GOSTÔSA põe em cena o ambiente de chats de sexo

A montagem é fruto de um intenso processo de pesquisa, que envolve depoimentos e conversas com mulheres de diferentes lugares, condições sócio raciais e modos de vida.

Maria Cecília Mansur em Gostôsa - Foto: Bob Sousa
                                              
Livremente inspirado no texto ‘Monólogo’, de Simone Beauvoir, o espetáculo GOSTÔSA reestreia dia 11 de outubro de 2019 na Sala Multiuso do Teatro Arthur Azevedo (Av. Paes de Barros 955), na Mooca, e segue em temporada até o dia 27 de outubro, com direção de Marcelo do Vale e textos, concepção e atuação de Maria Cecília Mansur. 
O espetáculo aborda um momento solitário de uma cybergirl” em uma noite que reflete sobre sua trajetória, tomando consciência de como descobriu o prazer e como se submete aos desejos do “outro”, esquecendo-se da sua própria natureza. A personagem representada dá voz a outras mulheres de diversas classes, idades e raças em depoimentos gravados e documentados durante o processo.
Em cena, a personagem resolve se desfazer de todas as máscaras em busca da sua essência e autonomia, com momentos de drama, humor e ironia. A narrativa é acompanhada por três câmeras de segurança e projeções.
 
“Sempre fui muito reprimida e em algum momento fui convidada a gozar, mas como? Não tinha aprendido... Pouco conhecia sobre as possibilidades de prazer. Tive que arriscar, me expor, não foi fácil, pois também carregava a missão de ter que agradar o parceiro, que nem sempre pensava no meu prazer”.  (depoimento de Sheyla de Feba, espectadora)

A personagem de GOSTÔSA transita num ambiente virtual – às vezes está online nos chats de sexo -, às vezes só observa. GOSTÔSA apresenta situações comuns a muitas mulheres e aborda temas como prazer feminino, submissão, idealização da mulher, padrões de beleza, sentimentos e modos de se expressar em relação ao ser amado. A proposta é desconstruir padrões estéticos e desvelar experiências da mulher com o próprio corpo. O espetáculo aponta, assim, para um corpo erótico diverso, dotado de história, individualidade e experiências singulares.
A encenação procurou reunir e compactar referências do universo erótico como contos, imagens BDSM (bondage, disciplina, dominação, submissão, sadomasoquismo), chats de sexo virtual, tudo amparado por uma cenografia plástica, “asséptica”. O figurino foi confeccionado com lixo eletrônico, borracha e látex em harmonia com os materiais cênicos.
De acordo com o diretor Marcelo do Vale, “GOSTÔSA não é um começo, não é um meio e nem fim. Contamos um instante, um sopro de um momento que assim como a rapidez das informações do mundo virtual, pode nos consumir, fazer acreditar, duvidar e até mesmo sermos colocados frente a frente com nós mesmos.

Sinopse
Uma cybergirl subverte todas as mesmices reinventando a si mesma a partir do seu desejo. Em sua trajetória, acessa memórias, revive emoções e reencontra-se naturalmente sem pudores ou tabus. Temas caros para a mulher como o prazer, rótulos, padrões e comportamentos femininos são questões centrais do espetáculo.

Sobre Maria Cecília Mansur
É artista criadora independente desde 2004, dentre os seus trabalhos concebidos destacam-se “PISC in À” dirigido por Isadora Dias e dramaturgia de Dione Carlos, performances como “Vento ao Leste” do grupo ALMA Ambiental, Falas e Saramia. Participou de montagens dirigidas por Gustavo Kurlat, Cacá Carvalho, Pedro Paulo Cava, Edgar Castro, Filipe Hirsch, dentre outros. Atualmente, dedica-se ao trabalho com mulheres no despertar da “Consciência Erótica”.
 
"Não foi fácil ver a minha vida no palco, mas, me ajudou muito. Foi de uma forma erótica, diferente, um grito de liberdade. Saber que não sou a única e que não estou sozinha me fez muito bem. Percebi a importância de colocar pra fora seja com uma peça teatral, com um grito, com boas amizades ou com uma caneta e papel. Tudo é um processo, uma transformação." (depoimento de Viviane Lelis, espectadora)

Trajetória do espetáculo
GOSTÔSA estreou em julho de 2017 no Teatro da Cidade, em Belo Horizonte, e seguiu para São Paulo, realizando temporada na SP Escola de Teatro, em agosto, e no Espaço Parlapatões, em novembro de 2017. A convite do SINPARC (Sindicato dos Produtores de Artes Cênicas), participou, em janeiro de 2018, da 44º Campanha de Popularização do Teatro de Belo Horizonte. Em março do mesmo ano, realizou duas apresentações em Vespasiano (MG). Participou do INTERCOM, FUMEC 2018. Em janeiro de 2019 fez curta temporada no Teatro de Arena Eugênio Kusnet.

FICHA TÉCNICA
Concepção de projeto, textos, atuação: Maria Cecília Mansur (Livre inspiração no texto “Monólogo” de Simone Beauvoir)/ Direção e organização de textos: Marcelo do Vale/ Cenografia e Figurino: Cícero Miranda/ Consultora de Movimento: Tais Daher/ Iluminação: Wladimir Medeiros/ Design Gráfico: Frederico Rocha/ Audiovisual: Marcelo Luz/ Maquiagem: Jerônimo Salgado/ Técnico de Luz: Carlos Pedroso/ Técnico de Som e Câmeras: Naya Lelis/ Produção Executiva: MC²

SERVIÇO
Temporada: 11 a 27 de outubro de 2019
Sextas e sábados, às 21h e domingos, às 19h
Teatro Arthur Azevedo – Sala Multiuso
Av. Paes de Barros, 955 – Mooca/ SP
Ingressos: R$ 30/ R$ 15 (meia)
Indicação: 16 anos/ Duração: 50 min/ Capacidade: 60 lugares

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