Ivanir dos Santos autografou ontem o livro "Marchar não é Caminhar", pela Pallas Editora na Blooks Botafogo



Fotos : Vera Donato 

Premiado recentemente pelo Departamento de Estado do Governo dos Estados Unidos, e organizador de outros títulos, lançou seu 1º livro como autor. A noite de autógrafos, rolou em clima de conversa, com uma explanação dos escritores Helena Theodoro e André Chevitarese, onde apresentaram o legado, com a história de militância religiosa, interlocução pelo movimento negro e acadêmico.
O livro chega em momento oportuno, quando terreiros vêm sendo atacados e destruídos. Com prefácio de Muniz Sodré e orelha de Lazare Ki-Zerbo, vice presidente do Comitê Internacional Joseph Ki-Zerbo para a África e a Diáspora (CIJKAD), o título de 357 páginas é o resultado da tese de doutorado que levanta e analisa as interfaces políticas e sociais das religiões de matrizes africanas no Rio contra os processos de intolerância religiosa e o racismo no Brasil, entre 1950 e 2008. Com esta pesquisa, Ivanir se credenciou como doutor em História Comparada pela UFRJ, em maio de 2018.
"Esse momento é somente dele e de extrema importância para todos. Ivanir consegue falar e se expressar, e muito bem, para todas as esferas da sociedade", alegou André Chevitarese.



Noite vibrante, com presença do Procurador da República - Julio José Araujo Junior /MPF, que vem se destacando no cenário nacional, com ações em respeito à liberdade religiosa. David Albagli Gorodicht (Federação Sefaradi Latino-americana). Contou com a ilustre presença de Patricia Sellers - Advogada criminal internacional e Assessora Especial para Gênero do Gabinete do Procurador do Tribunal Penal Internacional, do pesquisador Jacques d'Adesky. Encontro com outros baluartes, como Vó Maria, os escritores Jorge da Silva, Semog, Elisa Larkin - viúva de Abdias NascimentoPatricia Tolmasquim (comunidade judaica), Nanci Rosa (Renascença), a hare krishna - Raga Bhumi, Júlia Pereira, diretora do Museu do Ingá - NiteróiIsabella Cardozo - Daniel Advogadosos cineastas Viviane D'Avila e Paulo Faria, entre outros. 

Segundo Paulo Maltz - Diretor de Assuntos Inter-religiosos da Fierj:  "Só vamos ter voz, ter força, se nos unirmos".  

O pesquisador Vinicius Natal, chegou ao lado dos carnavalesco Leonardo Bora e Gabriel Haddad, da Acadêmicos do Grande Rio, fizeram a maior reverência para Ivanir. Trazem para o Carnaval 2020, a trajetória de Joãozinho da Goméia, o pai de santo que marcou época em meados do século passado e influenciou toda a vida cultural e política do país. Com o título do enredo é "Tata Londirá: O Canto do Caboclo no Quilombo de Caxias".



"O livro representa as nossas lutas em defesa do estado laico, da democracia e das liberdades. Busquei fazer uma imersão sobre os processo históricos que ao longo dos séculos, do forjamento da gênese sociedade brasileira, nos colocou na condição de subalternos e excluídos da construção do projeto de sociedade. Assim, ao buscar ecoar as vozes silenciadas e marginalizadas a pesquisa traz para o centro das análises o protagonismo das religiões de matrizes africana e suas lutas pelas diversidades, pluralidade e contra todos os processos assimétricos e verticalização da intolerância religiosa. Intolerância essa que anda de mãos dadas com o racismo e todas as formas de preconceitos", alegou emocionado Ivanir. 

E assim, o livro chega para provocar uma reflexão. A intolerância religiosa, o racismo e o preconceito são um dos maiores fenômenos sociais brasileiros, inclusive Ivanir lidera a 12ª da Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, que acontecerá nesse domingo, em Copacabana, reunindo, mais uma vez, judeus, muçulmanos, umbandistas, budistas, católicos, índios, ciganos, kardecistas, candomblecistas e evangélicos, em prol de uma causa.





































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