Pesquisa do IBGE revela que o Brasil abriga mais de 12 milhões de Marias. A cantora Bela Maria aproveita o dado para apresentar as Marias que a inspiram

 Pesquisa do IBGE revela que o Brasil abriga mais de 12 milhões de Marias. A cantora Bela Maria aproveita o dado para apresentar as Marias que a inspiram

Todo mundo conhece uma Maria ou pelo menos é o que se pode dizer com o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A instituição divulgou recentemente a segunda edição da pesquisa com os nomes mais populares do país. Entre os primeiros nomes está Maria, que lidera o ranking feminino presente nas certidões de 12,2 milhões de brasileiras.

Dentro desse estudo, convidamos a cantora e compositora Bela Maria para dizer quais Marias a inspiram. 

Com uma voz marcante e uma estética singular que vem conquistando espaço na nova cena do R&B brasileiro, Bela Maria lançou em novembro o seu primeiro álbum autoral, “Tudo que Sinto Faz Barulho”, dividido em lados A e B. A obra evidencia maturidade, identidade emocional e uma estética profundamente afetiva. E se a música é sobre sentimento, seu nome também carrega histórias. 

Quem são as marias da Bela ?

Com tanta potência, ancestralidade e afeto nesse nome, Bela Maria decidiu olhar para as outras marias que inspiraram sua vida e sua arte.

• Glória Maria surge como uma das primeiras referências. Desde criança, Bela admirava a jornalista por ser muito dona de si e pelo espírito aventureiro, sendo também uma das poucas mulheres negras em evidência na televisão.
  
  “Quando decidi cursar jornalismo, a admiração se transformou em respeito absoluto pela competência, coragem e firmeza necessárias para ocupar aquele espaço”, comentou Bela Maria.
  
  

• Na música, Maria Bethânia representa liberdade emocional. Para Bela, a artista prova que voz não é apenas som, é território. Ver Bethânia no palco lembra que sentir intensamente é legítimo, que é possível falar, reclamar e amar demais. Aquilo que muitos chamam de exagero pode ser apenas intensidade de quem sente o mundo de forma profunda.
  
  

• Maria da Conceição Evaristo de Brito, mais conhecida como Conceição Evaristo,  Conceição Evaristo ocupa um lugar de cura e reflexão. Sua escrita traduz as experiências do povo preto com sensibilidade que só quem viveu sabe como passa.
  
  “Ela me inspira pelo “escrevivência”, por transformar cicatriz em palavra e palavra em espelho. Tudo que ela escreve faz a gente lembrar que existir já é luta, mas também é triunfo”, reforça a artista
  
  

• E se existem portas abertas hoje, uma delas começou com Maria Firmina dos Reis, primeira romancista negra do Brasil. Em um período em que mulheres pretas sequer podiam sonhar em ser ouvidas, ela escreveu sobre liberdade, humanidade e dor.
  
  

• Outra Maria que ocupa lugar especial é Maria Beatriz, sua prima e irmã de vida, que é exemplo para Bela Maria, mesmo sendo apenas um ano mais velha.
  
  “Já vi ela se reerguer diversas vezes na vida. Maria Beatriz é dona de uma resiliência e a força que inspira. Sempre determinada para defender a filha, minha afilhada, Maria Luiza ", conta a cantora.
  
  

Entre tantas Marias reais e simbólicas, referências pessoais e ícones da cultura brasileira, Bela Maria reforça que cada uma à sua maneira, ajudaram a moldar quem ela é como pessoa e como artista.