[TEATRO-DANÇA | REESTREIA HOJE] "OKAN", do Grupo Xingó, em nova temporada na cidade de São Paulo com sessões gratuitas e ações formativas.

 

"OKAN", do Grupo Xingó,  com teatro e dança de mulheres 

que evocam memórias diaspóricas




Fruto de seis anos de pesquisa, o espetáculo OKAN retoma sua circulação pela cidade de São Paulo, com nova temporada, no Teatro Arthur de Azevedo e no Centro Cultural São Paulo em sessões gratuitas, vivências e exibição do filme "BOIÁ".

Combinando teatro, dança e brinquedo popular, a montagem traz ao centro da cena memórias de resistência e deslocamento evocadas por seis mulheres, em dramaturgia construída a partir de relatos de lideranças comunitárias, ex-presas políticas e fundadoras de movimentos sociais.



O enredo do espetáculo parte de uma premissa ficcional — a perseguição de três mulheres foragidas conhecidas como Boneca, Caveira e Viola — que compõem um mosaico poético e político entrelaçado a fragmentos de fala, danças e música. Em fluxo contínuo entre corpo e palavra, o espetáculo combina ritmos populares, narrativa fragmentada e elementos de rito.

Com trilha musicada ao vivo pelas intérpretes, OKAN integra sons, texturas e símbolos: couro, chapéus, caveira, varais de fotos e esqueleto. A figura de Exu emerge como presença simbólica e poética — entre o silêncio e o riso. “Pra onde a gente vai agora?”, pergunta uma das intérpretes ao final, antes de convidar o público para a dança.

O grupo é composto exclusivamente por mulheres e dissidências de gênero, que encenam movimentações coletivas, falas sussurradas e jogos que interagem no palco com estruturas cênicas móveis. A obra propõe uma experiência sensorial e política, onde cada detalhe reforça sua dimensão ancestral: os figurinos em couro foram produzidos por Mestre Romualdo, em Arcoverde (PE); as camisetas utilizadas pertencem à coleção da historiadora Astrogilda Pereira; e a rede de linho foi bordada à mão pela bisavó de uma das intérpretes.


As entrevistas que deram origem à dramaturgia — com 17 mulheres mais velhas — também geraram vídeos publicados no Canal Heréticas. Criado em 2007, o Grupo Xingó desenvolve trabalhos nas interseções entre teatro, dança e formas de expressão populares. Com mais de dez prêmios recebidos — entre eles Fomento à DançaProACAldir Blanc Maria Alice Vergueiro —, o coletivo já circulou por aldeias, ocupações, assentamentos e periferias, mobilizando práticas artísticas como gesto político e coletivo.


Sinopse
As suspeitas são três mulheres foragidas conhecidas pelo nome de Boneca, Caveira e Viola. Os proprietários já colocaram as milícias à procura. Seis corpas em cena. São mulheres? É ela, ele, elu? Bandidas? Andam em bando. Carregam um esqueleto. Roupas de couro. Movem-se juntas, mesmo que não ao mesmo tempo. Camuflam-se. Aos poucos, escapam memórias de vida pelo caminho. Memórias embaralhadas de dezessete antigas: lideranças de comunidade, caciques, fundadoras de movimento e ex-presas políticas. O medo, a fome, a resistência. Água para deixar o rio correr. OKAN! Quem viu, verá.



SERVIÇO NOVA TEMPORADA

Espetáculo: OKAN
Grupo: Grupo Xingó
Classificação indicativa: 12 anos
Duração: Filme: 17min | Espetáculo: 55min
Entrada gratuita (retirada de ingressos pelo Sympla)


30, 31 de julho; 01, 02 e 03 de agosto de 2025

Quarta a domingo, às 20h

Acessível em Libras nos dias 01 e 02/08

Teatro Arthur Azevedo 
Av. Paes de Barros, 955, Alto da Mooca – São Paulo/SP

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07 a 10 de agosto de 2025

Quinta a sábado, às 20h | Domingo, às 19h
Acessível em Libras nos dias 08 e 09/08

Centro Cultural São Paulo (Porão)
Rua Vergueiro, 1000, Liberdade – São Paulo/SP


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Ações formativas e bate-papos

Estudos Um Defeito de Cor

03 (três) encontros com a Mestra Waldete Tristão, doutora em Educação pela USP/SP e Mestre em Educação: História, Política e Sociedade pela PUC-SP, para um estudo aprofundado na premiada obra de Ana Maria Gonçalves "Um Defeito de Cor", os encontros são presenciais e gratuitos, e acontecerão nos dias, 05, 12 e 19 de agosto, das 19h às 22h, na Casa Sede Tekoha, localizada na Rua Jumana, 126, na Mooca/SP.

Encontros dançantes

Quinta-feira, 07/08, das 15h às 18h, no CCSP
Encontro com Mara Guerrero - "Dançar através das Fascias" - Mara Guerrero, é mestra em dança pela Universidade Federal da Bahia. Graduada em dança. Idealizadora, co-autora e artista do Projeto DR. Integrou as Cia. 2 Nova Dança e Nada Dança, entre outros projetos de criação colaborativa. Gratuito, no Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro, 1.000, Vergueiro/SP)

Sábado, 30/08, das 10h às 15h, no Teatro Arthur Azevedo
Encontro com Stella Laponi - "Téte a téte com Corpo INTRUSO" - Estela Lapponi é Performer e videoartista paulistana. Tem como foco de investigação artística: - o discurso cênico do corpo com deficiência: - a prática performativa e relacional (público), - o trânsito entre as linguagens visuais e cênicas. Desde 2009 realiza práticas investigativas a partir do conceito que criou – Corpo Intruso e sua performatividade Zuleika BritGratuito, no Teatro Arthur Azevedo (Av. Paes de Barros, 955 - Alto da Mooca/SP)

Detalhes e inscrições via Instagram do Grupo Xingó: @grupoxingo

A circulação é parte do projeto “OKAN em afluências não binárias – LAROYE EXU”, contemplado pela 37ª edição do Programa Municipal de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo. A proposta prevê uma ocupação artística em três territórios culturais da capital, com exibições do filme "BOIÁ" seguidas das apresentações do espetáculo OKAN.


Ficha Técnica
Realização: Grupo Xingó e Tekoha
Atuadoras: Erika Moura, Siufi, Valquíria Rosa, Ana Flor de Carvalho, Carolina Gracindo, Maria Helena Menezes, Sylvia Sato (Libras)
Direção: Juliana Pardo
Co-direção: Thais Dias
Dramaturgia: Siufi
Direção musical: Valquíria Rosa
Figurino e ornamentos: Mestre Romualdo Freitas e Ateliê Xongani
Rede e bordados: Margarete Siufi e Maria Jacques Miranda
Camisetas: Acervo Astrogilda Pereira
Apoio de Produção: Legina Leandro e Chidi Portuguez
Arte e identidade visual: Mari Moura
Social Media: Duda Lopes
Produção Executiva: Duda Viana
Assessoria de Imprensa: Pedro Madeira e Rafael Ferro


Redes e contatos
Instagram: @grupoxingo
Site: xingo.art.br
YouTube: Grupo Xingó / Heréticas
E-mail: contatoemcontato@gmail.com
Produção: Thais Dias – (11) 95438-8425 | (11) 98083-3909


Mini-bio dos idealizadores



Grupo Xingó

O Grupo Xingó é um coletivo de dança e teatro sediado na Zona Leste de São Paulo, que atua há 17 anos com foco na criação artística a partir de práticas anticoloniais, saberes populares e pedagogias decoloniais. Desde sua origem, o grupo se dedica à experimentação cênica com base em metodologias próprias, em diálogo com territórios periféricos, assentamentos rurais, aldeias indígenas e ocupações urbanas.


Referência em formação artística popular e produção cultural autônoma, o Xingó desenvolve uma prática continuada de ensino, criação e circulação com ênfase na coletividade, ancestralidade e resistência. O grupo fundou a casa-sede Tekoha, onde promove cursos gratuitos e realiza projetos de formação e manutenção, como os festivais independentes FESTA XINGÓ e Curto Circuito, voltados à cultura em territórios invisibilizados.


A trajetória do coletivo é marcada por intercâmbios com mestres como Cristiane Paoli Quito, Tica Lemos, Tião Carvalho e grupos como Parlendas. Suas pesquisas atravessam o teatro de rua, o mamulengo, o bumba-meu-boi, o cangaço, as culturas afro-indígenas e as memórias de resistência feminina e LGBTQIAPN+. Com mais de 10 prêmios, entre eles Fomento à Dança, ProAC, Aldir Blanc, Maria Alice Vergueiro e Zé Renato, o Grupo Xingó reafirma a arte como gesto político em movimento.


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