TROCA DE TEATRO | Reparação, de Carlos Canhameiro, faz novas apresentações no Teatro de Arena Eugênio Kusnet | de 25/09 a 12/10

 Carlos Canhameiro reestreia “Reparação” no Teatro de Arena Eugênio Kusnet, em São Paulo

 

O espetáculo conduz o público a um salão de beleza, espaço emblemático da sociabilidade da época, misturando ficção e depoimentos reais colhidos sobre uma jovem violentada por dois colegas de escola no interior de São Paulo, e apresentando ao público várias versões sobre uma mesma história. 

 

 





 

Elenco de Reparação 

 

 

De 25 de setembro a 12 de outubro, o diretor e dramaturgo Carlos Canhameiro estará no Teatro de Arena Eugênio Kusnet com o seu novo espetáculo Reparação, após temporada de estreia no CCSP. A peça encerra a chamada Trilogia da Cor Local, em que cada espetáculo conduz o público a uma imersão por um lugar tipicamente brasileiro. As apresentações acontecem de quinta a sábado, às 19h, e, aos domingos, às 18h, com ingressos entre R$20 e R$40.

Nas encenações de Canhameiro, o cenário nunca é apenas um pano de fundo, mas um elemento central na construção da narrativa e na imersão do público. Na Trilogia da Cor Local, esse recurso ganha ainda mais força: cada peça recria ambientes de forte carga simbólica e cultural dos anos 1980, explorando aspectos da vida cotidiana das classes baixa e média brasileiras, em espaços que misturam sociabilidade, conflito e memória.

“Em Agamenon 12h, situamos a ação em um camelódromo; em xs CULPADXS, em um bar típico da década; e, em Reparação, a escolha foi por um salão de beleza dos anos 80”, explica o dramaturgo e encenador. “O que me interessa é pensar como esses espaços cotidianos revelam camadas da nossa cultura e ao mesmo tempo são um terreno farto para a teatralidade. O espaço expande o texto e o texto se reinventa dentro desses espaços”

Inspirada em um caso real ocorrido no interior paulista nos anos 1980, Reparação parte da história de uma jovem violentada por dois colegas de escola. Grávida, ela é forçada pela própria família a deixar a cidade, num gesto que soma à violência física o apagamento simbólico de sua existência.

Para construir a dramaturgia, Canhameiro entrevistou diversos moradores e pessoas ligadas ao episódio, reunindo uma ampla gama de perspectivas sobre o caso. Desses encontros, 23 depoimentos foram escolhidos para integrar a dramaturgia final, que entrelaça as vozes reais a cenas ficcionais, num jogo entre memória e imaginação que tensiona as múltiplas versões de um mesmo fato.

Sobre a encenação

A partir dos relatos coletados, o dramaturgo Carlos Canhameiro construiu quatro cenas dialogadas, inteiramente ficcionais, que imaginam situações-chave relacionadas ao tema central. Esses momentos inventados se entrelaçam aos depoimentos reais, compondo uma narrativa que expande a memória e tensiona suas lacunas. “Meu interesse não é apenas narrar um episódio específico, mas investigar como diferentes versões de um acontecimento operam na realidade e, a partir disso, pensar no que pode ser uma reparação.”, afirma Canhameiro.

O espetáculo se desenrola em um salão de beleza — espaço emblemático da sociabilidade dos anos 1980 — concebido por José Valdir Albuquerque e pelo próprio dramaturgo. Esse ambiente potencializa a experiência estética e crítica da peça, evidenciando como a vida cotidiana se mistura às fraturas da memória, da violência e da vingança.

Para ampliar a imersão do público, a manicure Maria França e a cabeleireira e maquiadora Rosa de Carlos participam ativamente da encenação, intervindo na preparação do elenco durante as apresentações. O elenco é formado por Daniel Gonzalez, Fábia Mirassos, Luiz Bertazzo, Marilene Grama, Nilcéia Vicente e Yantó.

A trilha sonora, criada e executada ao vivo por Yantó, traz a atmosfera musical da década, com destaque para canções da banda Roupa Nova, que marcam o imaginário popular do período. Já os figurinos de Bianca Scorza evocam diretamente os anos 80, com suas cores vibrantes e exageros, enquanto as perucas utilizadas pelo elenco completam a referência estética desse tempo.

Sinopse

“Reparação” transporta o público para o espaço simbólico de um salão de beleza dos anos 80, lugar de confidências e transformações. Inspirada em um caso real do interior paulista, a peça combina depoimentos e ficção para revisitar a trajetória de uma jovem violentada por dois colegas de escola, que, após engravidar, é obrigada a deixar a cidade. Seis anos depois, retorna com a filha para apresentá-la ao pai, e o reencontro coloca em choque passado e presente, entre a possibilidade de reparação e o risco do desfecho trágico.

 

FICHA TÉCNICA:

Encenação e dramaturgia: Carlos Canhameiro

Elenco: Daniel Gonzalez, Fábia Mirassos, Luiz Bertazzo, Marilene Grama, Nilcéia Vicente e Yantó

Manicure em cena: Maria França 

Cabelo e maquiagem em cena: Rosa De Carlos

Trilha Sonora e música ao vivo: Yantó

Cenário: José Valdir Albuquerque e Carlos Canhameiro

Iluminação: Gabriele souza

Assistente de iluminação: Diego França

Figurinos: Bianca Scorza (acervo Godê)

Videografia: Vic von Poser

Técnico de som: Pedro Canales

Técnico de luz: Finn Fernandes

Técnico de vídeo: Ana Lopes

Produção: Mariana Pessoa e Leonardo Inocêncio

Apoio: Cine Dom José, FJ Cine - Giscard Luccas e Jasmim Produção Cultural

Livro: Editora Javali

Piano - Be my husband: Daniel Muller

Assessoria de imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques, Daniele Valério e Carina Bordalo

 

Prêmio Zé Renato

Este projeto foi contemplado pela 19ª Edição do Prêmio Zé Renato — Secretaria Municipal de Cultura e economia criativa

 

Serviço:

Reparação
Duração: 105 minutos | Classificação: 16 anos

Teatro de Arena Eugênio Kusnet

Data: 25 de setembro a 12 de outubro, de quinta a sábado, às 19h, e, aos domingos, às 18h
Endereço: Rua Dr. Teodoro Baima, 94 - Vila Buarque

Ingressos: R$40 (inteira) e R$20 (meia-entrada)

Compras pela bilheteria física ou pelo Sympla www.sympla.com.br/reparacao

 

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