(9/2) TERÇA ABERTA NO KASULO - Bia Rezende, Jonatan Vasconcelos, Pedro Athié

 

Bia Rezende em “Preta demais pra ser branca, branca demais pra ser preta”.

A Terça Aberta, programa mensal da Cia Fragmento de Dança, que nos últimos meses aconteceu de modo on-line com os artistas performando ao vivo, cada qual em sua casa, agora, na edição de fevereiro, que rola no dia 9, às 19h, inaugura um formato híbrido: retorna ao Kasulo, com uma platéia ainda bastante reduzida, e transmissão simultânea dos trabalhos através de live pelo perfil do Instagram da Cia. www.instagram.com/fragmentodedanca

Serão três trabalhos solos apresentados em sequência: “Preta demais pra ser branca, branca demais pra ser preta”, de Bia Rezende, “Impulsos Instáveis”, de Jonatan Vasconcelos, ambos com base expressiva nas danças urbanas e contemporânea, e “Ação para desembrutecer: A Língua é um Mapa Imenso”, do performer e artista visual Pedro Athié.

Em “Preta demais pra ser branca, branca demais pra ser preta”, Bia Rezende denuncia as incansáveis tentativas de apagamento da negritude, no país com a maior quantidade de negros fora do continente africano, e alerta sobre a necessidade de autoconhecimento e entendimento histórico para fortalecer o sentimento de pertencimento. “Cresci ouvindo que eu era ‘preta demais pra ser branca e branca demais pra ser preta’, mas como diz (a poeta e ativista afro-peruana) Victoria Santa Cruz, um dia me gritaram: Negra! E eu respondi!”, declara Bia Rezende. O poema interpretado na performance é de autoria de Midria,  a poeta, estudante de Ciências Sociais na Universidade de São Paulo, criadora do Slam USPerifa e integrante do Coletivo Sarau do Vale.




Com o solo "Impulsos Instáveis", Jonatan Vasconcelos busca entender os dispositivos que impulsionam o seu mover, seja intuitivo, em reação a tudo que o afeta, seja em projeção ao processo de construção do seu eu, ao perceber sua individualidade, potencialidades e modos de ver e agir no mundo. Na tentativa de se desvencilhar de uma cultura machista condicionada pelo patriarcado, reflete sobre a sua masculinidade e, por fim, procura novas possibilidades de resistir e reexistir. Thainá Souza responde pela captação de imagens.

O filósofo e ativista trans Paul B. Preciado define que “o sujeito fabricado pela pandemia no tecnopatriarcado neoliberal não tem pele, é intocável, não tem mãos...”. Com Ação para desembrutecer: A Língua é um Mapa Imenso”, Pedro Athié busca atualizar seu corpo, imaginando uma instalação, em meio à multidão. Ao mesmo tempo em que, obsessivamente, organiza um atentado ao sujeito “embrutecido", o performer se revela entre tentativas de percursos, a partir de uma confissão, e também do metal, da saliva e do fracasso.

Concluídas as três apresentações, segue uma boa conversa entre os artistas, com a participação do público e mediação da atriz Janaina Leite (Grupo XIX de Teatro) e da bailarina Vanessa Macedo (Cia Fragmento de Dança).

A proposta da Cia Fragmento de Dança, que já recebeu o prêmio Denilto Gomes e foi indicada ao APCA de Dança 2020acolhe trabalhos de dança, teatro e performance inéditos, recém estreados ou em processo e, neste momento, conta com o apoio da Lei Aldir Blanc.



Impulsos_Instáveis-Jonatan_Vasconcelos_2


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Serviço

Terça Aberta no Kasulo

09/02 – 19h às 21h

Com: Bia Rezende (Preta demais pra ser branca, branca demais pra ser preta), Jonatan Vasconcelos (Impulsos Instáveis) e Pedro Athié (Ação para desembrutecer: A Língua é um Mapa Imenso).

Live pelo Instagram

www.instagram.com/fragmentodedanca

Mediação: Janaína Leite (Grupo XIX de Teatro) e Vanessa Macedo (Cia Fragmento de Dança).

 



A Lingua / Pedro Athiê


 

Um pouco dos artistas

Bailarina, professora e coreógrafa, Bia Rezende é Assistente Social Pós-Graduanda em Psicologia Social e Antropologia.  Na dança, além do Brasil, já se apresentou nos Estados Unidos, Tanzânia, Zâmbia e África do Sul em tour com o coletivo GX International. Há sete anos, ministra aulas regulares e coreografa para projetos sociais.

Jonatan Vasconcelos é artista da dança contemporânea com influências em danças urbanas, educador e instrutor de yoga. Iniciou seu desenvolvimento artístico em 2013, no Programa Vocacional, se formou em dança pelo Projeto Núcleo Luz-Ciclo II, e em Yoga pela Associação de Yoga Ananda Marga. Integra a Jorge Garcia Companhia de Dança, o Grua-Gentlemen de Rua,  a Cia Diversidança e faz parte da direção coletiva do Núcleo Disparador, formado a partir do Trabalho de Conclusão de Curso do Núcleo Luz.

Pedro Athié é performer e artista visual. Formado em Cinema pela FAAP (2016), trabalha entre os campos do vídeo, da performance e da dança. Técnico em artes cênicas com especialização em “Corpo: Performance, Dança e Teatro”, pela Escola de Artes Célia Helena (SP), é artista colaborador do Núcleo Cinematográfico de Dança (SP) e do Teatro da Matilha (SP) e criador-gerador da ocupação artística de rua "Tesãozinho Inicial" desde 2016.

 


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