Zona Agbara / Foto : Pedro Gomes |
Evento online traz atividades que pautam
o feminismo negro e o universo da gordofobia
A Zona Agbara, companhia de dança formado por mulheres negras e gordas, lança o projeto PILARES. De 14 a 19 de dezembro de 2020 a Agbara inicia os trabalhos deste projeto com o 2º Encontro Corpo Gordo na cena cultural. O projeto, totalmente gratuito, foi realizado com apoio da primeira Edição do Edital de Apoio às Culturas Negras da Secretaria Municipal de Cultura. Trata-se de atividades que pautam o feminismo negro dentro do universo da gordofobia. As integrantes do Agbara compartilharão com os participantes suas pesquisas e realizações no campo do desenvolvimento da metodologia do corpo gordo na cena da dança contemporânea brasileira. O evento acontecerá através de encontros na plantaforma Zoom mediante inscrições dos interessados através dos seguintes links:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfl9mb_nx4eGNvcmGIos25-XOrGLOJmMLk4Cb46XiMGl_awkA/viewform
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScyJerlnTsmQdPRYKx4fCNFwxcRIlq238EJtwEFrV0B1bXYug/viewform
Além dos bate-papos online com personalidades da música e dança, como Jup
do Bairro e Bixarte, os laboratórios promoverão potentes encontro de saber
e conhecimento das integrantes.
Dentro do projeto está incluso também uma exposição fotográfica virtual
com fotos do acervo da Zona Agbara cujo o objetivo e levar à reflexão sobre a
questão da apreciação e da defesa da gordura como potência. “As pessoas quando falam de corpo, falam de
dança, falam somente de osso e de músculo e excluem a gordura que está na
maioria dos corpos e não somente os corpos gordos”, considera Gal Martins,
coreógrafa, diretora e co-fundadora do Coletivo Zona Agbara. Segundo a artista,
no coletivo, é colocada em prática a utilização dessa gordura como sinalizador
de potência, fator que já é utilizado nos trabalhos da Agbara.
Bixarte (crédito Salve! Estúdio)
A outra ação que está prevista é uma série de 3 vídeos-dança em femenagem póstuma a Tula Pilar, poeta negra de importante expressão na cultura literária negra. Ex-empregada doméstica, babá e cozinheira, começou na poesia para exorcizar os abusos cometidos pelas patroas. Lançou os livros de poesia intitulados “Sensualidade de fino trato” (2017) e “Palavras acadêmicas” (2004). A idéia é evidenciar a vida e obra de Tula Pilar, artista que ganhou reconhecimento por participar e organizar saraus na periferia de São Paulo e trabalhar de forma independente sua poesia.
Programação
· Laboratórios
De 14 à 16 – Das 14h às 18h
Laboratório de Composição
Coreográfica: O movimento pelo viés da flacidez e da pele
Na
dança biologicamente e anatomicamente o corpo é estudado sempre a partir da
estrutura óssea e muscular. Nesse procedimento a proposta é gerar uma
provocação do estudo do movimento a partir de outras estruturas físicas como a
gordura e a pele. Aqui destacamos a pele negra. Por ser rica em melanina tem
maior proteção contra algumas doenças de pele e apresenta de forma tardia os
sinais da foto envelhecimento.
Outro
fator que privilegia a pele negra em relação às mais claras são os seus altos
níveis de firmeza e elasticidade. A estabilidade e flexibilidade da pele negra
se deve a grande atividade dos fibroblastos neste tipo de pele, que acabam
garantindo uma maior produção de colágeno. Como pensar a potência de um corpo
negro na dança a partir de outras perspectivas? Como a gordura e a pele pode
contribuir diretamente nos tônus do movimento estruturado a partir do corpo
indignado?
Os
laboratórios terão duração de 04 horas em cada encontro. Os conteúdos serão
teóricos e práticos e serão mediados pelas integrantes da Zona Agbara. Será realizado um
compartilhando público em forma de Live no terceiro e último dia de encontro.
Diálogo: O Corpo Gordo na
Cena Cultural
Dia 14 às 20h
Mediação: Gal
Martins e Rosângela Alves
Participação:
Dina Maia, Jup do Bairro e Bixarte
Live no Facebook e Youtube
da Zona Agbara
O diálogo traz as presenças
de:
Dina
Maia –
bailarina do Coletivo Zona Agbara - Entre becos e vielas Dína Maia caminha pela
linha itinerante dar a múltiplas artes que regem a sua ancestralidade. É atriz
e arte educadora, faz parte do Coletivo Zona Agbara dançando e apreciando o
corpo gordo e preto, ela pinta saberes entre as artes visuais e se debruça na
escrevivência de seu cotidiano periférico. Cresceu em itaquaquecetuba extremo
leste de São Paulo filha de Dona Marlene ela caminha pesquisando a
"Apreciação da Gordura" entre os corpos negros.
Bixarte - Cantora,
compositora, poetisa e rapper são faces da arte que a Bixarte explora. Ela é
Bicampeã do Slam estadual da Paraíba e finalista do Slam Brasil. Aos 18 anos,
lançou seu primeiro trabalho musical chamado "Revolução" e aos 19 sua
mixtape "Faces" e "Faces Remix". Bixarte canta e recita
sobre o que vive e também sobre a urgência de falar sobre corpos
invisibilizados.
Jup do Bairro (Crédito Felipa Damasco e Cai Ramalho)
Jup do Bairro - Cantora e compositora, a paulistana Jup do
Bairro lançou seu primeiro EP, CORPO SEM JUÍZO, em 2020. Com direção musical de
BADSISTA e feats. de Deize Tigrona, Rico Dalasam, Linn da Quebrada e Mulambo, o
projeto colocou Jup de vez na mira da música brasileira contemporânea, dando a
ela o prêmio de Revelação do Ano pelo Prêmio Multishow e duas indicações no
WME. Além da carreira musical, Jup também teve sua versatilidade artística
explorada pelo Canal Brasil (Globosat), que produziu duas temporadas do
talk-show TransMissão, apresentado por Jup em parceria com sua parceira de longa data Linn da Quebrada.
De 17 a 19 de Dezembro - Das
14h às 18h
Laboratório de
Performatividade: Corpos Desobedientes – Ensaios sobre o corpo negro, feminino
e marginal.
A
vivência proposta nesse workshop parte da necessidade de se pensar um processo
de diálogo entre o corpo negro e feminino e os espaços simbólicos que ele ocupa
no que diz respeito às suas potências, anseios e indignações. Trata-se da
construção de um corpo potente e decolonial. Diante disso, a Zona Agbara propõe
uma investigação estética que contemple o corpo marginal.
Zona Agbara (Crédito Pedro Gomes) (2)
Não
se trata de uma ação segregadora e sim de uma “desobediência” que se fundamenta
na resistência que nos preserva vivas e nos engajam no processo radical de
transformação pessoal e social. As participantes vivenciarão diversos
exercícios de respiração, torção, tônus corporal, laboratórios de criação,
técnicas de glossolalia, entre outros.
Dia 19 às 20h
Live de Abertura da
Exposição Fotográfica Virtual: ENGOLINDO O MUNDO
Participação: Integrantes da
Zona Agbara e as fotógrafas Sheila Signário e Lua Santana. A live será
transmitida via Facebook .
Serviço
2º
Encontro Corpo Gordo na cena cultural
De
14 a 19 de dezembro, na plataforma Zoom
Inscrições
pelos links:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfl9mb_nx4eGNvcmGIos25-XOrGLOJmMLk4Cb46XiMGl_awkA/viewform
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScyJerlnTsmQdPRYKx4fCNFwxcRIlq238EJtwEFrV0B1bXYug/viewform
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