Grande Baile Glória encerra o Circuito de Glória com celebração da cultura ballroom no DF
O Mercado Sul, em Taguatinga, recebe no dia 15 de novembro o Grande Baile Glória – The OGO of Ball, evento que marca o encerramento do Circuito de Glória, iniciativa da Casa de Onijá dedicada à valorização da cultura ballroom e à promoção da diversidade nas periferias do Distrito Federal.
Iniciado em 17 de outubro, o Circuito percorreu as regiões de Samambaia, Ceilândia e Taguatinga, com uma programação que incluiu oficinas de formação, rodas de conversa e miniballs temáticos. O projeto destacou a produção artística e o protagonismo de pessoas negras, indígenas, LGBTQIAPN+ e periféricas, reafirmando o papel das bordas urbanas como centros de criação e resistência.
O Grande Baile Glória será o ponto alto dessa trajetória. A atividade reúne performers, artistas e coletivos do DF e de outros estados em uma noite dedicada à celebração, à ancestralidade e à liberdade de expressão.
Segundo Ciellen Selene, produtora executiva do projeto, encerrar o circuito no Mercado Sul “significa ocupar o centro a partir da borda, mostrando que a cultura de vanguarda nasce nas periferias e devolvendo à comunidade, em forma de espetáculo, toda a energia criativa que dela emerge”.
Para Werick Mendes, idealizador da Casa de Onijá, o projeto é também uma forma de formação e partilha. “Glória é celebrar nossa cultura e trajetória, mas também criar oportunidades de aprendizado e troca com a comunidade”, afirma.
O Circuito de Glória tem se consolidado como um espaço de formação e visibilidade, promovendo encontros entre arte e política, corpo e memória. Mais do que um evento artístico, o projeto reafirma o papel da cultura ballroom como instrumento de resistência e fortalecimento das identidades periféricas.
A força coletiva da Casa de Onijá
A Casa de Onijá constrói um território simbólico e real de resistência. Seu trabalho articula a periferia como centro da criação cultural e da luta por direitos, desafiando estruturas que historicamente marginalizaram corpos dissidentes.
O Circuito de Glória é, portanto, um marco: ao mesmo tempo celebração e denúncia, festa e formação, corpo e memória. Um espaço em que a arte se encontra com a política e onde a “glória” não é individual, mas partilhada.
“‘Glória" é um conceito que vai muito além da simples sobrevivência. É sobre transbordar, sobre ir do mínimo essencial ao excepcional. É a materialização da exuberância, um estado de exaltação e plenitude onde as preocupações materiais se dissolvem. É possuir as riquezas que o dinheiro não pode comprar: o afeto, o respeito, o legado. No fim, a
verdadeira Glória se encontra no seio da família e da comunidade, no altar dessas relações que nos sustentam e fortalecem”, complementa Ciellen.


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