Montagem inédita de “Irmãs”, que estreia em 26 de junho, na Arena do Sesc Copacabana,
apresenta nova versão para a narrativa da obra As Três Irmãs, de Anton Tchékhov,
com atrizes negras nos papéis das três irmãs, buscando consonância com a contemporaneidade de hoje.
As atrizes Jamile Cazumbá, Alli Willow, Dani Ornellas, Isabél Zuaa,
mesclam elementos fictícios e reais à encenação de Renato Carrera.
Em “Irmãs”, nova montagem teatral do diretor Renato Carrera, partindo da obra As Três Irmãs, de Anton Tchékhov, três mulheres negras (Dani Ornellas, Isabél Zuaa e Jamile Cazumbá) e uma branca (Alli Willow) provenientes de vivências e realidades em ambiências e culturas diversas – Baixada Fluminense, Salvador, Lisboa, Lamu/Quênia, Paris e Nova Iorque –, em comum ancestralidades de resistência, conectam-se às suas raízes, misturando elementos da peça original de Tchékhov com questões pessoais, políticas e humanistas, rompendo paradigmas tradicionais do fazer artístico e ampliando as possibilidades da criação teatral, em meio a cenografia de um casarão em construção, buscando reflexões sobre a mulher nos tempos atuais. A estreia nacional de “Irmãs” será na noite de 26 de junho de 2025, na Arena do Sesc Copacabana, no Rio de Janeiro.
As atrizes desta montagem são artistas comprometidas com a valorização da cultura afro-brasileira, narrativas de resistência e ancestralidade em projetos voltados à visibilidade de mulheres negras e às interseções entre arte, política e ecologia.
O conflito das atrizes-personagens Dani Ornellas (Olga), Isabél Zuaa (Macha), Jamile Cazumbá (Irina) e Alli Willow (Natacha), ao ensaiarem um clássico do teatro mundial, explode em um metadrama psicológico trágico, aproximando ancestralidade e atualidade, destacando a dialética temporal das personagens-atrizes em contexto histórico de transição, que proporciona reflexões sobre a vida fragmentada e as nuances do tempo.
“Essas três irmãs são vozes que ecoam do útero mítico dessa família, mas com questionamentos humanos femininos pertinentes a qualquer época e com a profundidade das nossas memórias e vivências”, destaca a atriz e dramaturga Dani Ornellas.
Em cena, elas discutem colorismo, feminismo, regionalidades, amor, solidão e desejos não sucumbidos em busca de uma nova vida. São personagens que nos fazem refletir sobre a vida esfacelada, sobre o passado idealizado nunca reposto, sobre um futuro utópico que as resgate da vida vazia ou sobre as mudanças que parecem operar nos bastidores de um presente de inação.
Isabél Zuaa integrou a seleção oficial do Festival de Cannes 2025 com o filme O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, e a convite da World Woman Foundation foi uma das vozes no painel de debate sobre identidade, impacto e diversidade nas narrativas audiovisuais globais.
Como metadrama, a peça explora percepções do fluxo temporal e possibilidades históricas de transição. Baseada em afirmação-contraposição irônica, a ideia é unir ancestralidades e atualidades em um único tempo. A validade do discurso e a identidade de cada atriz-personagem é sempre colocada em questão. Sujeitos em crise que promovem uma luta sútil íntima, que para ganhar forma, põe em xeque não só as convenções do drama, como também a própria ideia de um presente de ações como a temporalidade estável.
Responsável pela trilha sonora do espetáculo, o músico e compositor brasileiro de jazz Jonathan Ferr, alcançou notoriedade internacional em festivais como o Rock In Rio e o Womex, na Inglaterra.
A versão cênica de Renato Carrera, que assina a dramaturgia junto a Dani Ornellas, acontece em três atos e em tempos diferentes. O primeiro ato é dividido em quatro cenas, enquanto acontece uma bateria de testes para a encenação de uma montagem de As Três Irmãs, no conflito entre atriz-personagem, as situações vêm à tona. O segundo ato acontece durante o aniversário de Irina, a irmã mais nova. No terceiro ato, final, é encenado o quarto ato da peça de Tchékhov. A encenação busca proporcionar uma experiência sensorial para o público pelas falas das atrizes, pelas projeções, pela trilha sonora, mas também quando os espectadores adentram o teatro atravessando e vivenciando a cenografia, o ambiente da cena.
“A encenação traz as vivências dessas quatro mulheres, amigas íntimas de longa data e que mesmo distantes, cada uma em sua cidade, estão sempre juntas, realizando uma sororidade muito forte com depoimentos pessoais que dialogam muito bem com o texto do Tchékhov”, comenta o diretor Renato Carrera.
“Irmãs” reúne um grupo de artistas, em sua maioria negros, consagrando o encontro das atrizes Dani Ornellas, Isabél Zuaa, Jamile Cazumbá e Alli Willow, sob a direção de Renato Carrera, dramaturgia de Dani Ornellas e Renato Carrera, iluminação de Daniela Sanchez, cenário de Daniel de Jesus, figurinos de Biza Vianna e Dani Ornellas, trilha sonora de Jonathan Ferr, visagismo de Joana Seibel, direção de movimento de Johayne Hildefonso e direção de produção de Gabriel Bortolini.
“A gente precisa revisitar as histórias que nos contaram para poder escrever outras, novas. Narrativas que mostrem o que foi apagado, o que nos foi negado. Realidades que sempre existiram, mas o mundo escolheu não ver. Irmãs nasce desse desejo. E para isso, não basta ter pretos só no palco – é preciso ter pretos também na dramaturgia, na trilha, na produção. É preciso se aquilombar em todos os lados. Porque só assim a gente constrói, de verdade, um outro mundo possível”, comenta o produtor Gabriel Bortolini.
O espetáculo é uma realização da #pingoéletraproduções e REPRODUTORA. Fruto de patrocínio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro – PCRJ, por meio da Secretaria Municipal de Cultura – SMC, através do edital Pró-Carioca Linguagens - Programa de Fomento à Cultura Carioca - edição PNAB e também do Sesc, através do edital Sesc Pulsar 2025. IRMÃS é o terceiro espetáculo da Brunzuncompany, precedido de FIDES = Fé em Latim e Bruzundangas, ambos de 2024.
Clique aqui para ler as minibios das atrizes, diretor e equipe de “Irmãs”
Ficha técnica
Direção: Renato Carrera
Dramaturgia: Dani Ornellas e Renato Carrera
Elenco: Dani Ornellas (Olga), Isabél Zuaa (Macha), Jamile Cazumbá (Irina) e Alli Willow (Natacha)
Direção de Produção: Gabriel Bortolini
Iluminação: Daniela Sanchez
Trilha Sonora: Jonathan Ferr
Cenário: Daniel de Jesus
Figurino: Biza Vianna e Dani Ornellas
Visagismo: Joana Seibel
Direção de Movimento: Johayne Hildefonso
Assistente de Direção: Fernanda Sal
Assistente de Direção de Movimento: Gisele Bastos
Assessoria de Imprensa: Ney Motta
Fotos de divulgação: Dalton Valério
Programação Visual: Daniel de Jesus
Interlocução Teórica: Marília Guimarães-Martins
Assistentes de Produção: Gabriel Lopes e Patrick Félix
Produção Executiva: Luiz Schiavinato Valente
Realização: #pingoéletraproduções e Reprodutora
Um espetáculo da Brunzuncompany
Sinopse
Quatro mulheres de diferentes origens e vivências conectam-se às suas raízes e ancestralidades, buscando reflexões sobre a mulher nos tempos atuais, enquanto ensaiam para uma montagem de As Três Irmãs, de Tchékhov.
Serviço
Temporada: 26 de junho até 20 de julho de 2025
Dias e horários: Quinta a sábado às 20h e domingo às 19h
Local: Arena do Sesc Copacabana
Endereço: Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana, Rio de Janeiro
Informações: (21) 3180-5226
Ingressos: R$ 10 (associado do Sesc), R$ 15 (meia-entrada) e R$ 30 (inteira)
Bilheteria: Funcionamento de terça a sexta das 9h às 20h, sábados, domingos e feriados das 14h às 20h.
Classificação indicativa: 16 anos
Duração: 1h40
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