Ivi Mesquita comanda encontro histórico com a Corte do Carnaval no Festival Sesc de Culturas Negras

 Ivi Mesquita comanda encontro histórico com a Corte do Carnaval no Festival Sesc de Culturas Negras

 


Fotos: Daniel Ridano

Com quase três décadas de história no samba, a paulistana Ivi Mesquita, ex-Rainha do Carnaval de São Paulo e referência no cenário do samba nacional, será a mediadora do bate-papo “Encontro com a Corte do Carnaval de São Paulo”, no dia 12 de junho, às 18h30, na área de convivência do Sesc Pompeia. A atividade integra a programação do Festival Sesc de Culturas Negras, que celebra as expressões artísticas afro-brasileiras em todas as suas formas.

 

O evento propõe uma conversa descontraída e potente com figuras emblemáticas do carnaval paulistano: o Rei Momo Sandro Camargo (Vai-Vai), a rainha Arie Suyane (Imperatriz da Paulicéia), a primeira princesa Bruna Negreska (Tom Maior), a segunda princesa Gabi Evaristo (Vai-Vai), além da Cidadã do Samba Vera Lúcia Monteiro da Silva (Tia Vera), da Prova de Fogo, e o Cidadão do Samba Jorge Luiz de Oliveira (Jorginho Saracura), também do Vai-Vai.

 

A ideia é dar voz às experiências desses protagonistas do samba, revelando bastidores, afetos e desafios de quem carrega nas fantasias e na pele o peso simbólico da maior manifestação popular brasileira.

 

Ivi Mesquita conhece bem esse papel. Desfilando há 27 anos pelo Vai-Vai, foi Rainha de Bateria em 2008 e 2009 e eleita Rainha do Carnaval Paulistano em 2001. No Rio de Janeiro, brilha há seis anos como destaque da Unidos de Vila Isabel. Com passagens por mais de dez países levando a dança brasileira ao mundo — incluindo Japão, França, Inglaterra, Itália, Espanha e Rússia —, Ivi também tem se destacado como mestre de cerimônias em eventos de grande porte, como na última Virada Cultural de São Paulo, onde comandou dois palcos.

 

Conversamos com Ivi Mesquita sobre o papel político do carnaval, o simbolismo da corte e o poder da escuta num espaço de celebração e resistência.

 

Você vai conduzir um bate-papo com personagens importantes do carnaval paulistano. O que o público pode esperar desse encontro?

Vai ser uma troca linda, de emoção e verdade. São pessoas que representam a alma do carnaval. Vamos ouvir histórias que vão muito além da avenida — relatos de luta, conquistas, preconceitos vencidos e muito amor pelo samba. É uma oportunidade rara de ver a corte do carnaval como protagonistas de suas próprias narrativas, com voz e vez.

 

Você saiu da posição de destaque na avenida para agora assumir esse papel de mediação. Como vive essa transição?

Eu não saí da avenida, eu a ampliei (risos). Continuo sendo carnaval em tudo que faço. Mas hoje meu papel é também abrir caminhos para outras vozes. Ser mediadora nesse encontro é um presente. É unir o que vivi com o que continuo aprendendo com cada figura que constrói o carnaval todos os dias — nos barracões, nos ensaios, nas escolas, nos bastidores.

 

O festival celebra a cultura negra em suas múltiplas linguagens. Qual é o lugar do carnaval nessa construção?

O carnaval é o coração da cultura negra no Brasil. É resistência, identidade, força coletiva. É onde a gente transforma dor em beleza, exclusão em protagonismo. Ainda tem muito a avançar, principalmente no reconhecimento das lideranças negras que fazem essa festa acontecer de verdade. Mas encontros como esse já são um passo. É sobre celebrar, sim, mas também refletir e ocupar espaços de fala e escuta.

 


SERVIÇO

 

Encontro com a Corte do Carnaval de São Paulo

12 de junho (quarta-feira), às 18h30

Sesc Pompeia – Área de Convivência

Atividade gratuita | Festival Sesc de Culturas Negras

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