Prêmio Claudia Wonder encerra 9 ª Transvisão com homenagens a ícones fundamentais na luta pela visibilidade trans
Fonte : Henrique Mello /Fotos : Edson Lopes
Chegou ao fim na noite da última quarta-feira, 4, a 9ª edição da SP TransVisão, semana de visibilidade trans. Foram 5 dias de uma rica programação de debates, bate-papos, espetáculos e intercâmbios culturais com artistas, intelectuais e ativistas dos direitos e visibilidade de pessoas transexuais e travestis. A iniciativa é organizada pela Adaap (Associação dos Artistas Amigos da Praça), que administra a SP Escola de Teatro, e tem como objetivo celebrar a diversidade e o respeito que a instituição tem com as pessoas trans.
O encerramento da festividade foi marcado pelo prêmio Claudia Wonder, que acontece há anos na SP Escola de Teatro e homenageia nomes importantes da luta LGBTQI+.
As apresentadoras foram Marcia Dailyn, Brenda Olíver, Kimberly Lucian
Os vencedores do prêmio são as personalidades transexuais Eloina dos Leopardos, Erika Hilton, Mariana Munhóz e Léo Paulino e as instituições Casa Florescer e Casa Chama. Devido à pandemia de Covid-19, os homenageados enviaram seus discursos de agradecimento via transmissão digital.
Confira uma pequena biografia dos vencedores do prêmio Claudia Wonder:
Casa Florescer é um centro de acolhimento para a população de mulheres trans e travestis em situação de rua. Podem ser acessados por meio de encaminhamentos dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), Centros de Referência Especial de Assistência Social (CREAS), Centros POP, outros serviços socioassistenciais, demais políticas públicas e órgãos do Sistema de Garantia de Direitos.
Casa Chama é uma associação cultural de cuidados LGBTQIAP+ plural e fluida, que surgiu da necessidade de criar mais espaços de pesquisa, discussão e ação. A casa é um ambiente de convívio seguro que produz desde eventos culturais e grupos de estudo até projetos de cuidado e apoio jurídico. Para isso, fazemos uso de ferramentas de organizações civis para realizar ações colaborativas efetivas. Somos uma família aberta: nosso objetivo é crescer, criar mais suportes, compartilhar nossa infraestrutura para gerar autonomia por meio do afeto.
Erika Hilton é vereadora eleita da cidade de São Paulo. Negra e transvestigênere, foi a mulher mais bem votada em 2020 em todo o país, a mais votada do PSOL e é a primeira trans eleita para a Câmara Municipal paulistana, com mais de 50 mil votos. Foi co-deputada estadual em São Paulo pelo mandato coletivo da Bancada Ativista (PSOL). Ex-estudante de Gerontologia da UFSCar, é ativista dos Direitos Humanos, na luta por equidade para a população negra, no combate à discriminação contra a comunidade LGBTQIA+ e pela valorização das iniciativas culturais jovens e periféricas.
Eloina dos Leopardos é atriz e artista travesti e foi a primeira rainha de bateria do RJ da Beija-Flor. Nas décadas de 80 e 90, apresentava o show ”Noite dos Leopardos” um verdadeiro sucesso da noite carioca nas décadas de 80 e 90. Em 2017, participou do documentário Divinas Divas, de Leandra Leal, no qual aparece ao lado de Rogéria, Valéria, Jane di Castro, Camille K., Fujica de Holliday, Marquesa e Brigitte de Búzios, consideradas a primeira geração de artistas travestis do Brasil.
Mariana Munhóz é cantora, cabeleireira e maquiadora, mãe protetora e amiga dos animais. É cantora transexual desde os 18 anos. Fez parte do Coral da USP, como soprano.
Léo Paulino é ativista de direitos humanos com ênfase em transgeneridades. Bacharel em direito. Assessor da Comissão de Direitos Humanos da OAB de São Bernardo do Campo. Coordenador do projeto/ON TRANSFORMAÇÕES – transformando vidas (Inclusão profissional), faz atendimentos jurídicos sobre as mais diversas demandas, desde retificação de nome e gênero, direito de família, imobiliário e penal. Durante a pandemia, ficou responsável pela cidade de Santo André na entrega de cestas básicas para a população LGBT em situação de vulnerabilidade. Por meio do Projeto Sobreviver, distribuiu mais de 2 mil cestas básicas para as travestis em prostituição, kits de higiene e beleza. Além disso, doou 2 mil máscaras em Santo André, kits de higiene para as travestis do Centro de Detenção Provisória de Pinheiros e 100 litros de água sanitária para limpeza do pavilhão. No final do ano, o projeto distribuiu presentes para as travestis e as mulheres cis em prostituição.
Confira o encerramento do prêmio Cláudia Wonder pelo link a seguir:
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