[EM CARTAZ | TEATRO]:“História de Lenços e Ventos” – Projeto Girassol do Fogo celebra 50 anos do Ventoforte - Grupo retoma atividades após a demolição de seu teatro em São Paulo com espetáculo, contação e ciclo de encontros no Sesc Belenzinho

 

“História de Lenços e Ventos” – Projeto Girassol de Fogo celebra 50 anos do Ventoforte

Grupo retoma atividades após a demolição de seu teatro em São Paulo com espetáculo, contação e ciclo de encontros no Sesc Belenzinho





Foto: Diego Galera


O Grupo Ventoforte, fundado em 1974 pelo artista argentino Ilo Krugli (1930–2019), completa 50 anos de trajetória e retoma suas atividades no Sesc Belenzinho, em outubro de 2025, com o Projeto Girassol de Fogo. A programação reúne a remontagem do espetáculo “História de Lenços e Ventos”, a contação de “História do Barquinho” e o ciclo de debates “O Teatro e as Infâncias — Encontros, Desdobramentos e Futuro”, mediado pelo jornalista e crítico Dib Carneiro Neto.


A iniciativa ganha caráter emblemático após a demolição do Teatro Ventoforte, em fevereiro de 2025, episódio que provocou indignação e mobilizou a classe artística em defesa da memória cultural da cidade. Segundo os atores Beth Brait e Eduardo Bartolomeu, a retomada das atividades com montagens fundadoras do Ventoforte buscam celebrar o legado de Ilo Krugli. 

“Levantando essas duas histórias como mastros ao vento, nos colocamos de pé, entre e além ruínas, para olhar o legado e o horizonte que Ilo Krugli provocaram com seu bravo, delicado e envolvente Teatro.”
–  Atores, Beth Brait e Eduardo Bartolomeu 

Dirigido por Rodrigo Mercadante e Karen Menatti, “História de Lenços e Ventos” retorna aos palcos cinco décadas depois de sua criação. Montado em 15 dias, em plena ditadura militar, o espetáculo inaugurou a trajetória do Ventoforte, transformando o teatro para infâncias no Brasil e projetando a companhia internacionalmente.



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Foto: Diego Galera


Também integra a programação a contação “História do Barquinho”, obra criada por Ilo Krugli nos anos 1960 e que completou 60 anos em cena. Com direção de Luís André Cherubini, a narrativa acompanha a aventura de Pingo I, um pequeno barco que se lança à correnteza em busca de liberdade, encantando crianças e adultos.

O ciclo de encontros, por sua vez, reúne nomes como Beth Brait Alvim, Dinho Lima Flor, Ronaldo Mota, Eduardo Bartolomeu, Rita Rozeno e Paulo da Rosa, discutindo o legado de Ilo Krugli, o papel da dramaturgia, da crítica e da música no teatro para infâncias e as perspectivas para o futuro da área.

O Projeto

Projeto Girassol do Fogo é uma iniciativa da Casa Realejo sob coordenação de Eduardo Bartolomeu e Beth Brait Alvim, e realização do Sesc Belenzinho, celebrando 51 anos da poética do Teatro Ventoforte, e a força da obra do criador, autor e diretor Ilo Krugli.


A demolição do Teatro Ventoforte pela Prefeitura de São Paulo em fevereiro de 2025, destruiu 3 teatros em 17 minutos e parte do acervo do grupo, e causou grande comoção na classe artística.


image.pngChico César em frente ao piano destruído na demolição / Créditos: Reprodução


A Prefeitura alegou que o uso era irregular, mas artistas e apoiadores contestaram a versão, afirmando que não houve notificação adequada. O caso ganhou repercussão nacional, com protestos no 
Parque do Povo reunindo nomes como Chico César e Mônica Salmaso, além de manifestações de solidariedade nas redes sociais.

“Nenhuma demolição é capaz de destruir a força e a importância de um Teatro. Em cinco décadas, o Ventoforte criou raízes, espalhou poesia e transmutou injustiças em possibilidades de utopias. Resistiu — e resiste
–  Atores, Beth Brait e Eduardo Bartolomeu. 

Projeto Girassol de Fogo simboliza, assim, a resposta do Ventoforte à destruição: uma retomada marcada pela memória, pela resistência e pela crença na arte como espaço de liberdade e imaginação.



Grupo Ventoforte
O Teatro Ventoforte em seu mais de meio século de história, criou uma dramaturgia própria tendo em foco as culturas populares latino americanas, através do teatro para infância e juventude que se conecta com todos públicos, com um pensamento formativo, é um tipo de teatro que não acaba em cada espetáculo, ele é um quintal inacabado. Desde seu surgimento o Ventoforte carrega em si a temática da libertação em suas criações por exemplo: em “História de Lenços e Ventos” é a liberdade que fica presa na cidade medieval porque é de pano (quando matam o papel de jornal, 1º vez no teatro infantil que o herói é morto em cena); em “Mistério das nove luas” a onça fica presa; em “Pequena Histórias de Lorca” se festeja a morte do Poeta assassinado pela ditadura do Franco, é somente na superação do luto da tragicomédia que se alcança a transcendência para a libertação. 

Ligado aos folguedos populares, mitos e histórias lendárias dos povos do continente latino americano, deixando pouco a pouco de classificar a platéia por faixas etárias, na certeza de que o poder de imaginação deve ser despertado em qualquer idade, por meio de múltiplos estímulos. Conquistando 79 prêmios, 35 Indicações, e 4 Menções/Homenagens Especiais. Chegando a receber a maior honraria pública do Brasil no âmbito da cultura, concedida pelo Ministério da Cultura. Ilo Krugli foi agraciado como Cavaleiro na 16º EDIÇÃO da ORDEM DO MÉRITO CULTURAL:.


História de Lenços e Ventos

Sobre
História de Lenços e Ventos, em cartaz no Sesc Belenzinho, é o marco divisor de águas do teatro para a infância e juventude. Esse clássico da literatura dramática do teatro se comunica com todas as idades. Inaugurou a trajetória do Ventoforte, revolucionando o teatro para infância e juventude no Brasil. Suas sucessivas montagens por muitos países, evidenciam a qualidade de um trabalho que estreou em 1974, mas que permanece, abordando temas universais, como a procura da identidade libertadora em contextos de opressão.

Sinopse
Azulzinha, um lencinho azul de seda, deseja aprender a voar, mas é aprisionada pelos soldados do Rei Metal Mau, no Castelo Perfeito, onde reinam a ordem e o tédio. Com ajuda do Papel e de outros personagens, os lenços se unem para libertá-la. A peça é um hino à imaginação, à liberdade e ao quintal imemorial que o humano carrega.

Ficha Técnica
Texto: Ilo Krugli  Direção: Rodrigo Mercadante e Karen Menatti  Provocação: Dinho Lima Flor Elenco: Beth Brait Alvim, Arce Correia, Karen Menatti, Eduardo Bartolomeu, Eliane Weinfurter, Artur Mattar, Jozéffa Duarte, Rita Rozeno Direção Musical: Márcia Fernandes Músicos: Márcia Fernandes, Edu Guimarães, Paulo da Rosa, Mário Deganelli e Fábio Atorino Cantadores: Rodrigo Mercadante e Karen Menatti  Provocador: Dinho Lima Flor Preparador Corporal: Arce Correia Bonecos, Adereços e Cenário: Ademir de Castro e Paulo Farah Figurinos: Karla Pê Iluminação: Fagner Lourenço Técnico de Som/Vídeo: Heron Demetrius Técnico de luz: Fagner Lourenço Coordenação do projeto: Beth Brait Alvim e Eduardo Bartolomeu Direção de Produção: Rafael Ferro Produção Executiva: Jandilson vieira Assistência de Produção: José Marcos Pires Bueno Assessoria de Imprensa: Pedro Madeira e Rafael Ferro Design Gráfico: Fábio Viana Realização: Cia de Teatro Ventoforte da Cooperativa Paulista de Teatro, Associação Memória Viva Ventoforte, Beth Brait Alvim, Eduardo Bartolomeu e Ferro Produções

SERVIÇO ESPETÁCULO
O ESPETÁCULO: História de Lenços e Ventos
Direção: Rodrigo Mercadante e Karen Menatti
Direção musical: Márcia Fernandes
Local: Sesc Belenzinho – R. Padre Adelino, 1000 – Belenzinho, São Paulo – SP
SÁB e DOM às 12h: 27 e 28/09, 11, 12, 18, 19, 25 e 26/10/25
Duração: 75 min | Classificação: Livre
R$ 40 (int), R$ 20 (meia) e R$ 12 (credencial plena Sesc)
INGRESSOS: Disponíveis no sescsp.org.br e bilheterias das unidades

História do Barquinho

Sobre
Num resgate da linguagem, rituais e imaginário das festas populares, a história de um barquinho que nunca havia navegado, emociona crianças e adultos.A idéia deste espetáculo desenvolveu-se a partir de um roteiro escrito em 1963, com a proposta de servir de exercício de expressão com as mãos. Uma parábola sobre a importância da liberdade acessível  ao universo infantil.

Sinopse
Um barco pequeno, Pingo Primeiro estava ancorado, nunca tinha navegado. Eis que surge Irupê, uma flor e Pingo se apaixona por ela. A Aranha o liberta e ele é levado pela correnteza, mas não consegue se juntar a Irupê. Irupê está presa nas margens do rio. Pingo quase naufraga no mar. Surge o Marinheiro que ensina Pingo a navegar, e a usar a âncora. Quando ele quer ancorar, abaixa a âncora, e quando quer navegar levanta a âncora. O Marinheiro é quem sabe disso.

Ficha Técnica
Texto: Ilo Krugli Músicas: Ronaldo Mota, Danilo Pique, Clarice Handa e domínio público Elenco: Eduardo Bartolomeu, Rosa Comporte e Arce Correia Músicos: Danilo Pique e João Poleto Direção Musical: João Poleto Técnico de som: Heron Demetrius Direção: Luís André Cherubini Assistência de direção: Beth Brait Alvim Produção: Rafael Ferro e Jandilson Vieira Coordenação: Beth Brait Alvim e Eduardo Bartolomeu Assessoria de Imprensa: Pedro Madeira e Rafael Ferro  Realização: Cia de Teatro Ventoforte da Cooperativa Paulista de Teatro, Associação Memória Viva Ventoforte, Beth Brait Alvim, Eduardo Bartolomeu e Ferro Produções


Serviço
SERVIÇO: CONTAÇÃO DE HISTÓRIA

DATAS BARQUINHO

04, 05, 11, 12, 18, 19, 25 e 26/10/25

16h, Área de Convivência do Sesc Belenzinho

Gratuito | 40 minutos | A partir de 1 ano




CICLO DE ENCONTROS: O TEATRO E A INFÂNCIA

Mediação: Dib Carneiro Neto (jornalista, dramaturgo e crítico teatral)
Datas: 15, 22 e 29 de outubro de 2025 (terças-feiras), às 19h.
Local: Sesc Belenzinho.
Participação gratuita.


O ciclo "O Teatro e as Infâncias" celebra o legado do Ventoforte com três rodas de conversa que promovem a troca entre artistas, educadores e o público. Com mediação do crítico Dib Carneiro Neto, os encontros reúnem integrantes históricos do grupo para refletir sobre dramaturgia, música, crítica e o futuro do teatro para crianças, fortalecendo a escuta da criança como protagonista e conectando arte, educação e políticas culturais.


PROGRAMAÇÃO DOS ENCONTROS:

  • 15/10 (19h) – Dramaturgia, Música e Crítica no Teatro para Infâncias
    Com Dib Carneiro Neto, Ronaldo Mota e Eduardo Bartolomeu.
    Debates sobre a qualificação do teatro infantil, o papel da crítica como ferramenta de reflexão e os desafios éticos e estéticos da criação para crianças.

  • 22/10 (19h) – Desdobramentos e Futuro: Caminhos para o Teatro e as Infâncias
    Com Dib Carneiro Neto, Paulo da Rosa e Rita Rozeno.
    Uma reflexão sobre os desdobramentos das poéticas do Ventoforte na educação contemporânea, a formação de novos artistas e a necessária construção de políticas culturais para a área.

  • 29/10 (19h) – O Legado Poético de Ilo Krugli e o Teatro Ventoforte Com Beth Brait Alvim, Dib Carneiro Neto e Dinho Lima Flor. Um mergulho na trajetória e na estética única do grupo, explorando sua concepção de infância e sua importância como espaço de resistência e formação artística.


SERVIÇO GERAL
"Projeto Girassol de Fogo – Ventoforte 50 anos"
Local: Sesc Belenzinho – R. Padre Adelino, 1000 – Belenzinho, São Paulo – SP
Datas: Outubro de 2025

Espetáculo: História de Lenços e Ventos
Direção: Rodrigo Mercadante e Karen Menatti
Duração: 75 min | Classificação: Livre

Contação: História do Barquinho
Direção: Luís André Cherubini
Duração: 40 min | Classificação: a partir de 1 ano

Ciclo de encontros – O Teatro e a Infância
Mediação: Dib Carneiro Neto

  • 08/10, 19h — O legado poético de Ilo Krugli e do Teatro Ventoforte

  • 15/10, 19h — Dramaturgia, música e crítica no teatro para infâncias

  • 22/10, 19h — Desdobramentos e futuro: práticas e políticas culturais

Ingressos: à venda no portal do Sesc SP e bilheterias das unidades
Redes sociais: @ciaventoforte


CURIOSIDADES

  • O espetáculo mais premiado foi História de Lenços e Ventos com 12 prêmios

  • O ano com mais conquistas foi 1985 com 7 prêmios

  • Ilo Krugli foi pessoalmente premiado ou indicado em 42 ocasiões


HISTÓRIA DE LENÇOS E VENTOS

Foi vista por mais de cem mil pessoas, no Brasil e no exterior. Conquistou todos os prêmios de sua categoria, passando a ser considerada um marco na dramaturgia infantil nacional. Na época se dizia assim, espetáculo infantil é de Maria Clara Machado a ilo Krugli. Foi a primeira vez na história da APCA que um espetáculo infantil ganhou um prêmio, inaugurando a categoria Infanto-juvenil.

  • PRÊMIO SNT, MELHOR ESPETÁCULO INFANTIL DO ANO, 1974, Rio de Janeiro;

  • PRÊMIO SNT, UM DOS CINCO MELHORES DO ANO, 1974, Rio de Janeiro;

  • INDICAÇÃO MOLIÈRE, PRÊMIO ESPECIAL, 1974, Rio de Janeiro;

  • CONCURSO DE DRAMATURGIA INFANTIL DA FUNDAÇÃO GUAÍRA, PREMIAÇÃO DE TEXTO, 1974, para Ilo Krugli;

  • PRÊMIO SNT, UM DOS CINCO MELHORES DO ANO, 1975, Rio de Janeiro;

  • PRÊMIO MOLIÈRE, MELHOR ESPETÁCULO - INCENTIVO AO TEATRO INFANTIL, 1976, Rio de Janeiro;

  • PRÊMIO MAMBEMBE, DIREÇÃO, 1977, São Paulo - para Ilo Krugli;

  • MELHOR ESPETÁCULO ESTRANGEIRO DA TEMPORADA, 1988, Havana, Cuba;

  • MELHOR ESPETÁCULO VISITANTE, 1976, Porto Alegre;

  • PRÊMIO SNT, UM DOS CINCO MELHORES ESPETÁCULOS, 1980, São Paulo;

  • PRÊMIO MAMBEMBE, DIREÇÃO, 1980, São Paulo - para Ilo Krugli;

  • PRÊMIO APCA, MELHOR ESPETÁCULO, 1980, São Paulo;

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