Reverenciando a sua ancestralidade, Kennya Macedo ruma à sua carreira solo com EP de estreia "Caminhos"

 Kennya Macedo lança seu EP de estreia "Caminhos"


Reverenciando a sua ancestralidade, Kennya Macedo ruma à sua carreira solo com EP, que mostra a diversidade de influências musicais que a artista recebeu. Elementos do samba, soul e dos cantos de saudação de orixás se destacam neste trabalho.

Crédito: Eris Colors


Evidenciando os batuques dos tambores, mesclados ao seu potente timbre vocal, a cantora Kennya Macedo apresenta seu EP de estreia "Caminhos", marcando sua nova fase artística. O disco afrofuturista, que traz um mergulho nas influências sonoras da artista e conta com a produção musical assinada por Eron Guarnieri e Paulo Bira, chega hoje nas plataformas de música. 


Dos tambores que levam para as matas e guitarras e teclados que levam aos arranha-céus, "Caminhos" é composto por elementos que passeiam pelo samba, o soul, os cantos de saudação de orixás, mesclados a elementos da música eletrônica. 

"O disco é afrofuturista pensando que tudo veio da música preta e se conecta com tranquilidade aos sintetizadores e timbres eletrônicos", explicou Kennya Macedo.


"Caminhos" é um retrato da artista em sua essência. Kennya Macedo, que passou por vários projetos como cantora e backing vocal durante seus 30 anos de trajetória na música, agora resolveu dar os seus primeiros passos no seu projeto solo. Como um resgate à sua ancestralidade, Kennya se aprofunda nas suas raízes e expõe neste disco sua vasta pesquisa musical e influência sonora. 


"Tanto o single quanto o EP nasceram da necessidade que senti, depois de tantos anos de carreira de colocar meu canto no mundo. Este é um trabalho que demonstra a convergência dos sons que me influenciam como cantora. Foram anos e anos integrando projetos que eu amo e respeito, mas que não eram meus e não expressavam no detalhe o que me leva a cantar", completou. 


O EP traz releituras do compositor pernambucano Juliano Holanda na faixa "Altas Madrugadas" e também uma regravação da faixa "O Ferroviário", famosa na voz de Wando. Esse trabalho chega percussivo marcado por um forte timbre vocal, que se soma aos rascantes das guitarras ou as múltiplas possibilidades dos timbres eletrônicos. 


"Esse EP se chama Caminhos por falar de convergência de sonoridades que me fazem ancestral e urbanoide ao mesmo tempo. Ao mesmo tempo soa como natural e sincrético, além de pagão e cheio de fé, explorando essa dualidade da complexidade humana.", finalizou.


Faixa a Faixa por Kennya Macedo


Canto I – Várias culturas de diferentes países vieram de África para o Brasil na Diáspora. Os Bantu são um povo que abraça, metaboliza, metamorfoseia e devolve de outro modo tudo que experiência e recebe. Quando esse povo chegava às fazendas no Brasil, pedia licença a quem veio antes. A quem pisou antes deles. E é assim que eu quis que o primeiro álbum da minha carreira solo começasse.


Barriga Cheia – Essa é uma composição inédita do Fernando França Pereira, um grande amigo, que é antiga, nunca foi gravada e sempre fez muito sentido na minha trajetória, pois fala de uma parcela de pessoas que chora de Barriga Cheia. Essa música nunca perde a pertinência.


O Ferroviário - Essa composição de João Carlos Cezar e Cirus fez parte do álbum de estreia do Wando em 73. Paulo Bira que é meu parceiro, que tocou e mixou esse nosso álbum me mostrou ela despretensiosamente e a letra me fez pirar. Sambar é luta. Éramos presos por portar pandeiros nesse país e não faz muito tempo. A escola de samba é um quilombo, a bem da verdade e é um eixo essencial da resistência da cultura preta e periférica desse país. O que de melhor produzimos enquanto comunidade está contida nelas. 


Altas Madrugadas – Eu confesso que sou apaixonada pelo Juliano Holanda. Ele é um compositor pernambucano brilhante e nessa letra ele fala de caminhos, de convergências, de encruzilhadas, dessa coisa linda que eu vejo nos terreiros. Ele ‘transforma a tormenta em claridade’ com essa música. Foi por essa letra que eu nomeei o álbum.


Moça – Parceria do Juliano Holanda e do Guitinho da Xambá, que era cantor e compositor do Grupo Bongar, que se foi vítima de um AVC recentemente, essa música é de uma sensualidade, de uma força. É transe embriagante de tambores e sintetizadores. Nela, ainda conto com a participação do Célio Barros, no flüglehorn.


Viva São Jorge Guerreiro – Quando estava pesquisando sobre o que colocar nesse álbum, esse trecho me chegou pelas mãos do André Magalhães que masterizou o álbum. A melodia é simples, foi gravada num terreiro em Pirapemas no Maranhão e me emocionou desde a primeira vez que eu ouvi. Tentei de todo modo descobrir de onde veio e existe a possibilidade de ser uma versão de um canto para Jurema mas na versão cantada pela Mãe Gildete ela vira um canto para Ogum. Achei justo terminar esse EP cantando para Ogum, que é quem cuida de todas as entradas e de todas as portas. 



Sobre Kennya Macedo

 

Kennya Macedo é cantora com mais de 30 anos na música. Já fez e faz parte de diversos projetos diferentes como a "Orchestra Paulista de Soul" e já dividiu palco com grandes artistas como Graça Cunha, Maurício Pereira, Sandra de Sá entre outros. Também participa do projeto “Brasileirinhos - Música para os Bichos do Brasil", que foi indicado ao Grammy Latino. Em 2023 se prepara para lançar seu primeiro álbum solo “Caminhos", que traz composições marcadas por temas que mexem com a mente e um suingue que mexe com o corpo.

 



Ficha Técnica  

Voz principal e backings – Kennya Macedo

Backings – Ananza Macedo, Sophia Macedo, Milka Andrade, Tiganá Macedo e Paulo Bira

Percussões – Vitor da Trindade e Tiganá Macedo

Bateria – Guegué Medeiros

Teclados e sintetizadores – Eron Guarnieri

Baixo – Paulo Bira

Guitarra e cavaquinho – Vinícius Sampaio

Flüglehorn em Moça – Célio Barros

Arranjos e Produção Musical – Eron Guarnieri e Paulo Bira

Edição e Mixagem – Paulo Bira

Masterização – André Magalhães

Estúdio de pré-produção – Pink Zebra

Gravado entre Setembro e Dezembro de 2022 no Estúdio Space Blues e no Estúdio Juvenal

Distribuiçã - Tratore 

Direção artística -  Eris Colors, Kennya Macedo Mariama Ferrari 

Foto: Eris Colors

Arte da Capa : Eris Colors, Kennya Macedo Mariama Ferrari 

Produção Executiva – BigHead Produções

Social Media - BigHead Produções e Kennya Macedo

Assessoria de Imprensa: Beca Gouveia

 

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