Juiz de Fora recebeu a Oficina de Escrita Antirracista, no Museu do Crédito Real






O objetivo da oficina é estimular a produção de relatos, cartas, poesias, contos. Projeto encabeçado pelo Coletivo Maitê Ferreira - vinculado ao Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP), é composto por mulheres plurais em crenças e identidades que após alguns anos de trabalho e militâncias (dentro dos mais diversos espaços políticos e sócias) contra a intolerância religiosa, o racismo, o machismo e LTBFobia e transfobia, que escolheram se reunir e unir suas forças em prol das liberdades e da equidade à luz dos direitos humanos. O nome do coletivo é uma singela homenagem à saudosa Maitê Ferreira, uma das fundadoras do CEAP, negra mulher de fibra e de luta que lutou em prol das populações Marginalizadas e emancipação feminina na sociedade brasileira.






"Um dos grandes objetivos dessa encontro é estilhaçar as máscaras do silêncio colonial que nos é imposto desde cedo. Fomos engolidas por uma versão unilateral da história, marcada por uma visão eurocêntrica, com a qual nós, população negra, favelada, periférica e feminina, não nos identificamos. Ao mesmo tempo em que se apropriaram das nossas práticas e estratégias, nos convencendo de que os povos africanos e seus descendentes são marcados apenas por uma tradição oral e que a escrita não nos pertence. O racismo pressupõe uma teoria racista, que foi eficazmente disseminada.  A despeito disso, reafirmamos, constantemente, o direito de revisitar nossas memórias e contar nossas histórias. Somos capazes de viver, falar e escrever por e sobre nós", afirmou Carol Rocha 



O encontro reuniu cerca de 30 pessoas, no histórico Museu do Crédito Real. Com entrada franca, recebeu atores, universitários e mestrandos. 
Dandara S. Carol Rocha, é historiadora, escritora e pesquisadora, trouxe alguns livros de autores negros, apresentando diversos textos, como Toni Morrison, Conceição Evaristo, entre outras. Abriu com apresentação de cada participante, estimulando a visão de cada um no contexto atual, rememorando a infância e como se sentiam representado. A oficina contou ainda com a elaboração e leitura de textos dos participantes. "Envolvidos nessa jornada de cura em torno das suas "escrevivências", é possível reelaborar os traumas na memória presente. Eles não deixarão de existir, mas podem deixar de interferir em suas vidas de forma adoecedora. Além disso, é necessário produzir e conhecer outras narrativas, ignorada pelos veículos hegemônicos", completa Carol. 

Carol Rocha 


A OFICINA DE ESCRITA ANTIRRACISTA - compõe o I Encontro Mulheres de Fé, Mulheres de Axé. Projeto dividido em 4 encontros entre os anos de 2019 e 2020. Abriu com roda de conversa, no Salão Nobre do IFCS, da UFRJ, em novembro. Realizou a 2ª atividade em JF. Já o 3º encontro, "Tertúlia das Liberdades", será em janeiro de 2020, com oficinas, espaços literário, trocas e relatos experiências na luta contra o racismo e o machismo. O 4º evento será "Encontros sem Fronteiras", com diversas atividades, enceramento o projeto no dia 1 de fevereiro, na cidade de Campo dos Goyatacazes/RJ. 



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