Dia Consciência Negra | Espetáculo revisita a história dos bailes blacks e o legado do grupo Rosas Negras
ESPETÁCULO REVISITA A HISTÓRIA DOS BAILES BLACKS E O LEGADO DAS ROSAS NEGRAS
BAILE DAS ROSAS NEGRAS – 1ª EDIÇÃO celebra a
força ancestral das mulheres negras e une teatro, música
e dança. Ao final de cada apresentação, o público é
convidado a continuar o Baile com a DJ Bia Sankofa
Inspirado no legado do grupo Rosas Negras – o departamento feminino da Frente Negra Brasileira, fundado em 1931 – e na vibração dos bailes blacks que marcaram a história cultural da cidade de São Paulo, o espetáculo BAILE DAS ROSAS NEGRAS – 1ª EDIÇÃO estreia em novembro com apresentações gratuitas pela Zona Leste da capital paulista.
A temporada começa na Okupação Coragem nos dias 21 e 22 de novembro, sexta-feira e sábado, 20h. Depois o espetáculo se apresenta na Casa das Quebradas no dia 23 de novembro, domingo, 18h, e no CDC Vento Leste no dia 28 de novembro, sexta-feira, 20h. As sessões continuam no Quilombo São Benedito (dia 29 de novembro, sábado, 20h) e no Centro de Cultura e Artes Batakerê (30 de novembro, domingo, 18h). Em dezembro o espetáculo segue em circulação gratuita por outros espaços da Zona Leste.
Idealizado e concebido por Edi Cardoso, que está em cena ao lado dos atores Dudu Oliveira, Luzia Rosa e Marlei Madalena, o espetáculo cênico-musical tem direção artística de Renato Gama e dramaturgia de Almir Rosa e faz do palco um território de aquilombamento contemporâneo, onde corpo, música e palavra se unem em um rito de “matripotência”, força criadora que emana do ventre, da ancestralidade e da coletividade.
Alegria e resistência
Projeto contemplado na 5ª Edição do Edital de Apoio à Cultura Negra da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo BAILE DAS ROSAS NEGRAS – 1ª EDIÇÃO nasce do desejo de recontar a história dos bailes blacks paulistanos a partir do olhar e da presença das mulheres negras. Durante sua pesquisa, Edi Cardoso percebeu o apagamento da participação feminina nesses registros históricos e decidiu lançar luz sobre as experiências de luta, resistência e celebração conduzidas por mulheres.
Esse percurso a levou ao encontro do Rosas Negras, departamento feminino da Frente Negra Brasileira, movimento político e social fundado em 1931, cujas integrantes organizavam eventos culturais e bailes que eram, ao mesmo tempo, espaços de lazer, coesão e formação política. A partir desse legado, o espetáculo resgata e celebra a potência dessas mulheres, transformando o palco em um território de memória, festa e afirmação coletiva.
Em BAILE DAS ROSAS NEGRAS – 1ª EDIÇÃO, o corpo é manifesto, o riso é resistência e a batida é política. “Quis fazer um espetáculo que resgatasse as memórias afetivas das festas de quintal e dos bailes da periferia da Zona Leste, mas também lançasse luz sobre o papel das mulheres nesses espaços. Falar dos bailes é falar de como as mulheres negras transformaram a festa em trincheira, templo e espaço de cura. A alegria também é uma forma de resistência”, explica Edi Cardoso.
Com música executada ao vivo por Letícia Barbosa e Ronaldo Gama, o espetáculo atravessa sonoridades afro-brasileiras e afro-latinas, costuradas a elementos contemporâneos. O resultado é uma narrativa multissensorial, onde o público é convidado não apenas a assistir, mas a sentir, dançar e partilhar da experiência.
Público é convidado a dançar
A cena se constrói entre o real e o fantástico, fundindo o ontem das ancestrais, o hoje das sobreviventes e o amanhã das mulheres negras do futuro. Entre luzes, cores e ritmos, o palco se transforma em um quilombo imaginário, um espaço de encantamento e reexistência, onde passado, presente e futuro dançam juntos.
“Nosso processo criativo é coletivo e espiralado, como nas tradições afro-diaspóricas. As linguagens se entrelaçam: o canto, a palavra e o gesto coexistem de forma orgânica, sem fronteiras entre arte e vida”, completa Edi. “Cada integrante trouxe suas memórias, e o Baile é o resultado dessa escuta e desse reencontro com a ancestralidade”.
Ao final de cada apresentação, o público é convidado a continuar o Baile com a DJ Bia Sankofa, que assume a discotecagem e transforma o espaço cênico em uma celebração viva e coletiva. Os passinhos, as danças lentas e o samba rock prolongam o rito e reafirmam o poder do corpo como lugar de memória, prazer e pertencimento.
Serviço:
BAILE DAS ROSAS NEGRAS – 1ª EDIÇÃO
120 minutos | Livre | Gratuito.
21 e 22 de novembro, sexta-feira e sábado, 20h.
Okupação Coragem – Rua Vicente Avelar, 31 – Conj. Res. José Bonifácio, São Paulo.
23 de novembro, domingo, 18h.
Casa das Quebradas – Rua Rio Breu, 50 – Vila Nova União, São Paulo.
28 de novembro, sexta-feira, 20h.
CDC Vento Leste – Rua Dr. Frederico Brotero, 60 – Cidade Patriarca, São Paulo.
28/11- 20h
29 de novembro, sábado, 20h.
Quilombo São Benedito – Rua Ovídio Lopes, 30 – Parque Boturussu, São Paulo.
30 de novembro, domingo, 18h
Centro de Cultura e Artes Batakerê – Rua Maria de Nazaré, 180 – Vila Santa Inês, São Paulo.
Ficha técnica:
Concepção, Idealização e Direção Geral – Edi Cardoso. Direção Artística – Renato Gama. Dramaturgia – Almir Rosa. Direção Musical – Ronaldo Gama. Atuação – Dudu Oliveira, Edi Cardoso, Luzia Rosa e Marlei Madalena. Músicos – Letícia Barbosa e Ronaldo Gama. Preparação Corporal – Janaina Gisele. Preparação Vocal – Letícia Barbosa. Figurinos e Ambientação Cênica – Denise Guilherme. Assistentes de Figurino – Denise Marta e Lua Ferreira. Desenho de Luz – Décio Filho. Operação de Luz – Lemuris [Vanessa Lemes]. Consultoria em Acessibilidade – Yago Dionizio. Desenho de Som – Kauê Gama. Artista Convidada – Dj Bia Sankofa. Registro Fotográfico e Audiovisual – Cinegrafilmes Audiovisual. Concepção Visual e Designer Gráfico – Andréia Freire. Assessoria de Imprensa – Nossa Senhora da Pauta. Produção Geral – Edi Cardoso.
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