Instituto Procomum avança em projeto que reafirma protagonismo negro na Baixada Santista


Projeto Memórias, Narrativas e Tecnologias Negras terá pesquisa histórica,
mapeamento de pessoas, iniciativas e infraestruturas, além de plataforma
multimídia, que será atualizada permanentemente.




O Instituto Procomum – por meio do Lab Procomum, criado em 2017 e que acolhe

diferentes comunidades de criação e práticas organizadas em torno de grupos permanentes

de trabalho e de estudo – anunciou na última quinta-feira, 13 de maio, as próximas etapas do

Projeto Memórias, Narrativas e Tecnologias Negras, realizado em parceria com o Instituto

Ibirapitanga, desde junho do ano passado.

A escolha da data, que oficialmente marcou os 133 anos da Abolição da Escravatura no

Brasil, reforça a proposta em estabelecer um contraponto crítico ao processo de apagamento

da memória e ancestralidade negra na região.

Além da conclusão de um dos eixos principais do projeto - uma pesquisa inédita

realizada pelo jornalista Marcos Augusto Ferreira, intitulada “Memórias Apagadas da

Terra da Liberdade” -, o Instituto também está iniciando um mapeamento de pessoas,

infraestruturas e iniciativas negras da atualidade.

Residências artísticas com grupos da região, prototipagens e intervenções no território

urbano, encontros formativos e um webinário sobre o conteúdo da pesquisa estão

entre as próximas etapas que construirão amplo painel dedicado a demonstrar a

variedade de perspectivas sobre o protagonismo negro na Baixada Santista.

O conteúdo final do projeto, que inclui o texto inaugural e final da pesquisa, biografias

e artigos produzidos, será disponibilizado em agosto deste ano em plataforma de

acesso multimídia – e permanecerá em constante atualização.

O resgate das ‘memórias apagadas’ – A pesquisa Memórias Apagadas na Terra da

Liberdade” percorre o território urbano de hoje para resgatar, por meio de

entrevistas, documentos e registros históricos, as memórias dos povos negros da

Baixada Santista, sobretudo em Santos.

Informações à imprensa

Para o autor do trabalho, Marcos Augusto Ferreira, jornalista especializado em

Política e Relações Internacionais, pesquisador da história e literatura africana e de

temas da cultura afro-brasileira, ainda que História e memória se utilizem

mutuamente para a construção de narrativas, a primeira, ao propor um registro em

recortes temporais, tende a diluir a segunda, especialmente quando não há interesse

para a abordagem desejada.

“Quantas cidades existem sob as ruas, alamedas, avenidas, praças e concretos por

onde transitamos hoje? Seguramente são em quantidade infinitamente maior àquela

que nos faz supor o espaço urbano de casarões e arranha-céus que demarcam áreas

de privilégios e privilegidados” , argumenta.

Mapeamento contemporâneo

Até o dia 30 de maio o Instituto Procomum disponibiliza um formulário online para

que pessoas, iniciativas e lugares que remetem ao passado e ao presente da população

negra da Baixada Santista sejam mapeados.

O acesso é livre para qualquer pessoa interessada em contribuir com o projeto, no

endereço: https://forms.gle/Mcxm6Bx9TWBauTb97

“O apagamento histórico das nossas memórias coletivas não pode mais ser uma forma

de atuação do racismo. Para nós essa é uma pesquisa-ação permanente, que seguirá

para além do projeto. Esperamos que dure o tempo necessário para que possamos

mudar essa lógica” , comenta Marina Pereira, gerente de comunidades e

experimentações do Instituto Procomum.

Sobre o Instituto Procomum

O Instituto Procomum é uma organização sem fins lucrativos que trabalha para ativar

e participar de redes cujo foco é promover a transformação social e inventar um

mundo comum entre diferentes.

+ Info: Site: www.procomum.org | Instagram . @procomum

Comentários