Festival Acessa BH 2025 celebra a pluralidade e o protagonismo da cultura DEF em espetáculos, filmes, shows e oficinas
Monga, com Jéssica Teixeira, abre o Acessa BH 2025 no Sesc Palladium - Foto: Ligia Jardim
Belo Horizonte recebe entre 5 e 28 de setembro a edição 2025 do Festival Acessa BH, que reúne artistas de nove estados brasileiros e do Reino Unido em uma programação multicultural e gratuita dedicada à acessibilidade, à diversidade e às artes cênicas contemporâneas. O evento valoriza a produção artística de pessoas com deficiência e promove o acesso à cultura para todos.
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Na montagem, Jéssica faz da cena uma grande comunhão com o público, evocando a brilhante artista mexicana Julia Pastrana, conhecida como “Monga”, e discute a marginalização de corpos dissidentes e a exploração da imagem. Ao
As mais de 30 atrações do Festival se dividem em 14 apresentações de teatro, dança, música e performance; quatro oficinas; cinco filmes (três curtas e dois longas), três videoclipes, quatro bate-papos pós-espetáculos, uma roda de conversa e um lançamento de livro. “Mais do que uma seleção de espetáculos, a curadoria propõe um campo de encontro e troca, onde diferentes modos de criação possam conviver e provocar o público a refletir, sentir e imaginar futuros possíveis. Um convite à escuta atenta e ao deslocamento dos olhares, que valoriza tanto a expressão poética quanto o engajamento político da cena contemporânea,” afirmam Daniel e Lais Vitral, coordenadores e curadores do festival.
inclusivas.
O Acessa BH valoriza o protagonismo de artistas e profissionais com deficiência, contando com equipe especializada e consultores para garantir a inclusão em todas as etapas. “A coordenação de Acessibilidade procura pensar esse quesito de forma integral, com a participação ativa da equipe de consultores, desde o planejamento do Festival. Esse trabalho conjunto inclui visitas técnicas aos espaços de apresentação, proposição de pautas e estratégias de comunicação, e análise de diversos recursos de acessibilidade para cada atividade do evento. Para além do conhecimento teórico, as vivências com a equipe, artistas e público do Acessa sempre provocam novas reflexões, e motivam nossa busca constante de fazer um Festival cada vez mais diverso, acolhedor e potente”, explica Anita Rezende, coordenadora de Acessibilidade do Acessa BH.
Destaques do Festival
Foto - Cena de “OZ”, espetáculo bilíngue encenado em Libras e em português
O espetáculo “Os Irmãos Karamázov”, que será apresentado no dia 12 de setembro, sexta-feira, às 20h, no Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas, é estrelado e dirigido por Caio Blat, ao lado de Marina Vianna, e marca a primeira adaptação teatral de Os Irmãos Karamázov no Brasil.
s recebe, também, no dia 13 de setembro, às 20h, Hermeto Pascoal & Grupo (AL). Gênio da música brasileira e ícone da “música universal”, Hermeto apresenta um show repleto de improvisações, experimentações sonoras e instrumentos inusitados.
Estela Lapponi (SP) traz o seu o solo híbrido “CAPENGÁ!” para a Funarte MG, no dia 18 de setembro, às 20h. A obra transforma a instabilidade em linguagem estética ao articular som, corpo e tecnologia sob uma perspectiva política sobre deficiência.
A participação da artista britânica Dora Colquhoun no Festival Acessa BH também se destaca, marcando o início de uma parceria entre o evento, a organização DaDa e a companhia ZU-UK. O espetáculo “That’s Why Deers Run” será apresentado no dia 25 de setembro, às 19h30, na Funarte MG.
O coletivo paulista Aquilombamento Ficha Preta apresenta “OZ”, espetáculo bilíngue encenado em Libras e em português. A peça que encerra a programação do festival, no dia 28 de setembro, às 19h, na Funarte MG, discute amor, negritude e resistência afetiva, por meio da história de um casal que desafia padrões normativos de afeto e pertencimento.
TEATRO, DANÇA E PERFORMANCE
Espetáculos programados na 5ª edição do Festival Acessa BH
o, lançada em primeira mão no Acessa BH.
O ator e cineasta Victor Di Marco (RS) conhecido por seu trabalho que aborda temas relacionados à deficiência e à comunidade LGBTQIAP+, apresenta o solo “Azul Marítimo”, seguido de bate-papo com a participação da diretora do espetáculo, Jéssica Teixeira. A peça explora os movimentos involuntários do corpo como ondas persistentes, navegando entre o íntimo e o erótico. Victor Di Marco é o diretor do curta “Zagêro” que também está na programação do evento.
O artista Céu Vasconcelos (CE) apresenta a performance “O corpo, o peso, o descanso”, em que propõe uma “andança aleijada” com o uso de uma prótese de quatro metros, reivindicando espaço e memória coletiva a partir de um corpo marginalizado. Céu Vasconcelos é um artista visual que explora as próteses como extensões do corpo e elementos poéticos. Por meio de fotoperformances e esculturas, desafia padrões normativos e propõe novas formas de presença corporal na arte.
A montagem conta com o uso de Libras nos diálogos e na linguagem gestual da encenação, além de outros recursos como efeitos sonoros e suportes táteis.
“CAPENGÁ!”, solo híbrido de Estela Lapponi (SP), de caráter provocativo, transforma a instabilidade em linguagem estética ao articular som interativo, corpo e tecnologia sob uma perspectiva política sobre deficiência. Estela Lapponi, que há anos tensiona os limites entre as artes cênicas e visuais, aprofunda aqui suas investigações sobre presença, acessibilidade estética e a performatividade do erro como gesto criativo.
O espetáculo “Pequeno tratado sobre a leveza das pedras” (PA), de Rô Colares, artista da cena, escritora e doutora em artes, integra a programação. Mulher indígena do Pará, se apresenta como “neta do Rio Arapiuns”, uma forma poética de afirmar sua ancestralidade e vínculo com o território. Sua obra cruza performance, escrita e fabulação, articulando corpo, memória e política em práticas de presença e escuta.
que a levaria à perda de sua visão,
Idealizado por Aline Mohamad, “OZ”, da companhia Aquilombamento Ficha Preta (SP), é um espetáculo bilíngue em português e Libras que propõe repensar os padrões sociais do amor. Em cena, o casal é formado pelo ator, poeta e slammer surdo Edinho Santos e pela atriz Letícia Calvosa. Juntos, eles compartilham seus afetos na cozinha — espaço de escuta, cuidado e resistência — enquanto questionam os limites impostos aos seus corpos e constroem formas próprias de amar e existir em família.
duas décadas de atuação em performances imersivas e teatro participativo. A colaboração com a ZU-UK, a DaDa e o Acessa BH pretende abrir caminho para novas conexões entre Brasil e Reino Unido no campo das artes inclusivas. Após a apresentação, haverá um bate-papo imersivo e interativo sobre clima e deficiência. Esta não é uma palestra típica. Espere o inesperado!
INFANTIL
Espetáculos infantis e para a família programados na 5ª edição do Festival Acessa BH
A montagem “Maria quer ser rio”, da Coletiva de Palhaças (AM), narra a história de Mariazinha, uma menina com baixa visão que vive em uma casa flutuante e descobre o mundo encantado da ancestralidade amazônica. O grupo atua nas interseções entre palhaçaria, feminismo, ancestralidade e acessibilidade. Criam experiências cênicas e formativas voltadas a públicos diversos, com atenção especial a mulheres negras, indígenas, LGBTQIA+ e pessoas com deficiência. Sua pesquisa amplia os horizontes da comicidade no Norte do país, incorporando perspectivas como a “cosmocegueira” e práticas anticapacitistas no fazer teatral.
“Biruta", do grupo mineiro Sapos e Afogados (MG), fundado em 2002 em Belo Horizonte dentro de centros de saúde mental. Reconhecido por transformar vivências de transtorno psíquico em expressão artística, utiliza a palhaçaria para desestigmatizar sofrimentos e ampliar a noção de teatro cênico. A montagem infantil explora com sensibilidade a saúde mental na infância e juventude, usando elementos lúdicos da palhaçaria para favorecer o acolhimento e a reflexão do público. Após a apresentação, haverá um bate-papo com o público.
Após a apresentação, haverá um bate-papo com o elenco, promovendo troca e escuta entre artistas e espectadores.
MÚSICA
Os shows programados na 5ª edição do Festival Acessa BH
eto é albino e tem baixa visão, condição
O festival também apresenta o grupo Trem Tan Tan (MG), com o show “Trem Negreiro”, que conta com participação especial das cantoras Fran Januário e Júlia Rocha. Formado por usuários do sistema de saúde mental, o coletivo atua há mais de duas décadas utilizando a arte como forma de resistência e luta antimanicomial. Sob direção do músico paraibano Babilak Bah, o grupo ressignifica termos pejorativos em canções já registradas em CDs e DVD, afirmando sua potência criativa e política.
FILMES, CURTAS E VIDEOCLIPES
Filmes
O cinema também integra a programação do Festival Acessa BH 2025 com sessões comentadas e acessíveis. Será exibido o longa “Ainda Estou Aqui", de Walter Salles, vencedor do Oscar 2025 de Melhor Filme Internacional. Baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, o filme revisita a história de sua família e o desaparecimento de Rubens Paiva durante a ditadura militar. Esta será a primeira exibição em Belo Horizonte com recursos de acessibilidade em Libras, legendas e audiodescrição. A sessão será comentada por Ademar Alves Jr. e Sara Paoliello.
Outro longa em destaque é “Nem Toda História de Amor Acaba em Morte", dirigido por Bruno Costa. Com elenco e equipe formados por pessoas negras, trans e com deficiência auditiva, o filme foi rodado em Curitiba e reúne mais de 30 figurantes e sete atores com surdez. A trama acompanha a relação entre uma atriz e sua companheira, abordando temas como afeto, comunicação e recomeços. A sessão contará com comentários do pesquisador Ademar Alves Jr., consultor do festival.
Curtas
A mostra de curtas apresenta três produções: “Nunca Me Viram Gritar” (SP), “Depois Vem o Silêncio” (PR) e “Zagêro” (RS). As obras abordam questões ligadas à identidade surda, à saúde mental e à normatividade do corpo, explorando diferentes linguagens e experiências.
Videoclipes
Abrindo cada uma das sessões de cinema, serão exibidos videoclipes do projeto Atelier de Criação, iniciativa de Belo Horizonte criada por Lourenço Soalheiro. O projeto promove a criação musical coletiva com participantes com ou sem experiência artística, por meio de composição, performance e expressão corporal. Estão na programação o videoclipe L’Automne Amoureux (2021), produzido na Bélgica com artistas do Créahm de Liège; Nem Um Som Sequer (2024), com roteiro e performance de Artur Tibúrcio e Henrique Salum Duarte; e Liberdade (2024), com criação e atuação de Elcia Geralda Dias, Raphael Amorim, Igor Mochileiro, Lucílio Gomes e Rafael Ferreira.
OFICINAS, RODA DE CONVERSA, BATE-PAPOS E LANÇAMENTO DE LIVRO
Com um enfoque formativo e acessível, o festival oferece quatro oficinas gratuitas com inscrições antecipadas, a serem abertas em agosto, pelo site www.acessabh.com.br.
Oficinas - Funarte MG
“Cultura e Acesso: A Acessibilidade como Criação no Cinema e na Arte”- A oficina aborda recursos como audiodescrição e Libras sob uma perspectiva criativa e expandida.
Com: Ademar Alves Jr. e Sara Paoliello
Quando: 9 e 10 de setembro, das 14h às 17h
áudio descritivas
“DanceAbility” - Fundamentada no método de improvisação criado por Alito Alessi, a oficina foca na escuta cênica e na diversidade corporal.
Com: Estela Lapponi
Quando: 19 e 20 de setembro, das 10h às 13h
“Ponto(s) de Encontro(s)” - Proporciona uma experiência de teatro voltada para pessoas com e sem deficiência.
Com: Oscar Capucho e Bruno Aguiar
Quando: 23 e 24 de setembro, das 14h às 17h
Roda de Conversa
pe de coordenação e consultores s
Bate-papos
Alguns dos espetáculos do Festival Acessa BH 2025 contarão com bate-papos após as apresentações, ampliando a escuta e a troca entre artistas e público. Os encontros reúnem criadores de diferentes regiões e contextos, promovendo reflexões sobre arte, acessibilidade, saúde mental e diversidade de corpos e linguagens.
- 06/09 | 20h - Apresentação seguida de bate-papo
Azul Marítimo – Victor Di Marco (RS)
- 21/09 | 16h - Apresentação seguida de bate-papo
Biruta – Sapos e Afogados – Núcleo de Criação e Pesquisa em Arte e Saúde Mental (MG)
- 25/09 | 19h30 - Apresentação seguida de bate-papo
That’s Why Deers Run – Dora Colquhoun (Reino Unido)
- 26/09 | 16h - Apresentação seguida de bate-papo
Spectrum – Cristiane Muñoz (RJ), Paula Gotelip, César Rossi e Cézar de Castro (SC)
Lançamento de livro
Capa do livro Monga, de Jessica Teixeira
A programação inclui o lançamento da dramaturgia do espetáculo Monga, da atriz e diretora Jéssica Teixeira (CE), obra em 182 páginas, em português e inglês, que aprofunda os temas e experimentações cênicas da montagem.
Data: 07/09 | 19h, com a presença da autora Jéssica Teixeira
Quem patrocina o Festival Acessa BH
O Festival Acessa BH conta com o patrocínio master da Cemig por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, patrocínio master do Instituto Cultural Vale e patrocínio do Instituto Unimed-BH, Itaú Unibanco e Laranjinha Itaú por meio da Lei Federal de Incentivo. Conta, ainda, com o apoio da Fundação Clóvis Salgado, Funarte MG, Centro Cultural Unimed-BH Minas, Sesc Palladium e Mercure. Uma realização da Vitral Bureau Cultural, Lais Vitral, Governo de Minas Gerais — Governo Diferente, Estado Eficiente e Ministério da Cultura - Governo Federal - União e Reconstrução.
Cemig: a energia da cultura
Como a maior incentivadora da cultura em Minas Gerais, a Cemig segue investindo e apoiando as diferentes produções artísticas existentes nas várias regiões do estado. Afinal, fortalecer e impulsionar o setor cultural mineiro é um compromisso da Companhia, refletindo seu propósito de transformar vidas com energia.
Ao abraçar a cultura em toda a sua diversidade, a Cemig potencializa, ao mesmo tempo que preserva, a memória e a identidade do povo mineiro. Assim, os projetos incentivados pela empresa trazem na essência a importância da tradição e do resgate da história, sem, contudo, deixar de lado a presença da inovação.
Apoiar iniciativas como essa reforça a atuação da Cemig em ampliar, no estado, o acesso às práticas culturais e em buscar uma maior democratização dos seus incentivos.
Instituto Unimed-BHO Instituto Unimed-BH completou 22 anos em 2025 e conta com o apoio de mais de 5,7 mil médicos cooperados e colaboradores da Unimed-BH. A associação sem fins lucrativos foi criada em 2003 e, desde então, desenvolve projetos socioculturais e socioambientais visando à formação da cidadania, estimulando o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, fomentando a economia criativa, valorizando espaços públicos e o meio ambiente, em cinco linhas de atuação: Comunidade, Voluntariado, Meio Ambiente, Adoção de Espaços Públicos e Cultura.
O Instituto Unimed-BH patrocina o Acessa BH desde a segunda edição, reafirmando seu compromisso em promover a inclusão e a formação da cidadania. Conheça mais em: @institutounimedbh
Itaú
O Itaú Unibanco, por meio do Itaú Cultural – instituição com sólida trajetória nos campos da arte e da cultura –, reforça o seu compromisso com o incentivo à criatividade, à produção de conhecimento e com experiências que inspiram novos olhares para a nossa realidade. A parceria com o Festival Acessa BH, programação consolidada no calendário do país, dialoga com a constante atuação do banco e da instituição visando a valorização da produção artística de pessoas com deficiência e ampliando o acesso à cultura para todos os públicos.
Festival Acessa BH 2025
Período: 5 a 28 de setembro de 2025
Abertura dia 5 de setembro, às 20h, no Sesc Palladium (Grande Teatro, plateia reduzida), com o espetáculo “Monga”, de Jéssica Teixeira
Entrada gratuita - Programação completa disponível em www.acessabh.com.br
PROGRAMAÇÃO COMPLETA
Sesc Palladium
05/09 | 20h | Monga - Jéssica Teixeira (CE)
06/09 | 20h | Azul Marítimo - Victor Di Marco (RS). Apresentação seguida de bate-papo
07/09 | 17h | O Corpo, o peso, o descanso - Céu Vasconcelos (CE)
07/09 | 18h | Videoclipe da música L'Automne Amoureux (Bélgica) + Sessão de curtas Depois vem o silêncio (PR), Nunca me viram gritar (SP) e Zagêro (RS)
07/09 | 19h | Lançamento do livro Monga, de Jéssica Teixeira (CE)
Centro Cultural Unimed-BH Minas
12/09 | 20h | Os Irmãos Karamázov (RJ) - Direção Caio Blat e Marina Vianna (RJ)
13/09 | 20h | Hermeto Pascoal & Grupo (AL)
Palácio das Artes - Cine Humberto Mauro
16/09 | 19h | Videoclipe da música Nem Um Som Sequer + Filme Ainda Estou Aqui (RJ). Sessão comentada.
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