CPT_SESC lança 13ª coleção de obras restauradas e digitalizadas das peças dirigidas por Antunes Filho
Imagens do figurino da peça Nossa Cidade | Crédito: Bob Sousa |
A mostra digital é um recorte do processo criativo do diretor e traz fotos de figurinos
e preciosidades disponibilizadas ao público na plataforma do Sesc Digital
Ao longo de seus 37 anos à frente do CPT_SESC, o diretor Antunes Filho deixou um legado de 46 espetáculos que fizeram história no teatro brasileiro e estão sendo transformados em
Nesta primeira etapa, já foram restaurados e fotografados 150 trajes e outros 470 elementos cênicos de espetáculos do diretor. Fechando o ciclo, composto por 13 obras, com a peça Nossa Cidade – uma reconstrução do texto do dramaturgo norte-americano Thornton Wilder (1897-1975). A nova coleção estará disponível, a partir do dia 4 de abril (segunda-feira), na plataforma Sesc Digital.
Para a segunda fase do projeto, outras 14 obras já se encontram em fase de higienização e restauro. Parte dessas coleções serão disponibilizadas ainda neste ano, quando serão comemorados os 40 anos do Centro de Pesquisa Teatral.
O acervo tem por finalidade fortalecer a memória do teatro e da cultura brasileira, contribuir com estudiosos e estudantes da arte de forma em geral, além de rememorar a história construída pelo encenador.
Nossa Cidade
O drama Nossa Cidade, ganhador do prêmio Pulitzer, é um clássico americano com apelo universal e uma das peças teatrais mais montadas no século XX e início do século XXI. Sua história retrata o dia a dia da pequena cidade de Grover’s Corners, a partir do cotidiano de duas famílias locais (os Gibbs e os Webb), narrada por um “diretor de cena” preso a uma cadeira de rodas, que costura os fatos para o espectador.
Nesta montagem, o encenador prioriza os atores e a palavra em detrimento de um cenário mais elaborado, com o intuito de promover reflexões sobre a humanidade através dos EUA, identificando as contradições desse país e como isso se manifesta no mundo.
Imagens do processo de tratamento do acervo de figurinos - Sesc Memórias
Fotos: Ricardo Ferreira
“A cenografia é uma reprodução da nossa sala de ensaios. É uma forma de atender a rubrica do autor que pede que não exista cenário, mas também uma tomada de posição perante a tecnologia que inunda os palcos nos dias de hoje. É uma volta ao teatro simples, em que prevalece integralmente o jogo dos atores que é o que em toda a minha carreira eu estive todos os dias buscando”, comenta Antunes em nota indicada como parte do material para comunicação e divulgação na estreia da peça.
Para compor essa cenografia, foi feita uma ampla pesquisa de ambientação e cores, com muitos itens adquiridos em brechós para a composição dos trajes, aponta Camila Nuñez, figurinista de Nossa Cidade.
Também foi muito utilizada a cor preta na cenografia, que remete à noção Ocidental do luto. O cenário foi construído como uma réplica da sala de ensaio do Espaço CPT, com cortinas nas laterais e no fundo, de acordo com San Pestana, responsável pela cenografia do espetáculo.
Coleções e Acervos Históricos CPT_SESC – Nossa Cidade
Na Coleção Nossa Cidade, de caráter fotográfico e document
Para além da guarda e preservação de documentos referentes a festivais, jornadas, espetáculos, ensaios, cursos e oficinas, isto é, o que cerca e compreende o fazer teatral, a instituição, por meio do Sesc Memórias, lançou-se em 2010 ao desafio de concentrar esforços sobre o acervo produzido pelo CPT_SESC, desde seu surgimento em 1982.
Composto por cartazes, folhetos, programas, vídeos, fotografias, entrevistas, recortes de jornais e revistas, esse conjunto também abarca os figurinos e adereços concebidos por cenógrafos e figurinistas que trabalharam com o grupo ao longo dos anos.
O trabalho, especificamente dedicado aos figurinos e objetos de cena, teve início em 2016. Atualmente já são 12 as coleções publicadas no Sesc Digital, referentes aos espetáculos A Hora e Vez de Augusto Matraga, Antígona, Foi Carmen, Fragmentos Troianos, Gilgamesh, Medeia e Medeia 2, Nossa Cidade, Toda Nudez Será Castigada, Trono de Sangue, Pedra do Reino, Vereda da Salvação e Xica da Silva.
Serviço
A partir de 4 de abril, segunda-feira
Nossa Cidade - Coleções e Acervos Históricos CPT_SESC
[disponível na plataforma Sesc Digital]
Acervo digital do espetáculo Nossa Cidade, com fotos de figurinos, cenas e peças gráficas, além do vídeo da peça e relatos da figurinista Camila Nuñez, do ator Leonardo Ventura e do cenógrafo San Pestana.
Sobre as Coleções e Acervos Históricos CPT_SESC
As Coleções e Acervos Históricos CPT_SESC trazem ao público seleções dos figurinos e outros itens de peças encenadas pelo CPT. Um minucioso trabalho de pesquisa possibilitou a recomposição e restauro de 150 trajes cênicos compostos por 470 itens, de 13 espetáculos: A Hora e Vez de Augusto Matraga, Antígona, Foi Carmen, Fragmentos Troianos, Gilgamesh, Medeia, Medeia 2, Nossa Cidade, Toda Nudez Será Castigada, Trono de Sangue, Pedra do Reino, Vereda da Salvação e Xica da Silva. Em seguida, os figurinos foram registrados pelo fotógrafo Bob Sousa, fotos essas que são hoje o fio condutor das Coleções.
Sobre o Sesc Memórias
Implantado e coordenado pela Gerência de Estudos e Desenvolvimento do Sesc São Paulo, o Sesc Memórias é um programa que desde 2006 atua na coleta, higienização, organização, guarda e disponibilização da documentação produzida pela instituição, com o propósito de preservar e difundir suas memórias. Integram seu acervo os registros produzidos desde a criação do Sesc, em 1946. São diversos gêneros, suportes e formatos de documentos que assinalam a ação finalística da instituição e seus processos de trabalho, como materiais de divulgação, fotografias, produtos institucionais, ações programáticas, relatórios, entre outros. Seu acervo contribui para a reflexão acerca do trabalho desenvolvido pela instituição, bem como para a promoção de pesquisas e de produção de conhecimentos, na medida em que é acessível ao público interno e externo, reforçando a memória como um valor a ser cultivado.
Sobre o CPT_SESC
O Centro de Pesquisa Teatral foi criado em 1982 como laboratório permanente de criações teatrais, formação de atrizes, atores, dramaturgas e dramaturgos. Ao longo de quatro décadas, ganhou reconhecimento da crítica e de seus pares no Brasil e em outras partes do mundo como referência no fazer teatral. Foi coordenado por Antunes Filho por 37 anos, período no qual formou mais de mil profissionais das artes cênicas.
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