NOVA TEMPORADA | A Última Ceia, com o Grupo Mexa, faz nova temporada no Sesc Pompeia | de 28/08 a 07/09

 Grupo MEXA apresenta A Última Ceia no SESC Pompeia

 

Espetáculo com direção e dramaturgia de João Turchi parte do famoso quadro de Leonardo Da Vinci para atualizar, a partir das vivências do coletivo, as ideias de morte e ressurreição

 



A Última Ceia - Crédito Estúdio em obras - cortesia Museu de Arte de São Paulo


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“Não me lembro de resposta mais forte à possessão oratória, religiosa ou política, da extrema direita contemporânea, do que este banquete LGBTQIA+ que não encena desgraças, mas a leveza da graça e o pão comum. Longa vida ao Mexa”. Nuno Ramos, no jornal Folha de São Paulo

 

Um grupo de pessoas se senta em uma mesa para sua última refeição e alguém avisa que vai morrer. Esse é o ponto de partida de A Última Ceia, novo trabalho do grupo MEXA, que faz temporada no SESC Pompeia entre 28 de agosto e 7 de setembro de 2025, com sessões de quarta a sábado, às 20h, domingos às 19h, e uma sessão extra no dia 5 de setembro, às 16h. Dirigida e escrita por João Turchi, a peça-jantar parte do famoso quadro homônimo de Leonardo Da Vinci e do acontecimento bíblico para se perguntar: como criar uma imagem final que persista, mesmo quando aquele grupo de pessoas já não existir mais? “Esse pode ou não ser nosso último espetáculo. Nesses nove anos de trajetória, essa sempre foi uma questão e, desta vez, quisemos explorar essa ideia”, comenta o encenador. 

 

Após a temporada paulistana, o grupo embarca para uma turnê internacional, com passagens pelo Festival de Automne (Paris), Kampnagel (Hamburgo), Festival Actoral (Marselha), Take Me Somewhere (Glasgow) e Transform Festival (Leeds). O MEXA também é um dos destaques da 36ª Bienal de São Paulo, reafirmando sua força como uma das vozes mais pulsantes da cena contemporânea.

Sobre a encenação

O espetáculo é dividido em dois momentos. Na primeira parte, a estética e a encenação remetem a uma peça-palestra. As atrizes Aivan, Alê Tradução, Dourado, Patrícia Borges, Suzy MunizTatiane Arcanjo Veronika Verão,  exploram as suas relações com o quadro de Da Vinci e com os apóstolos. 

“Todas elas são muito ligadas à religião e têm histórias bem significativas com a obra, até porque o MEXA foi fundado em uma casa de acolhida que tinha esse quadro na parede. Então, elas vão compartilhando as suas narrativas, e, enquanto isso, o grupo vai acabando. Acontecem brigas, as artistas saem de cena e, em um determinado ponto, o cenário é desmontado”, afirma Turchi.   

A peça foi pensada para ter muitas surpresas. Por isso, o texto se costura por fatos inusitados. “A Patrícia, por exemplo, conta que o único quadro que ela teve na vida foi uma reprodução de ‘A última ceia’, de Da Vinci. Era de uma vizinha e ela fez de tudo para consegui-lo: trocou vestido, mega hair, perfume e várias outras coisas pela obra, que, inclusive, resistiu a várias tragédias”, completa.


“Há algo de ritualístico nessa manobra de celebrar o velório e prantear o aniversário que não se perde na solenidade. É o senso de humor do MEXA, sua capacidade de rir da pantomima que é representar o próprio fim que dá mais fôlego à sua proposta de discutir história da arte, história da religião, a biografia de suas integrantes e as conotações políticas deste grupo fazer teatro em 2024”. Fernando Pivotto para o site Tudo menos uma crítica


De acordo com Turchi, o grupo costuma incorporar nos seus trabalhos algumas situações emblemáticas que ocorrem durante os ensaios. No caso de A Última Ceia, após todos terem lido a Bíblia juntos, as artistas escreveram em um papel quem gostariam de interpretar e a resposta foi unânime: Judas. Por esse motivo, foi incorporada no espetáculo uma cena em que elas disputam para ser esse personagem – e é a plateia quem escolhe a vencedora.  

Os diversos relatos apresentados fazem as costuras entre as duas partes do espetáculo. Por exemplo, Suzy, que nasceu no Maranhão, diz que em sua cidade há uma tradição de, nos velórios, as pessoas comerem o prato favorito do morto, como uma grande homenagem. E é esse o prato servido durante o jantar da segunda metade da peça.

Depois da grande discussão, as atrizes rearranjam o cenário: o que eram apenas praticáveis formando um pedestal gigantesco de 6x10m se transforma em uma mesa e o MEXA serve um jantar real para o público. “É como se o grupo tentasse concretizar todas as promessas feitas durante a primeira metade da peça”, acrescenta. 

O público acompanha a ação tal como ela é. O grupo optou por deixar a parte técnica a vista, então a vídeoperformer Laysa Elias e as artistas  Podeserdesligado e Iara Izidoro, que fazem, respectivamente, o som e a luz da peça, estão sempre em cena. 

E a trilha sonora reflete essa complexidade. Foram escolhidas canções de Mariah Carey, Elba Ramalho e Edwin Hawkins, além de Calcinha Preta, Bach e uma pitada de funk. 


“O quadro do Leonardo da Vinci se tornou a imagem mais significativa da última ceia de Cristo. Ela venceu essa narrativa. Então, se essa for a nossa última peça, queremos controlar qual é a imagem que vamos deixar para o mundo”, defende o diretor. 

 

Sobre o MEXA

O MEXA é um grupo de performance fundado em 2015, em São Paulo, no contexto das Casas de Acolhida. Sua pesquisa atravessa as fronteiras entre realidade, ficção, autobiografia e teatro documentário, borrando os limites entre arte e vida.

Entre os trabalhos de destaque estão “69 Salas H&V” (2016), “Terminal 10mg” (2017), “Putz Bahia” (2018/2019) e “Cancioneiro Terminal”, que circularam por festivais como a VERBO (Galeria Vermelho), Bienal Sesc de Dança, MITsp e a mostra Histórias da Dança no MASP. O grupo também realizou colaborações como “Conversa para boy dormir”, com o GRUA, e “Quanto mais ensaia, pior fica”, no Festival Panorama.

Residente na Casa do Povo desde 2016, o MEXA recebeu o Prêmio Denilto Gomes de Dança em 2019, na categoria Olhares para estéticas negras e de gênero.

Em 2023, estreou “Poperópera Transatlântica” no Kunstenfestivaldesarts, com apresentações em Berlim, Lisboa, Hamburgo, Leeds e São Paulo. No ano seguinte, lançou “A Última Ceia”, que passou por palcos da Bélgica, Suíça e Alemanha antes de chegar ao Brasil.

Sinopse

Um grupo de pessoas se senta em uma mesa para sua última refeição. Alguém avisa que vai morrer. O grupo não vai mais existir. É uma despedida. Poderia ser uma ficção, mas nem sempre é. Essa noite ninguém vai ser salvo. Na peça-jantar, a companhia parte da Bíblia para atualizar, a partir das suas vivências, a ideia de morte e ressurreição. Como continuar só, quando o coletivo não mais existe? Quem conta as histórias de corpos que já não podem mais falar?

Ficha Técnica
Criação: MEXA 

Direção e dramaturgia: João Turchi 
Performance e co-criação: Aivan, Alê Tradução, Dourado, Patrícia Borges, Suzy Muniz, Tatiane Arcanjo e Veronika Verão
Vídeo performer, criação de vídeo e direção técnica: Laysa Elias 
Assistência de direção e de movimento e performance: Lucas Heymanns 
Trilha sonora, sound design e performance: Podeserdesligado 
Luz e performance: Iara Izidoro 
Produção executiva: Francesca Tedeschi (Casa do Povo)
Produção da temporada: Cibele Lima 

Figurino: Anuro Anuro e Cacau Francisco 
Cenário: Vão 

Direção de arte: Lu Mugayar 

Direção vocal: Dourado 
Integraram parte do processo criativo: Anita Silvia, Daniela Pinheiro e Gustavo Colombini
Colaboração dramatúrgica: Olivia Ardui 
Pesquisa e consultoria artística: Guilherme Giufrida
Produção: MEXA 
Coprodução: Kunstenfestivaldesarts, Casa do Povo, Kampnagel - Internationales Zentrum für Schönere Künste
Agradecimentos especiais: Esponja, Ana Druwe, Benjamin Seroussi, Marcela Amaral, Felipe Martinez

O MEXA é um grupo associado à Casa do Povo

 

SERVIÇO
A Última Ceia – Grupo MEXA
Temporada: de 28 de agosto a 7 de setembro de 2025
Horários: Quartas a sábados, às 20h, domingos, às 19h
Sessão extra: 5 de setembro (sexta), às 16h
Local:
 SESC Pompeia – Rua Clélia, 93, Pompeia, São Paulo – SP
Ingressos à venda pelo site sescsp.org.br ou nas bilheterias da rede SESC
Classificação indicativa: 18 anos Duração: 90 minutos

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