Companhia mineira de teatro, Grupo Galpão lê William Shakespeare no programa A(u)tores e fala sobre o sucesso da peça ‘Romeu e Julieta’: "Força do teatro de rua’

 Companhia mineira de teatro, Grupo Galpão lê William Shakespeare no programa A(u)tores e fala sobre o sucesso da peça ‘Romeu e Julieta’: “Força do teatro de rua’

 


William Shakespeare, grande poeta, dramaturgo e ator inglês, é o escritor homenageado no episódio desta semana da série A(u)tores. O programa vai ao ar nesta sexta-feira, dia 27 de junho, às 22h30, no canal Futura. Na atração, artistas da televisão, do teatro e da música vivenciam experiências por meio da leitura de grandes autores da literatura mundial. Quem fará a leitura das obras de Shakespeare será o Grupo Galpão, companhia de teatro sediada em Belo Horizonte que já encenou a peça ‘Romeu e Julieta’. A montagem do grupo é considerada uma das mais marcantes do teatro contemporâneo brasileiro. 
 

“Romeu e Julieta é um dos espetáculos mais importantes do Galpão. Ele projetou o nosso trabalho, nacionalmente e internacionalmente. Viajamos para fazer apresentações em festivais e turnês longas pela Europa. Este trabalho fundou um pouco o teatro de rua, ampliando o pensamento sobre o teatro ao ar livre no Brasil, que era algo que já existia, mas não era reconhecido. Eu acho que o sucesso e a projeção da obra Romeu e Julieta foram definitivos no sentido de instalar a linguagem e a força do teatro de rua no nosso país. Fazer essa releitura de um texto clássico para uma linguagem extremamente popular, realmente, gerou muita comoção”, explica Eduardo Moreira, ator e um dos fundadores do Grupo Galpão.
 

A montagem transferiu a tragédia de Shakespeare para o contexto brasileiro e evocou de forma potente a cultura popular. Eduardo explica quais foram as ferramentas utilizadas para alcançar este resultado. “Com as músicas, usamos modinhas e serestas. É uma música muito brasileira do começo do século XX. Também é muito brasileiro o visual do espetáculo, os figurinos e o cenário. E adotamos um elemento muito importante: o narrador usava uma prosódia, um estilo de linguagem inspirado no livro ‘Grande Sertão Veredas’, de João Guimarães Rosa. Todos esses fatores trazem uma brasilidade muito grande ao espetáculo”.
 

Como resposta, o Grupo ganhou não só o carinho e a admiração do público mineiro, mas também gerou impacto mundo a fora. “O espetáculo foi exibido e gerou muita comoção, não só em Minas, mas no Brasil e no exterior. Eu lembro que participamos de um festival na Alemanha e, no final da apresentação, o público fez uma chuva de pétalas de rosas. Com os ingleses não foi diferente. Eles nos disseram que conseguimos redescobrir um lado da alegria do teatro extremamente popular de Shakespeare, algo que estava muito oculto. De fato, este foi um espetáculo que gerou uma relação de amor do público com o trabalho do Galpão”, finaliza Eduardo.
 

Programa com novo formato

A grande novidade da produção A(u)tores, do canal Futura, é o seu formato inédito, que apresenta leituras de obras consagradas, de autores contemporâneos ou do passado, feitas por artistas renomados ou coletivos culturais relevantes para o público do canal. Ao todo, são 13 episódios de 30 minutos de duração.
 

Nesta temporada, com a ampliação do tempo de exibição da série - que antes era de cinco minutos - Thiago Sacramento, diretor e roteirista do programa ao lado de Marcio Vianna, ambos da Guaraná Conteúdo, buscam ampliar o contato dos expectadores com a leitura de obras a partir de autores que marcaram a literatura nacional e internacional. Outra novidade é a presença da Fabiana de Pinho, doutora em Literatura, Cultura e Contemporaneidade. Ela traz um olhar acadêmico sobre cada autor, com depoimentos em todos os episódios.
 

“Esperamos que o público seja capturado pela beleza, atemporalidade e magnitude de obras escritas por Machado de Assis, Lima Barreto, Clarice Lispector, Carolina Maria de Jesus, Caio Fernando Abreu, Shakespeare, entre outros, e que se permita tanto o prazer de revisitá-las quanto de conhecê-las. E, principalmente, que a série desperte no espectador o enorme prazer que é estar diante de um livro aberto, que certamente é uma das maiores janelas para o mundo”, afirma Thiago.
 

Marcio complementa: “A série nasceu para mostrar como a leitura pode nos transportar para diferentes universos, das aventuras eletrizantes até as mais tocantes reflexões sobre a vida. A atração sempre contou com o carisma e o talento de artistas para apresentar os textos, tornando o convite ainda mais irresistível para o público. Nessa temporada, com episódios maiores e uma curadoria de autores consagrados, conseguimos mergulhar mais fundo nessa jornada. Com mais profundidade nessa conversa entre o público e os convidados que protagonizam os episódios, numa troca cheia de afeto sobre o prazer de conhecer cada livro, poema ou letra de música declamada”.
 

No programa, o público poderá embarcar nas obras de Clarice Lispector, Machado de Assis, Carolina Maria de Jesus, Literatura Indígena, Lima Barreto, Fernando Sabino, Mário de Andrade, Cazuza, Djamila Ribeiro, Shakespeare, Caio Fernando de Abreu, Conceição Evaristo e Solano Trindade. A ideia é, junto com eles, despertar conexões e emoções a partir das histórias apresentadas.
 

Para Mariana Seivalos, supervisora do Canal Futura, essa nova roupagem do A(u)tores mostrará que diferentes linguagens artísticas podem conversar com a literatura. “Ver artistas que admiramos mergulhando nas obras de seus escritores favoritos é uma experiência poderosa. Revela conexões profundas entre diferentes linguagens artísticas e mostra como a literatura continua a inspirar, provocar e transformar. Estamos muito orgulhosos de lançar a quarta temporada deste projeto — agora com episódios mais longos — e de trazer para a tela autores fundamentais como Lima Barreto, Carolina Maria de Jesus, Mário de Andrade, Machado de Assis, entre tantos outros que moldaram a literatura brasileira.”
 

Os episódios desta temporada trazem Beth Goulart, Martinho da Vila, Maria Gal, Zahy Tentehar, Luis Miranda, Verônica Sabino, Hugo Germano, Emílio Dantas, Luana Xavier, Grupo Galpão, Cia Luna Lunera, Complexo Negra Palavra, Tatiana Tiburcio, Damiana Inês e Luciana Lopes.
 

-> Programação

Estreia aconteceu em 25 de abril, às 22h30

Horários alternativos:

Sábado 12h; Domingo 21h; Segunda 2h15; Terça 15h30;

Quarta 1h; Quinta 10h30
 

25 de abril - Clarice Lispector por Beth Goulart: interpretou Clarice Lispector nos palcos e compartilha sua jornada

2 de maio - Machado de Assis por Martinho da Vila: debutou no samba-enredo com uma canção sobre Machado de Assis e segue admirando sua obra

9 de maio - Carolina Maria de Jesus por Maria Gal: interpretou Carolina Maria de Jesus no teatro, encantada pelos textos e atitudes ousadas da escritora

16 de maio - Literatura Indígena por Zahy Tentehar: destacou a importância de Ailton Krenak na Academia de Letras e sua conexão com as palavras

23 de maio - Lima Barreto por Luis Miranda: interpretou Lima Barreto no cinema e, desde então, admira sua obra

30 de maio - Fernando Sabino por Verônica Sabino: filha do escritor e cronista, deu um depoimento íntimo sobre sua relação com a Literatura e sobre a obra do seu pai

6 de junho - Mário de Andrade por Hugo Germano: fala sobre sua adaptação de "Macunaíma" no teatro e a obra de Mário de Andrade.  

13 de junho - Cazuza por Emílio Dantas: interpretou Cazuza em espetáculo musical, compartilha seu processo, valorização das letras e poesias das canções do artista  

20 de junho - Djamila Ribeiro por Luana Xavier: brilhou no teatro com o monólogo adaptado do livro de Djamila Ribeiro e nos convidou a conhecer mais sobre a escritora.  

27 de junho - Shakespeare por Grupo Galpão: único grupo brasileiro a se apresentar no Globe Theatre, compartilha sua versão inovadora do clássico "Romeu e Julieta"

4 de julho - Caio Fernando de Abreu por Cia Luna Lunera: companhia encenou texto baseado em um conto de Caio Fernando Abreu, celebra a escrita do autor e sua relação com o cotidiano

11 de julho - Conceição Evaristo por Tatiana Tiburcio, Damiana Inês e Luciana Lopes: texto de Conceição Evaristo foi o ponto de partida do espetáculo Ponciá

18 de julho - Solano Trindade por Complexo Negra Palavra: coletivo artístico homenageia o poeta Solano Trindade
 

Sobre o Canal Futura

O Futura é uma experiência pioneira de comunicação para transformação social que, desde 1997, opera a partir de um modelo de produção audiovisual educativa, participativa e inclusiva. É uma realização da Fundação Roberto Marinho e resultado da aliança estratégica entre organizações da iniciativa privada unidas pelo compromisso de investir socialmente, líderes em seus segmentos: SESI - DN / SENAI - DN, FIESP / SESI - SP / SENAI - SP, Fundação Bradesco, Itaú Social, Globo e Sebrae. O Futura está presente nas principais operadoras de TV por assinatura no Brasil e ainda em uma rede de TVs universitárias parceiras com sinal disponível em TV aberta e parabólicas digitais.

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