Gui Fleming lança segundo álbum "O Analista de Taubaté"

                    Gui Fleming lança segundo álbum "O Analista de Taubaté"

Com participações de Chico Chico, Júlia Vargas, Maria do Sol, Jhasmyna, Juliana Linhares, Nicolas de Francesco, Rodrigo Garcia e Duda Brack, o cantor apresenta seu novo álbum de estúdio, que chega hoje nas plataformas de música


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Visualizer da faixa Moreré


Após passar por um doloroso processo de depressão, o cantor e compositor Gui Fleming lança seu segundo álbum de carreira "O Analista de Taubaté". O disco, que traz 11 faixas autorais e algumas compostas em parceria, conta com participações de nomes como Chico Chico, Júlia Vargas, Maria do Sol, Jhasmyna, Juliana Linhares, Nicolas de Francesco, Rodrigo Garcia e Duda Brack. "O Analista de Taubaté" chega nas plataformas de música via Porangareté. 


Um disco que poderia ser 2 EPs ou simplesmente um álbum à moda antiga com lado a e lado b. É assim que Gui descreve seu novo trabalho, que foi produzido em dois atos: o primeiro, diante de uma grande crise depressiva durante o momento crítico da pandemia, em 2020 e o segundo já em 2021, quando conseguiu transformar a dor em poesia. 


"Esse disco tem a ver com a montanha russa emocional que eu passei nos últimos anos e sei que não passei por isso sozinho. Esse disco representa esses altos e baixos. As faixas foram intercaladas de forma bipolar, enfatizando o contraste das composições, dos arranjos e das gravações. O contraste é a tônica do álbum", contou Gui.


"O Analista de Taubaté", que conta com a produção musical de Garcia e Bruno Mokado traz dois blocos de canções com concepções quase antagônicas: uma metade orgânica, mais alegre (mesmo quando sarcástica); outra metade eletrônica e densa. O disco traz elementos que passeiam pelo pop eletrônico, samba-reggae com uma pitada de psicodelia, entre outros gêneros que criam uma atmosfera sonora ideal para as narrativas trazidas por Gui Fleming.


"A pandemia, minha depressão, o clima bucólico da serra, minha volta a Taubaté para buscar a minha mãe - que me criou sozinha, sempre fomos eu e ela -  tudo isso me fez reconectar com a minha história e esse disco faz um giro 360 em tudo isso", concluiu. 


Faixa a Faixa por Gui Fleming 


O álbum começa com “Olho do Fu”, um samba rock com melodia alegre e poesia irônica, que fala sobre a depressão de forma leve e com humor (“tem dia que dói levantar, tem dia que só de pensar já dói e rói o osso da cabeça oca, e roi o resto dessa voz tão pouca e rasga um riso falso e arranca o peito pela boca”). A letra é triste, mas a música é feliz e o arranjo super orgânico. 


Seguimos com “Lusco-Fusco” - música que me surgiu inteira, melodia e letra, num sonho e que fala abertamente sobre a loucura e a depressão (“só mesmo sendo louco pra não se perder, por essas ruas tortas que o mundo largou pra você”). Ela inicia num clima pop eletrônico/latino, contrastando com a letra, e da metade para o fim ganha um clima mais denso e triste, a lá los hermanos.  



Moreré
é a terceira faixa e música de trabalho do álbum. A canção foi composta na Bahia, junto com Maria do Sol. A música fala sobre encontros e desencontros sob o sol e a magia da Bahia e dialoga muito com o momento pós pandêmico e a sede de reencontrar as pessoas e retomar a vida e o desejo de viver. Faz tudo isso de forma super dançante com o swing de Cesinha e Marcos Suzano no comando da cozinha somada às guitarras psicodélicas de Diogo Spadaro. É um samba-reggae psicodélico com feat de Maria do Sol, Júia Vargas e Chico Chico + Jhasmyna e Juliana Linhares no coro.


O clima do disco sai do verão na Bahia para um trap pós apocalíptico, com melodia Caetânica em Neros, faixa 4, uma autocrítica a branquitude que faz militância na internet e no celular, mas muita vezes não coloca essa militância virtual em prática na vida. Pessoas brancas de classe média facilmente assumem seu lado narcísico, vaidoso, mas varrem para debaixo do tapete as violências que acontecem ao seu redor, por vizinhos, amigos. É fácil bater no Bolsonaro, pois ele de fato sintetiza tudo que tem de pior na humanidade, mas e o Nero que habita em mim e na branquitude como um todo? Para cantar Neros comigo, convidei a amiga Duda Brack. 


O disco segue com Zoinho, faixa 5, uma milonga que vira um xote no refrão, falando de amor com influências de Tom Zé - com Juliuana Linhares e Jhasmyna cantando nos refrões, violão, guitarras, bateria e percussão dão o tom da música, de forte pegada tropicalista. 


Seguimos com Sinais, faixa 6 que começou a ser gravada na serra e foi finalizada em Taubaté. A letra imagina uma expedição alienígena chegando na Terra em busca de amor. Seriam bem recebidos no interior ou esbarrariam com a turma do ódio, e do bolsonarismo? (“um grande idiota, o futuro em suas mãos. Qual seria a chance dele ter um coração?”). A faixa inicia como um folk moderno, com guitarra e violoncelo, desencadeando num refrão instrumental que mistura os metais das bandas de  fanfarra com maculelê e um violoncelo épico a lá Game Of Thrones.

 

A faixa 7 é Travado Nela, uma cumbia que escrevi em parceria com o carioca Ivo Vargas e o argentino de Rosário, Nicolas de Francesco, que divide os vocais da canção comigo. É uma música sobre tentar escrever uma música e não conseguir, mas cuja a letra ambígua se confunde com uma letra de amor. 


A faixa 8 é Passarim, reggae eletrônico com influências baianas e melodia mais falada do que cantada (embora não seja um rap), versando sobre o fim do mundo, em ritmo de festa - como quem não percebe a gravidade do que está acontecendo no mundo e escolhe a alienação frente à consciência (“talvez não falte muito tempo para o mundo acabar, talvez já tenha acabado e a gente nem pra notar. vai ver que é por isso que faz tanto calor, o mundo acabou, já estamos no inferno e a gente nem se tocou”). 


Seguimos com a faixa 9, Mariana, canção sobre o crime ambiental da Samarco que completa sete anos em 2022. Decidi por não fazer uma música abertamente panfletária, explicita. Ela fala sobre o que aconteceu de forma ambígua, podendo ser confundida com uma música sobre o fim de um relacionamento, (Sonhei que um mar de lama engolia a nossa cama, foi tão real que eu não sei.) A faixa tem um arranjo de metais a lá MPB4 e feat da cantora Lia Marques.


Na faixa 10, temos Hoje Eu Corri Feito Um Rio, canção que escrevi junto com João Mantuano, uma melodia suave e agridoce, versando sobre vida, morte e América Latina de forma leve e é também uma homenagem à compositora Luhli. O clima acústico destaca o violão de Rodrigo Garcia, os cellos do Puppi e a bateria e o bandolim de Cesinha.  


O álbum finaliza com Na Lua, faixa 11,  canção de letra em bilingue (inglês e português) que imagina a pandemia sob os olhos de uma criança no brasil e outra na gringa, conversando pela internet. De pegada  indie, ela resgata a sonoridade da minha adolescência, quando eu escutava muito bandas como Wilco, Strokes e Belle & Sebastian. Escrevi na Lua junto com a Agatha, bem no início da pandemia (Não tem ninguém, agora, na lua, na loja da Lúcia, not a single soul at school, at the square, nobody is going nowhere). É uma canção triste e alegre ao mesmo tempo, na mesma medida e de melodia mântrica, que de certa forma puxa para o início do disco. 


 


FICHA TÉCNICA DO ÁLBUM

 

Gravado por: Rodrigo Garcia, Bruno Mokado, Tarso Gusmão, Lia Sabugosa, Federico Puppi, Luiz Lopez, Diogo Spadaro, Marcos Suzano, Duda Brack, Nicolas de Francesco, Rodrigo Porcincula, Ivo Vargas, Gustavo Filograsso e Léo Couto nos estúdios Porangareté, Mokado, Isso Não É, Dolce Cabana e alguns estúdios caseiros nos municípios de Nova Friburgo - RJ; Rio das Ostras - RJ; Barra de São João - RJ; Rio de Janeiro - RJ;  Taubaté - SP; São Luiz do Paraitinga - SP; Juiz de Fora - MG; Vale do Capão - BA; Rosário - Argentina; Montevidéu - Uruguai.


Produção musical por Rodrigo Garcia (faixas 1, 3, 5, 6, 7 e 10) e Bruno Mokado (faixas 2, 4, 5, 8, 9 e 11).

Mixado e masterizado por Bruno Mokado.

Produção executiva: Gui Fleming.

Assistente de produção: Raphael Parett

Concepção artística: Gui Fleming e Rodrigo Garcia.

Capa: Anna Clara Miranda

Fotos: Guilherme Caetano

Estilo/figurino: Rosane Amora

Assessoria de Comunicação: Jorginho Veloso e equipe Alá Comunicação

Distribuição Digital: Believe Music

Editado por selo Porangareté.

A&R Porangareté: Rodrigo Garcia

 

Músicos: Rodrigo Garcia (violão, percussões, baixolão), Bruno Mokado (guitarra,violão, baixo synth, percussões eletrônicas, sintetizador), Cesinha (bateria, baixo, bandolim), Marcos Suzano (pandeiro, percussões eletrônicas), Federico Puppi (violoncelo), Cláudio Rodrixx (baixo), Diogo Spadaro (guitarra), Luiz Lopez (guitarra), Matheus de Souza (trompete), Tiago Tizil (trombone), Gui Fleming (voz, guitarra, violão, baixo), Isac Hotz (teclado), Patrícia Assad (triângulo), Rodrigo Porcincula (percussão), Juliana Linhares (coro), Jhasmyna (coro), Ivo Vargas (coro), Mario Gascó (coro).

Participações especiais: Chico Chico, Júlia Vargas, Maria do Sol, Jhasmyna, Juliana Linhares, Nicolas de Francesco, Rodrigo Garcia e Duda Brack.

 

Agradecimentos: Angela Fleming, Maria Eugênia Vieira Martins, Chico Chico, Rafaela da Silva Santos, Cássia Naldi, Helliza Oliveira, Felipe Nareba, Gabriela Pimenta, Júlia Ouriques, Chris Fuscaldo, Ana Costa, Jailton, Carla Godoy, Lucas Miranda, Aldeia Rock,  Caíques Shoes, Armazém Andar de Cima, UBC.

 

 

FAIXA 1:

 

Olho do Fu - feat: Jhasmyna; Rodrigo Garcia

 

Música e Letra: Gui Fleming

 

Tem dia que doi levantar

Tem dia que só de pensar

Já dói

E rói o osso da cabeça oca

Rói os restos dessa voz tão pouca

Rasga um riso falso e arranca o nosso peito pela boca

 

Mas é difícil chegar

Na solução

Quando se vê que se ta

Que vai ter que ficar

No olho do furacão!

 

Tem dia que dói levantar

Tem dia que só de pensar

Já dói

E rói o osso da cabeça oca

E rói os restos dessa voz tão pouca

E rasga um riso falso e arranca o nosso peito pela boca

 

Parece que eu nem to aqui.

Que eu ando fora do lugar.

Eu sou a roupa pra estender

Eu sou a louça por lavar

A bagunça que ficou e ainda vai ficar.

 

Mas é difícil chegar

Na solução

Quando se vê que se ta

Que vai ter que ficar

No olho do furacão

No olho do fu

No olho...do furacão.

 

Tem dia que doi levantar

Tem dia que só de pensar

Já dói

E rói o osso da cabeça oca

Rói o resto dessa voz tão pouca

Escrevo pra depois rasgar

Os versos que eu quero esquecer

Tem verso que não vai rimar

E amor que rima besta com sofrer

Tem muita roupa pra lavar

E algumas pra estender

 

Sou o silêncio na falta de assunto

Produto bruto de tudo que eu sinto

Multiplicado pelo o que eu me invento

Eu faço vento com esse grito mudo

Frente o surto de razão de um louco

Que viu o mundo girando infinito

O fundo falso no fundo do poço

 

FICHA TÉCNICA:

 

Voz: Gui Fleming

Voz: Jhasmyna

Voz Grave: Rodrigo Garcia

 

Violão e percussão: Rodrigo Garcia

Guitarra: Luiz Lopez

Teclado: Isac Hotz

Baixo: Cláudio Rodrixx

Trompete: Matheus de Souza

Trombone: Tiago Tizil

Percussão: Marcos Suzano

Bateria: Cesinha

Gravada por Rodrigo Garcia no Estúdio Porangareté, Tarso Gusmão em Dolce Cabana, Luiz Lopes, Marcos Suzano e Lia Sabugosa em estúdios caseiros.

Mixada e masterizada por Bruno Mokado.

Arranjo de sopro: Matheus de Souza

Produção musical: Rodrigo Garcia

 

FAIXA 2:

 

Lusco-Fusco

 

Música e letra: Gui Fleming

 

Mesmo eu sendo louco

É tão difícil aceitar

O que eu vivi foi troco

Do que eu não posso pagar

E o peso que eu carrego

É do que eu não posso levar

 

Só mesmo sendo louco

Para não se perder

Por essas ruas tortas

Que o mundo largou pra você.

 

Mesmo eu sendo louco

É tão difícil aceitar

O que eu vivi foi troco

Do que eu não posso pagar

E o peso que eu carrego

É do que eu não posso levar

Só mesmo sendo louco

Para não se perder

Por essas ruas tortas

Que o mundo largou pra você.

Que o mundo largou…

Largou pra você.

Pra você…

 

FICHA TÉCNICA

 

Voz: Gui Fleming

Violão, guitarra, baixo e percussões eletrônicas: Bruno Mokado.

Trompete: Matheus de Souza

Trombone: Tiago Tizil

Triângulo: Patrícia Assad

Bateria: Cesinha

Arranjo de sopro: Matheus de Souza

Produção musical, mix e master: Bruno Mokado.

Gravado por Bruno Mokado no Mokado Studio e Lia Sabugosa em estúdio caseiro.

 

FAIXA 3

 

Moreré - feat Maria do Sol, Júlia Vargas e Chico Chico

 

Música e letra: Gui Fleming e Maria do Sol

 

Vamos dar um rolê pra gastar essa onda

Onde eu fui mergulhar?

No fundo, do fundo da última gota

Das ondas do mar


É na curva do rio que a gente se tromba

A gente se encontra na esquina do mar

É sempre na esquiva que a gente se encontra

Sem querer se encontrar


É na ponta de lança de areia

Na cova da onça

Nos dentes do mar

No quebranto da luz da lua cheia

O tambor da sereia

Tocava a maré

 

Eu vi um mar de areia

Em Moreré

Areia

Vira maré cheia

E o mar recheia Moreré.

 

FICHA TÉCNICA:

 

Voz: Gui Fleming

Voz: Maria do Sol

Voz: Júlia Vargas

Voz: Chico Chico

Coro: Juliana Linhares e Jhasmyna

Guitarra: Diogo Spadaro

Baixo e bateria: Cesinha

Teclado: Isac Hotz

Percussão: Rodrigo Garcia

Percussão: Marcos Suzano.

Produção musical: Rodrigo Garcia

Gravada por Rodrigo Garcia no estúdio Porangareté, Diogo Spadaro no estúdio Isso Não É; Tarso Gusmão em Dolce Cabana; Lia Sabugosa e Marcos Suzano em estúdios caseiros.

Mixada e masterizada por Bruno Mokado.

 

FAIXA 4:

 

Neros - feat Duda Brack.

 

Música e letra: Gui Fleming

 

Nós nos achamos tão narcisos

Mas estamos muito mais pra Neros

Vendo o mundo pegar fogo

Da janela de um apartamento

 

O pantanal parece tão distante

Uma novela da manchete

Era uma foto na estante

Uma notícia triste

Preu ignorar

 

Dinorah! Dinorah! Dinorah!

 

Dinorah leu numa borra

A minha vida

Em outras vidas

Onde eu fui

Mais importante

Dinorah

É uma adivinha

Que advinha exatamente

O que meu ego quer ouvir

Naquele instante

 

Qual será nosso futuro

Dinorah?

Teremos água pra beber

E ar pra respirar

E trigo pra comer

E voz para cantar?

Dinorah?

Dinorah! Dinorah! Dinorah!

 

 

Voz: Gui Fleming

Voz: Duda Brack

Violão: Gui Fleming

Trompete: Matheus Souza

Guitarra, baixo synth e beats eletrônicos: Bruno Mokado.

Produção musical, mix e master: Bruno Mokado

Gravada por Bruno Mokado no Mokado Stúdio e por Duda Brack em estúdio caseiro.

 

FAIXA 5:

 

Zoinho - feat Juliana Linhares e Jhasmyna

 

Música e letra: Gui Fleming

 

Teu zóinho são pequeno


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