Ilê Omolu Oxum irá lançar podcasts sobre “Memórias e Saberes” do candomblé

 


                                                Ilê Omolu Oxum

Projeto Memórias e Saberes

Lançamento: 19 de maio de 2023, às 10 horas

https://www.youtube.com/@ileomoluoxum6662

www.ileomolueoxum.org.

 

 

O Ilê Omolu Oxum, tradicional terreiro de candomblé do Rio de Janeiro liderado por Mãe Meninazinha de Oxum, irá lançar no dia 19 de maio de 2023 o primeiro de uma série de seis episódios com depoimentos dos integrantes mais antigos de sua comunidade, em formato de podcast, para o projeto Memórias e Saberes. O objetivo deste trabalho é incentivar a troca de conhecimentos tradicionais entre os povos de terreiro; enfrentar e coibir situações de apagamento da memória e saberes das religiões de matriz africana; e promover ações de combate ao racismo e à intolerância religiosa. Os seis episódios dos podcasts percorrem a história do Ilê Omolu Oxum, com as casas que o originaram, no Rio de Janeiro e na Bahia, que se misturam com a própria história do candomblé no Rio.

 

Os episódios serão lançados às sextas-feiras, a partir do dia 19 de maio, no canal do YouTubehttps://www.youtube.com/@ileomoluoxum6662 – e no site do Ilê Omolu Oxum > www.ileomolueoxum.org.

 

Os temas abordados são: Travessia; Memória viva; A fé; Ubuntu; Alimento para o corpo e espírito; e Liberte Nosso Sagrado.

 

Os depoimentos na série de podcasts são de Mãe Meninazinha de Oxum, 85 anos e fundadora, em 1968, do Ilê Omolu Oxum; Mãe Nilce de Iansã, coordenadora do Ateliê Obirim Odara, e dos projetos sócio-culturais do Ilê Omolu Oxum; Iyawó de Oxóssi Teobaldo, curador do Museu Memorial Iyá Davina; Obalera de Deus, pesquisador e mestre em filosofia de terreiro, e Helena Theodoro, escritora e ensaísta, com doutorado em Filosofia (Universidade Gama Filho).

 

Os depoimentos abrangerão a história do candomblé na Baixada Fluminense; a ancestralidade pertencente ao Ilê Omolu Oxum; a Pequena África, no Rio; a luta contra o racismo e a intolerância religiosa; a , o culto às divindades; as obrigações litúrgicas no candomblé; o papel político e social das comunidades de terreiro; o poder da comida e ervas na cultura de terreiro, receitas e os melhores alimentos para cada orixá; e o processo de recuperação da memória de terreiro iniciado nos últimos anos: campanha Liberte Nosso Sagrado e o Museu Memorial Iyá Davina.

 

O projeto Memórias e Saberes nasceu da necessidade de promover o fortalecimento das tradições e preservação da memória dos povos de terreiro. São muitos os conhecimentos que estão contidos dentro das comunidades tradicionais de terreiros, e por terem construções históricas únicas, muitas vezes estas trajetórias se dão por caminhos e aprendizados distintos. Estes saberes ancestrais, mesmo diante de suas especificidades, estão conectados em uma mesma matriz africana.

 


PRESERVAR O LEGADO E AS TRADIÇÕES DO CANDOMBLÉ

Mãe Meninazinha de Oxum destaca: “Nós temos muitas histórias para contar e precisamos preservar o legado deixado por Iyá Davina de Omolu e as tradições do candomblé que ela nos ensinou”.

 

O projeto teve o patrocínio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, por meio do edital “Povos Tradicionais Presente”, e da Columbia University, dos Estados Unidos. Ao final do projeto, serão lançados uma publicação digital e o vídeo com os depoimentos.  

 

A produção dos podcasts e do vídeo é da Cultne, produtora que acompanha a trajetória do Ilê Omolu Oxum há mais de três décadas, e que possui o maior acervo digital de cultura negra da América Latina.

 

Ilê Omolu Oxum – Projeto Memórias e Saberes

Ficha técnica

Coordenação geral: Mãe Meninazinha de Oxum

Coordenação de projeto: Mãe Nilce de Iansã

Coordenação de comunicação: Iyawô de Oxóssi Teobaldo

Fotografia: Alex Ferro

Podcasts e vídeo: Cultne

Administração: Pai Wilton de Oxalá

Patrocínio: Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa RJ e Columbia University

 


SOBRE O ILÊ OMULU OXUM

O Ilê Omolu Oxum foi fundado pela Iyalorixá Meninazinha de Oxum em 1968, e desde 1972 tem sede no município de São João de Meriti, no Rio de Janeiro. Sensível às necessidades de seus filhos e filhas de santo, bem como da comunidade do entorno, em 1988 o Ilê Omolu e Oxum constituiu-se em uma sociedade civil sem fins lucrativos, com representação jurídica capaz de dialogar com os diversos segmentos de nossa sociedade organizada na defesa dos interesses de sua comunidade.

 

Prosseguindo na direção do diálogo, o Ilê Omolu Oxum desenvolve projetos com recursos financeiros e humanos próprios ou em parceria com outras instituições comprometidas com os ideais de justiça social, liberdade religiosa, combate à discriminação e desigualdades de gênero, raça e classe social, promoção dos princípios de direitos humanos, promoção do direito humano à saúde, combate à violência doméstica e familiar, e na realização de oficinas e cursos gratuitos destinados ao fortalecimento de habilidades empreendedoras, geração de renda, especialmente entre e para mulheres negras.

 

Em defesa do legado ancestral das religiões de matriz africana, Mãe Meninazinha de Oxum se mobilizou, por décadas, para que peças sagradas das religiões de matriz africana apreendidas pela polícia, nas primeiras décadas do século 20, em ato de repressão e criminalização de seus adeptos, fossem devolvidas aos seus legítimos donos. Após longa negociação judicial e mobilização de lideranças afro-religiosas, com a campanha Liberte o Nosso Sagrado, tendo à frente Mãe Meninazinha de Oxum, esse acervo foi transferido, definitivamente, para o Museu da República, no Rio de Janeiro, em 21 de setembro de 2020, tornando-se uma coleção de visitação pública e de referência à história e patrimônio de toda a população brasileira, da cultura afro-brasileira e da diáspora africana.

 

Além dessa preocupação especial de contribuir para o legado da cultura afro-brasileira à sociedade brasileira, o Ilê Omolu Oxum preserva seu próprio patrimônio de forma efetiva. Em 1997, criou o seu Memorial Iyá Davina, o primeiro museu do Estado do Rio de Janeiro a se dedicar à história e patrimônio dos povos tradicionais de terreiro, um centro de documentação e pesquisa sobre cultura afro-brasileira e sua própria história. Em 2018, o Museu Memorial Iyá Davina obteve o seu registro oficial no Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). Em 2021, uma nova exposição de longa duração foi inaugurada e instalada dentro do barracão do terreiro e está aberta à visitação pública, com significativa ampliação de pessoas e instituições interessadas em conhecer a história e o legado das religiões de matriz africana à cultura e sociedade brasileira.

 

Essa forma de atuação tem servido como referência para muitas comunidades de terreiro do Brasil no desenvolvimento de iniciativas relacionadas à ampliação das habilidades e potencialidades dessas comunidades, incluindo o fortalecimento e preservação de valores intrínsecos à cultura afro-brasileira e às religiões de matriz africana.

 

 

Ilê Omolu Oxum

Rua General Olímpio da Fonseca, 380 – São Mateus, São João de Meriti, RJ

 

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