14/12 O Coro LGBTQIA+ da Rocinha faz Recital na quinta-feira, 14/12, em São Conrado, RJ

Última apresentação em 2022 fechando a programação da Escola de Música da Rocinha, com entrada franca

O Coro LGBTQIA+ da Escola de Música da Rocinha chega à cena musical com pioneirismos. Com o tema é o primeiro coro da maior favela da América Latina e o primeiro coro considerado adulto da EMR, espaço que já tem tradição musical com aulas para crianças e jovens. O grupo fecha o ano com um recital e logo após acontece Roda de Conversa com tradução para Libras.

O coro integrado por nomes entre 20 a 40 anos teve início em julho de 2022 sob a regência de Anderson Vieira, ex-aluno da EMR que hoje trabalha na instituição como professor de piano, teclado e de canto coral. A preparação vocal é assinada por Valéria Correia, que na escola de música está à frente do coral infantil e jovem desde 1995.

Segundo o regente, “o grupo foi formado por antigos alunes do projeto da Escola de Música da Rocinha e agora conta com aquelas e aqueles que defendem a bandeira da comunidade LGBTQIA+. Todos que respeitam à diversidade dos corpos e suas vontades, independente da cor, regionalidade ou religião”.

_ Mesmo dentro de uma sociedade que não abraça totalmente as diferenças, o Coral LGBTQIA+ da Rocinha assume a inclusão, a resistência, o respeito e a liberdade de sermos quem somos, como quisermos, por meio do canto coral - acrescenta Anderson.

Cantores unidos pela causa LGBTQIA+

Os integrantes do Coral LGBTQIA+ da Rocinha reforçam as palavras do regente Anderson Vieira com bastante otimismo quanto à música em suas vidas e o progresso do grupo musical em tão pouco tempo. Tudo começa com a pergunta “Como é participar na EMR de um Coral que celebra o respeito e a diversidade?”, que Mayra Santana logo responde com detalhes.

_ É um espaço de muito acolhimento, onde a gente no grupo pode falar sobre qualquer assunto, como por exemplo, a sexualidade. Lá conseguimos desenvolver uma relação muito linda de confiança e empatia entre todos. Conseguimos nos conectar uns com os outros através da música, que faz realmente muita falta na nossa vida.

Erick Lima ressalta a dedicação dos cantores:

_Com os esforços de todos, sem exceção, a cada ensaio é um grande passo ao desconhecido. Um desconhecido onde nós somos mais do que nunca, fonte de representatividade, respeito, integração e solidariedade.

Já Chico Fontoura, resume o coral como a arte que cura: “Num mundo onde a gente tem o tempo todo o portas se fechando no emprego, no grupo de amigos e às vezes até na nossa casa... a gente tem essa porta que se abre e dá oportunidade de compartilhar vivências e aprender música. Uma rede de apoio.

Gabriela Dias está na EMR desde os 12 anos de idade, ficando entre os coros infantil e jovem e teve que se afastar para o pré-vestibular, mas está de volta, agora no coro LGBTQIA+.

_A escola de música sempre me fez muito bem e cantar é algo que me deixa muito feliz. Além disso, crescer no meio musical me ajudou a me desenvolver em diversas áreas da minha vida. Mesmo cursando Ciência Ambiental, não me vejo me distanciando da música no futuro. É algo que amo fazer! – finaliza.

No repertório, canções como “Somewhere Over The Rainbow”
(Harold Arlen e Yip Harburg), “Dancing Days” (Nelson Motta e Ruban), “Dancing Queen” (Benny Anderson, Stig Anderson e Björn Ulvaeus)

Foto: Yuri Jardilino