Sônia Elesbão : “O prazer de estar na avenida vestida de baiana” maratonando no Carnaval da Vida

 

Sõnia no Ensaio Técnico da Mocidade Unida da Mooca / Foto: Pompix 

Sônia Elesbão , 64 anos, esposa, mãe e avó, moradora da Vila Formosa na  Zona Leste de São Paulo, aposentada, que tem uma barraca de meias divertidas no bairro do Brás para compor a renda familiar , é uma sambista apaixonada pelo carnaval e pela ala das baianas.

Após vencer a Covid-19 ela resolveu aproveitar ao máximo o Carnaval da Vida.

As meias divertidas comercializadas por Sônia 

Sônia conta que sua paixão começou  ainda criança, na cidade de Lins –SP,  onde nasceu e inspirada pelo samba dos  Demônios da Garoa que seu tio Zico ouvia, começou a gostar de samba e carnaval.  Adulta, saiu de sua cidade e chegou na capital de São Paulo nos anos 80, época em que a Mocidade Alegre ganhava seu primeiro título no grupo especial com enredo“ Embaixada de Bambas e Samba – A Festa do Povo “, do carnavalesco Edson Machado.

Vindo morar numa pensão no bairro da Bela Vista, foi assaltada, teve que enfrentar momentos difíceis para uma mulher negra sozinha do interior, numa cidade que mal conhecia, mas tinha uma vizinha que lhe deu apoio,

uma personalidade ilustre e renomada no carnaval paulistano, Thereza Santos, filosofa, teatróloga, atriz, professora, carnavalesca que pagou seu mês de pensão, arrumou-lhe  um emprego ,  deu o que comer (fazia um abóbora com carne seca divina) , e se tornaram amigas íntimas. Para melhorar seu astral a levou para conhecer a quadra da Morada do Samba, onde se encantou pela ala das baianas. Jovem para desfilar na ala das baianas saiu  em outra ala mas não se sentiu realizada . Na Mocidade conheceu compositores como o saudoso fundador e presidente  Juarez da Cruz, Ademir  Arantes, Airton Santa Maria, Mário Luiz e Wilson Freire.

A amiga Thereza Santos

A primeira oportunidade de sair como queria numa  Ala das Baianas foi dada pela Mocidade Unida da Moóca, que ainda desfilava nos bairros pela UESP – União das Escolas de Sambas Paulistana, e segue com a escola que está em ascensão desde então, onde é muito querida pelo presidente Rafael Falanga que a chama carinhosamente de mãe.

Sônia e o presidente Rafael Falanga da MuM / Aniversário da escola / Foto : Jr. Queiroz 

Desde então desfila de baiana na MUM e há dez anos desfila também na ala de baianas da Mancha Verde.No carnaval desse ano pós pandemia, ela resolveu celebrar a vida e seu amor por ser baiana no carnaval.

Desfile da Mocidade Unida da Mooca 

Já com lugar garantido na Mocidade Unida da Mooca e Mancha Verde pelos anos de dedicação, ela realizou seu sonho de desfilar de baiana na Mocidade Alegre, e se colocou à disposição das coordenadoras de alas que já as conhece,   vestida de branco na concentração do Anhembi nos dias de desfiles, para suprir a falta de baianas em escolas que precisavam , já que aprende os sambas de todas as agremiações assim que eles saem, então maratonou e amou a experiência.

Com Ailton Graça (ator) na concentração 

E ainda foi campeã no Grupo Especial da Liga-SP com a Mancha Verde e com a Imperatriz da Paulicéia no Grupo Especial dos Bairros da UESP. 

Sônia, uma sambista com uma verdadeiro amor ao Carnaval .Se fez presente na Mocidade Unida da Moóca, Mancha Verde, Mocidade Alegre, Vai Vai, Pérola Negra, Imperatriz da Paulicéia, Unidos de Santa Bárbara.

Desfile da Mocidade Alegre 

Questionada como pode desfilar em tantas escolas com uma fantasia pesada ela responde : “Sabe quando você sente aquele prazer imenso de estar na avenida vestida de baiana? Só sente o peso da fantasia, quem realmente não desce de alma, corpo  e espírito juntos na avenida e fala: EU SOU BAIANA!”

 

Desfile da Mancha Verde

Desfile da Vai Vai 


Desfile da Pérola Negra 

 

Desfile da Imperatriz da Paulicéia 

Desfile da Unidos de Santa Barbara 


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