade reduzida, obeso, cadeirante e acompanhante), e a fila para cadeirantes fica na última fileira da plateia, com uma visão panorâmica do palco.
Classificação: Não recomendado para menores de 14 anos
Duração: 90 minutos
Valor dos ingressos: R$ 50,00 (inteira), R$ 25,00 (meia entrada) e R$ 15,00 (credencial plena)
Os ingressos podem ser adquiridos antecipadamente no site Central de Relacionamento Digital ou Aplicativo Credencial Sesc SP, e presencialmente, nas bilheterias das Unidades do Sesc.
Sesc Consolação
Facebook, Twitter e Instagram: @sescconsolacao
Horários de Funcionamento: terça a sexta, 10h às 21h30 | sábados, 10h às 20h | domingos e feriados, 10h às 18h
Expansão - Ana Lívia
Ações formativas do CPT_SESC que visam ampliar reflexões e diálogos disparados por processos criativos de obras cênicas específicas, por meio do compartilhamento teórico e prático de pesquisas, técnicas e saberes plurais.
MASTERCLASS COM DANIELA THOMAS E BETE COELHO
Daniela Thomas e Bete Coelho se conhecem há mais de 35 anos, e a relação entre duas gerou mais de 15 projetos teatrais. Para citar apenas alguns: Um Processo (1988), Carmem com Filtro (1986), Praga (1988), Fim de Jogo (1990), Pentesiléias (1994), Mãe Coragem (2019) e Molly — Bloom (2022). Nesse encontro, elas irão falar sobre a relação entre elas e a criação conjunta.
Dia 02/12. Sábado, das 16h às 17h30. Grátis. Teatro Anchieta. Classificação indicativa: 14 anos.
Demonstração
ANA LÍVIA - DA DESCONSTRUÇÃO CÊNICA ATÉ A SUA ORIGEM - COM DANIELA THOMAS, BETE COELHO, GEORGETTE FADEL, IARA JAMRA e CAETANO GALINDO.
Na atividade serão encenados trechos de Ana Lívia para que direção, atrizes e autor dialoguem com o público como a cena se deu em sua origem nas diferentes perspectivas do processo criativo.
Dia 09/12. Sábado, das 15h30 às 17h30. Grátis. Teatro Anchieta. Classificação indicativa: 14 anos.
Oficina
DO TEXTO À CENA – COM BETE COELHO, GABRIEL FERNANDES e LINDSAY CASTRO LIMA
Por meio do texto Ana Lívia, as pessoas participantes poderão compreender na prática como funciona o processo de criação da companhia e como se dá o caminho do texto quando sai do papel e vira cena.
Dias 06, 12 e 13/12. Terça e quartas, das 14h às 16h. Espaço CPT_SESC. Classificação indicativa: 18 anos. Inscrição de 14 a 20/11. R$ 70,00. R$ 35,00. R$ 21,00
Aula
COMO NASCE UM TEXTO DRAMATÚRGICO - COM CAETANO W. GALINDO
O dramaturgo expõe quais os seus disparadores para a criação de um texto de teatro e como se deu seu processo de escrita da peça Ana Lívia, texto que escreveu especialmente para a Cia.BR116.
Dia 06/12, quarta, das 19h às 21h, via Teams. Classificação indicativa: 18 anos. Inscrições a partir de 21/11 pelo Portal e App do Sesc.
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