Inscrições abertas para a
Residência de Teatro Épico-Dialético:
atuação, dramaturgia e música
Com Sérgio de Carvalho e Cia. Do Latão
Durante os meses de julho e agosto, o CPT SESC, em parceria com o diretor Sérgio de Carvalho e a Companhia do Latão, realiza residência artística voltada para artistas da cena interessados e interessadas no teatro épico-dialético, campo de atuação da Companhia, e no trabalho e pesquisa desenvolvidos por ela.
A residência partirá, entre outras referências, do texto "A Compra do Latão", de Bertolt Brecht; texto que, inclusive, deu origem ao nome do grupo e se dará por três caminhos complementares: atuação, dramaturgia e música.
Pré-inscrição on-line
Para participar, os interessados devem fazer a pré-inscrição no site www.sescsp.org.br/cpt, no período de 21 a 28 de junho, por meio do preenchimento do formulário on-line, onde podem escolher entre uma dessas três áreas de interesse (atuação, dramaturgia ou música), a qual será enfatizada durante sua participação. Ainda assim, será formado um grupo único, que trabalhará coletivamente durante todo o período da residência.
Os interessados também deverão preencher os campos com a carta de apresentação e carta de intenção, enfatizando sua relação com a área escolhida. Além disso, será necessário gravar um vídeo e enviar, junto com as cartas, o link para assistência em alguma plataforma de vídeo (YouTube, Vimeo etc.). O vídeo, com até um minuto de duração, pode ter caráter mais biográfico, ser uma leitura de um texto autoral ou de interesse pessoal e até mesmo uma pequena performance, desde que relacionada à área de interesse escolhida.
O resultado da seleção será enviado por e-mail e divulgado no portal a partir do dia 5/7.
Sérgio de Carvalho
Encenador, dramaturgo e diretor do grupo artístico Companhia do Latão. É professor livre-docente e pesquisador na Universidade de São Paulo, onde atua no Departamento de Artes Cênicas desde 2005, na área de dramaturgia. Entre seus muitos espetáculos estão O Nome do Sujeito (1998), A Comédia do Trabalho (2000), Ópera dos Vivos (2010) e Lugar Nenhum (2018). Realizou os filmes Valor de Troca-Srta. L (TV Cultura, em 2007), Ensaio sobre a Crise (TV Brasil, 2016) e Ópera dos Vivos (2014). Tem mestrado em Artes Cênicas (1995), doutorado em Literatura Brasileira (2003) e livre-docência em Dramaturgia (2017) pela USP. Foi professor de Teoria do Teatro na Unicamp entre 1996 e 2005. Tem graduação em jornalismo e colaborou com diversos veículos de comunicação, como Folha de S. Paulo, Valor Econômico e revista Bravo, sendo cronista do jornal O Estado de S.Paulo. Fez conferências em países como Argentina, México, Espanha, Portugal, Grécia e Alemanha, em instituições culturais como Universidade de Frankfurt, Teatro São Luiz de Lisboa, Brecht Haus e Akademie der Kunst, em Berlim. Foi premiado como encenador pela União dos Escritores e Artistas de Cuba pela montagem de O Círculo de Giz Caucasiano, de Brecht, em 2008. Foi diretor do TUSP-Teatro da Universidade de São Paulo, vice-diretor do Centro Universitário Maria Antonia e pesquisador do Programa Ano Sabático do IEA-Instituto de Estudos Avançados da USP. Editou as revistas Vintém e Traulito e jornal O Sarrafo. Entre seus livros se destacam Introdução ao Teatro Dialético (Expressão Popular, 2009), Companhia do Latão 7 peças (Cosac Naify, 2008), Ópera dos Vivos (Outras Expressões, 2014). Em 2019 lançou três livros com suas peças O Pão e a Pedra, Lugar Nenhum e Os que ficam (Temporal, 2019). Em 2022 dirigiu a ópera Café no Theatro Municipal de São Paulo.
Companhia do Latão
A Companhia do Latão surge como um projeto teatral interessado na reflexão crítica sobre a sociedade atual. Em 1997 o diretor Sérgio de Carvalho organiza o projeto “Pesquisa em teatro dialético no Teatro de Arena”, com codireção de Márcio Marciano, que teve sua abertura pública com a leitura de A Santa Joana dos Matadouros, de Bertolt Brecht. Em paralelo, o grupo realiza um estudo da teoria brechtiana aplicado à representação da sociedade brasileira que modela seu trabalho nos anos seguintes, gerando peças como Ensaio sobre o Latão (1997) e O Nome do Sujeito, de 1998, sua primeira escrita autoral. A utilização de uma forma ensaística e a recusa de se inserir no sistema produtivo como um “produto acabado” marca as encenações do período: A Comédia do Trabalho (2000), Auto dos bons tratos (2002), O Mercado do Gozo (2003) e Visões Siamesas (2004), inspirada em escritos de Machado de Assis. Algumas dessas montagens permitem um maior intercâmbio com setores politizados do país, através da participação de atividades em sindicatos, encontros estudantis e fóruns sociais. Paralelamente às grandes montagens, o grupo desenvolve experimentos breves, como leituras cênicas. Alguns deles tornaram-se encenações de maior alcance, como João Fausto, de 1999, feito a convite do Instituto Goethe, Equívocos Colecionados, de 2004, sobre a obra de Heiner Müller, e Senhorita L ou Valor de Troca, transformado num filme de televisão em 2007. Foi também em parceria com o Instituto Goethe que a Companhia do Latão realizou intercâmbios com artistas alemães, por exemplo, Peter Palitzsch, colaborador de Brecht no Berliner Ensemble, e Alexander Stillmark. Em 2006, na comemoração de 10 anos, o grupo inaugura uma nova fase, com a estreia de O Círculo de Giz Caucasiano, de Brecht, com direção de Sérgio de Carvalho, que recebeu em Havana o prêmio Villanueva de melhor espetáculo estrangeiro no ano seguinte. Inaugura nesse ano o Estúdio Latão e intensifica sua frente de pesquisa audiovisual, que contou com a colaboração de muitos jovens cineastas de São Paulo. A grande pesquisa realizada para o espetáculo Ópera dos vivos, em torno do trabalho da cultura política nos anos 1960, em contraste com a atualidade, marca a produção do grupo nos anos seguintes. O espetáculo, de 2010, com suas quatro horas de duração, composto de várias linguagens artística, e apresentado em todo o Brasil e Portugal, foi depois registrado em filmes e CD com canções. Entre 2012 e 2015, o grupo retoma suas atividades de formação ligadas ao Núcleo de Estudos Anatol Rosenfeld, e produz novos espetáculos em diálogo com a obra de importantes dramaturgos do teatro dialético: O Patrão Cordial, de 2012, é uma releitura da obra de Brecht e Os que ficam, de 2015, dialoga com escritos de Augusto Boal. A crise política que toma conta do país no período se expressa na dramaturgia de O Pão e a Pedra, espetáculo de 2016 sobre a greve dos metalúrgicos de 1979. Em 2018, o grupo encena Lugar Nenhum, parábola sobre os impasses da cultura política do país, e em 2019, O mundo está cheio de nós, montagem concebida para apresentações ao ar livre e que circulou por bairros periféricos da cidade de São Paulo. No período, o grupo segue com a procura de interação entre atividades cênicas, pedagógicas e editoriais, e com a pesquisa de novas formas de representação das contradições da sociedade brasileira.
Serviço
Residência de Teatro Épico-Dialético: atuação, dramaturgia e música
com Sérgio de Carvalho e Cia. do Latão
12/7 a 18/8, terças, quartas e quintas, das 14h às 17h
Público: pessoas interessadas em atuação, dramaturgia e música.
Valores: R$$160,00 (inteira), R$80,00 (meia-entrada) e R$ 48,00 (credencial plena)
Espaço CPT (7º andar) | Sesc Consolação
Vagas: 30
Indicação: Não recomendado para menores de 18 anos
Pré-inscrição para o Processo Seletivo
De 21/6, às 14h a 28/6, às 14h, em www.sescsp.org.br/cpt
Na pré-inscrição, os candidatos podem escolher sua área de interesse, devem escrever sua carta de apresentação e carta de intenção nos campos de preenchimento on-line, enfatizando sua relação com a área escolhida, e inserir o link de acesso ao vídeo*, armazenado em alguma plataforma (YouTube, Vimeo etc.).
*O vídeo produzido pelo(a) candidato(a), com duração de até um minuto, pode ter caráter mais biográfico, ser uma leitura de um texto autoral ou de interesse pessoal, ou até mesmo ser uma pequena performance, desde que relacionada à área de interesse escolhida.
Divulgação do resultado
05/7: O resultado da seleção será enviado por e-mail para os pré-inscritos e divulgado no portal Sesc SP.
Sobre o CPT_SESC
O Centro de Pesquisa Teatral foi criado em 1982 como laboratório permanente de criações teatrais, formação de atrizes, atores, dramaturgas e dramaturgos. Ao longo das décadas, ganhou reconhecimento da crítica e de seus pares no Brasil e em outras partes do mundo como referência no fazer teatral. Foi coordenado por Antunes Filho por 37 anos, período no qual formou mais de mil profissionais das artes cênicas e apresentou 46 espetáculos. Em 2020, passado um ano da morte do diretor, o CPT expandiu suas ações em busca do constante desenvolvimento que o teatro contemporâneo exige, mantendo o diálogo com o seu legado.
A programação do CPT_SESC, presencial e on-line, apresenta ciclos de debates, mostras do acervo, cursos, podcasts, oficinas, entre outras atividades, com artistas e técnicos de diversas formações e instâncias da produção teatral, a fim de desenvolver um trabalho interdisciplinar a que sempre se propôs.
Confira a programação completa em www.sescsp.org.br/cpt e nas redes sociais:
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Twitter.com/cptsesc | Youtube.com/cptsesc
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