Projeto [B]oiá Dissidências Submersas: Grupo Xingó abre inscrições gratuitas para núcleos de pesquisa em dança, teatro e cinema, em SP

 


Inscrições podem ser feitas até 10 de junho. Conteúdo abrange estudos sobre povos e línguas africanas, mitologia dos Orixás e a produção audiovisual de mulheres negras

 O Grupo Xingó está com inscrições abertas para os núcleos de pesquisa do projeto B(OIÁ): Dissidências Submersas. Serão três turmas de estudo presencial, divididas entre o Teatro Arthur Azevedo e a sede do grupo, ambos no bairro da Mooca, na Zona Leste de São Paulo (SP).

 Os interessados devem se candidatar até o dia 10 de junho, por meio de formulários online, disponíveis também nas redes sociais do grupo (@grupoxingo). As vagas serão preenchidas de acordo com critérios pré-estabelecidos pelo grupo, que incluem etnia, gênero e região.


A iniciativa conta com o apoio da 31ª Edição do Fomento à Dança de São Paulo – da Secretaria Municipal de Cultural de São Paulo. O Grupo Xingó atua na capital paulista há 15 anos, com um trabalho de pesquisa continuada em dança e teatro.

 “Temos criado, nesses quinze anos, uma rede ampla de pessoas que não costumam ver teatro. A Mooca é um território de entrada para a Zona Leste e ter espaços gratuitos de dança e teatro aqui é fundamental”, explica Natália Siufi, cofundadora do Grupo Xingó.



 A prática de estudo e pesquisa está focada em uma perspectiva antirracista e parte de um conhecimento não ofertado sobre a história de matrizes fundamentais do Brasil. Os núcleos apresentam uma visão contra-colonial da história da África e das línguas bantas e iorubás, além de buscar outras referências estéticas no cinema e audiovisual, que não partam de uma premissa unilateral e hegemônica.

 “O Grupo Xingó trabalha com este acesso à consciência corporal, com um estudo profundo das nossas ancestralidades. Nossa articulação visa acessar, a partir da lei de fomento, que é uma verba pública, o maior número de pessoas e fazer com que elas participem do projeto e, principalmente, criar uma rede de pessoas que por vezes são vítimas desse sistema patriarcal e racista”, ressalta Erika Moura, artista, educadora e cofundadora do Grupo Xingó.

Sobre os Núcleos

 Núcleo Vozes Dissidentes - Povos e Línguas Africanas: Da África para o Brasil

Orientado pela pesquisadora, linguista e mãe de santo, Iyá Monadeosi, visa aprofundar estudos nas línguas bantas, línguas iorubás, história da África e do Candomblé. Vagas: 30. Duração: 8 meses (módulos de oito encontros cada, às terças-feiras, das 10h às 12h30). Local: Teatro Arthur Azevedo (Av. Paes de Barros, 955 - Mooca – SP). Inscrições no link: bityli.com/BRZItd.

 


Núcleo Vozes Dissidentes - Mitologia dos Orixás

Orientado pela atriz e candomblecista Gueda Liberto, aborda as diferentes narrativas sobre o tema, focado inicialmente nos 16 principais orixás do Candomblé. Vagas: 12. Duração: 2 meses (oito encontros, às terças-feiras, das 18h30 às 20h30). Local: Casa Sede do Grupo Xingó (Rua Jumana, 126, cj. 02 – Mooca – SP). Inscrições no link: bityli.com/zWamuv.

Núcleo Imagens Dissidentes - O que o cinema produzido por mulheres negras nos conta?

Orientado pela diretora, atriz, fotógrafa e professora Maria Fanchin, apresenta uma outra história do cinema e audiovisual, com curtas, médias e longas metragens de narrativas indígenas, negras e da América Latina. Vagas: 12. Duração: 12 meses (encontros quinzenais divididos em módulos, aos sábados, das 10h às 13h, além de seis Cineclubes Públicos, mediados por convidados – Cine Corpas, em locais a confirmar). Local: Casa Sede do Grupo Xingó (Rua Jumana, 126, cj. 02 – Mooca – SP).

 

Sobre o Grupo Xingó

 O grupo de dança-teatro Xingó existe há quinze anos, na Zona Leste da cidade de São Paulo, produzindo e circulando arte, sistematizando metodologias do seu fazer, buscando outras relações de trabalho possíveis, mais horizontais, fortalecendo parcerias dentro da categoria e para além dela, em movimentos, fóruns e redes.

 Em 2016, a casa-sede foi inaugurada na Mooca, em uma espécie de escola popular, com espaços de prática em balé, contato improvisação, danças brasileiras e teatro de rua. Em parceria com o Teatro Arthur Azevedo, o grupo desenvolve projetos de aulas abertas no saguão, a Festa Xingó de Variedades e outros eventos e programações.

 Além dos espetáculos de repertório e dos cursos e treinamentos, o Grupo é responsável pela realização do Festival Curto-Circuito, uma temporada anual itinerante em territórios de resistência como aldeias, quilombos e assentamentos do interior do estado.

Contemplado com diversos prêmios públicos ao longo de quinze anos, o Xingó desenvolve uma pesquisa continuada séria, profunda e que provoca outras referências que não as eurocêntricas e patriarcais no campo da arte e da cultura.

 

Comentários