A icônica cantora Áurea Martins, perto de fazer 83 anos, faz show gratuito no Centro Cultural Sesc Quitandinha, em Petrópolis, em que celebra o universo do sagrado feminino
Centro Cultural Sesc Quitandinha apresenta
Áurea Martins – Senhora das Folhas
A
icônica cantora, perto de fazer 83 anos, faz show gratuito em que celebra o
universo do sagrado feminino, em um
repertório que abrange clássicos do
samba, coco de roda, canto indígena e louvores das manifestações populares de Minas Gerais. O show integra a programação cultural que
acompanha “Um oceano para lavar as mãos”,
exposição inaugural do Centro Cultural Sesc Quitandinha, que
reúne obras de 12 artistas negros de
várias gerações e cidades brasileiras, em curadoria de Marcelo Campos e Filipe Graciano, que oferecerá até 17 de setembro ações nas áreas de música, cinema, pensamento e crianças
Centro Cultural Sesc Quitandinha,
Petrópolis
10 de junho de 2023, às 18h
Entrada gratuita
O Centro Cultural Sesc Quitandinha, em
Petrópolis, dentro da programação
cultural gratuita que acompanha “Um
oceano para lavar as mãos”, exposição
inaugural da instituição, tem o prazer de convidar para o show “Áurea Martins – Senhora das Folhas”,
no dia 10 de junho de 2023, às 18h, onde a icônica cantora fará um
programa baseado em seu álbum lançado em 2022, e que foi indicado ao Grammy
Latino. As músicas celebram o universo do sagrado
feminino, das rezadeiras e benzedeiras, em um repertório que abrange clássicos do samba, coco de roda, canto indígena e louvores
das manifestações populares de Minas Gerais. A curadoria da área de música da programação de “Um
oceano para lavar as mãos” – que irá até o término da exposição, em 17 de
setembro de 2023 – é do músico e compositor baiano Tiganá Santana.
A direção musical é de Lui Coimbra, e os músicos, além do
próprio Lui (violoncelo, violão,
rabeca, charango andino), terá os músicos Rodrigo Lima (viola,
guitarras e voz), Murilo O'Reily (pandeiro
e percussão), Pedro Aune
(contrabaixo acústico e tuba) e André
Gabeh (vocais).
No programa estão “Banho de manjericão”, de João Nogueira e Paulo César Pinheiro; “Na Paz de Deus”, de Arlindo Cruz, Sombrinha e Beto Sem Braço; “A Rezadeira”, de Projota; “Me Curar de Mim”, de Flaira Ferro; “Folha Miúda” e “Menino do Samburá”, de Roque Ferreira; “Sem Folhas não tem Orixás”, de Maria Helena Sampaio e Fábio
Roberto Gomes da Silva; “Salve as
Folhas” (citação), de Gerônimo e Ildazio Marques; “Araruna”, de Nahiri Asurini e Marlui Miranda, e o poema “Vô Madeira”, de Julie Dorrico; “Senhora Santana”, bendito de origem
medieval, e “Incelença de Nossa Senhora”,
de domínio público; “Ponto das Caboclas”,
de Camila Costa; “Prece do Ó”– recolhida
por Cassiano Ricardo, com adaptação de Dércio Marques – e "Ausência", de Guilerme Fernandez Garcia, Xaquin Lopez
Fariña, Santiago Vribeiro Galego, Anxo Lois Garcia Pintos, Isaac Palacin Losada
e José Enrique Comesaña Pedreira.
A direção
artística é de Renata Grecco, e o
figurino de Áurea Martins é de Ronaldo Fraga. Os arranjos são de Lui Coimbra, Fred Ferreira e Alfredo Del Penho.
A
vinheta “Incelença da chuva” foi
registrado pelo pesquisador Sérgio Bairon, é um apelo à chuva feito por
mulheres da cidade mineira de Jequitibá. “O
ramo” fala do apanhado de folhas que as rezadeiras usam, imagem que
perpassa todas as canções do álbum. “Salve,
salve a fé no amor que cura tudo, o mal, a dor”, canta Áurea.
SANTO NEGRO
“Prece do ó” louva Santo Antônio do Categeró, um
santo negro, africano escravizado que, levado como mercadoria para a Itália,
tornou-se monge e trabalhava em hospitais. Por suas curas milagrosas, foi
santificado e ainda hoje é cultuado na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos
Pretos,em Salvador.
“A rezadeira”, originalmente um rap de Projota, é
um poema rítmico sobre renascimento que se passana periferia paulistana. O
encontro de “Salve as folhas”e “Sem folhas não tem orixás” cruza
Ossain com samplers, guitarras e bandola venezuelana.
“Ponto das caboclas” celebra as mulheres das matas em
roupagem afropop. Em “Folha miúda”, Áurea se reconhece como a menina do
samburá cheio de estrelas. “Araruna”,
um canto da etnia Parakanã do Pará, é acompanhada pelo poema “Vô Madeira” da poeta Julie Dorrico,
pertencente ao povo Macuxi – a compreensão feminina, de Terra e humanidade como
um só, e reverencia o saber ancestral dos povos originários. “Senhora Santana”, canção de origem
medieval em louvor à Santa Ana, a avó de Jesus, segue no terreno (e nas águas)
do sagrado e da reverência às mães de nossas mães, o arquétipo da anciã,
depositária dos saberes, que perpassa todo o conceito do programa e deságua em
uma “Incelença de Nossa Senhora”.
“Me curar de mim” é uma reza de autocura. “Na paz de Deus”, samba nascido nas
margens do Rio e dos rios que desaguaram na cidade. “Banho de manjericão”, sucesso na voz de Clara Nunes, trazo canto
de Áurea listando pequenas mandingas tão íntimas das casas populares
brasileiras, uma ode à beleza do sincretismo que nos aproxima de todos e
sintetizam o “ecumenismo popular” do espetáculo.
“UM OCEANO PARA LAVAR AS MÃOS”
A exposição “Um
oceano para lavar as mãos”, que tem curadoria de Marcelo Campos e Filipe Graciano, reúne obras dos artistas negros
Aline Motta, Arjan Martins, Ayrson Heráclito, Azizi Cypriano, Cipriano, Juliana dos Santos, Lidia Lisbôa, Moisés Patrício, Nádia
Taquary, Rosana Paulino, Thiago Costa e Tiago Sant'ana, que ocupam um espaço monumental de 3.350 metros quadrados do Centro Cultural Sesc Quitandinha, em
Petrópolis.
A exposição será acompanhada, ao longo de sua duração, de uma programação gratuita de música, cinema, teatro, literatura,
atividades infantis, oficinas e um seminário.
O Café Concerto do Centro Cultural Sesc Quitandinha, amplo
teatro com capacidade para 270 pessoas,
sedia a programação de música e cinema.
A curadoria de música é do
cantor, compositor, violonista e poeta baiano Tiganá Santana. A mostra de
cinema tem como curador Clementino
Junior, cineasta dedicado à difusão da obra audiovisual racializada. O
grupo Pretinhas Leitoras, formado
pelas gêmeas Helena e Eduarda Ferreira,
nascidas em 2008 no Morro da Providência, no Rio de Janeiro, está à frente das
atividades infantis, que são feitas na Sala
de Criançasdo CCSQ. Para ampliar a percepção do público das obras expostas,
estão previstas seis e um Ateliê Aberto do Artista.Flávio Gomes, pesquisador do pensamento social e da história do
racismo, da escravidão e da história atlântica, é o curador das ações da linguagem escrita, literária e oral,
formatadas como seminários, na Biblioteca.
SERVIÇO: Áurea Martins – Senhora
das Folhas
10 de junho de 2023, 18h
Centro Cultural Sesc Quitandinha
Entrada gratuita
Exposição “Um oceano para lavar as mãos”
Terça a domingo, e feriados, das 9h30 às 17h (conclusão do itinerário
até às 18h)
Visitas guiadas: terças a domingos e feriados, das 10h às 16h30
(conclusão do itinerário até as 18h)
Visitação ao entorno do Lago Quitandinha: terças a domingos e feriados,
das 9h às 17h (em caso de chuva a visitação é suspensa)
Centro Cultural Sesc Quitandinha
Avenida Joaquim Rolla, nº 2, Quitandinha, Petrópolis
Entrada gratuita
Assessor de Imprensa Sesc RJ – Wando Soares
+5521.98845.2931
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