Sessão Indeterminações e Ciclo Zanele Muholi no cinema do IMS Paulista

 Sessão INDETERMINAÇÕES, dedicada aos cinemas negros brasileiros, e filmes em diálogo com a exposição de Zanele Muholi são exibidos no cinema do IMS Paulista

 

A programação aborda questões raciais, socioculturais e de gênero.

A entrada para as sessões é gratuita.

 



Eye me, Zanele Muholi - 2008. Divulgação

 

Neste mês, a programação de cinema no IMS Paulista inclui também sessões cinematográficas gratuitas voltadas para questões raciais, socioculturais e de gênero. A sessão INDETERMINAÇÕES apresenta seis obras brasileiras que exploram experiências negras por meio de som, imagem e memória, com exibição nos dias 15 e 24. Já o Ciclo Zanele Muholi, exibe cinco filmes que abordam raça, gênero e sexualidade no contexto sul-africano, com sessões nos dias 20 e 25, destacando a resistência e o afeto nas vivências LGBTQIAPN+.

 

sessão INDETERMINAÇÕES é dedicada à crítica, pesquisa e exibição dos cinemas negros brasileiros. Esta edição apresenta o tema “improvisações sônicas, imaginação fugaz" e reúne seis obras que abordam os modos de ver, ouvir e sentir o mundo a partir de vivências e radicalidades negras. Com entrada gratuita, a sessão acontece no dia 15 (quinta-feira), às 19h, e será seguida de debate entre o multiartista e educador Salloma Salomão e os programadores da sessão INDETERMINAÇÕES, Lorenna Rocha e Gabriel Araújo. Já a reprise, sem o debate, acontece no dia 24 (sábado), às 16h30, como parte da programação do IMS na Virada Cultural.

 

O programa se inicia com Mandacura (biarritzz, 2016). Em uma montagem marcada pelo uso expressivo de gifs, glitches e imagens de baixa resolução, o filme reinventa conexões e deslocamentos em torno da ideia da “mão que rege o mundo”. Em seguida, o curta-documentário Memória Goitacá (Eloísa de Mattos e Paulo Sérgio Pestana, 1976) retrata os moradores do litoral de Atafona, no Rio de Janeiro, e revela como o trabalho rural se entrelaça com brincadeiras, cantigas e folguedos, contrapondo o passado colonial das pessoas que resistem e sobrevivem à exploração daquela terra.

 

Cultura, dança e religião se entrelaçam em uma matéria da TV Viva, de 1989, que registra o Alafin Oyó, um dos mais importantes afoxés de Pernambuco, nas ruas e praias de Olinda. Na contramão, ‘Canto II’, faixa do disco Anganga (Juçara Marçal, Cadu Tenório e QTV Selo, 2015) apresenta reinterpretações contemporâneas de vissungos - cantos de trabalho - recolhidos por Aires da Mata Machado Filho na década de 1920, em São João da Chapada, município de Diamantina (MG), além de cantos do congado mineiro, que se fundem em uma experiência sonora visceral.

 

Fechando a sessão, o díptico formado por Copacabana (Flavio Frederico, 1999) e Nada haver (Juliano Gomes, 2022) promove uma inversão de estratégias narrativas. Enquanto o primeiro aposta na explosão cacofônica da virada de ano para mergulhar nas alegrias e frustrações daqueles que buscam esperança à beira-mar, o segundo se vale da contenção de um furto sutil de imagens, para narrar uma história íntima que, sob a densidade gótica do funk mineiro, reverbera o rolezinho de uma multidão.

 

Outro destaque da programação de maio é o Ciclo Zanele Muholi, em diálogo com a exposição retrospectiva Zanele Muholi: Beleza valente, em cartaz no centro cultural até 22 de junho. A retrospectiva traça um panorama da carreira de Zanele Muholi, um dos principais nomes da arte contemporânea, com obras que documentam e celebram a comunidade negra LGBTQIAPN+ na África do Sul e no mundo. A sessão especial conta com a exibição de cinco filmes, entre curtas e médias-metragens, que abordam questões de gênero, raça e sexualidade dentro do contexto sul-africano, entrelaçados pelo respeito, pelo afeto e pela potência do coletivo. A primeira exibição acontece no dia 20 (terça-feira), às 20h. Já a reprise será no dia 25 (domingo), às 18h, também como parte da programação do IMS na Virada Cultural. As duas sessões são gratuitas.

 

Ayanda & Nhlanhla Moremi's Wedding (Zanele Muholi, 2014) retrata o casamento de duas mulheres sul-africanas em um contexto de resistência e celebração. O filme valoriza os rituais como formas de afirmação da cidadania LGBTQIAPN+. Em Difficult Love (Zanele Muholi e Peter Goldsmid, 2010), Muholi compartilha sua visão pessoal sobre os desafios enfrentados pelas lésbicas negras na África do Sul, como a resistência contra a violência, a luta por sobrevivência, as desigualdades raciais, de classe e de gênero. Outro destaque é a videoinstalação Eye Me (Zanele Muholi, 2008), em que uma centena de pares de olhos encaram o espectador.

 

Foot for Love (Veronica Noseda e Elise Lobry, 2012) mostra a organização coletiva de mulheres lésbicas na formação de um time de futebol na África do Sul. Em campo, as jogadoras são confrontadas com a violência e a discriminação por serem mulheres negras que não cumprem as regras de gênero. Thokozani Football Club: Team Spirit (Thembela Dick, 2014) aprofunda a relação entre as jogadoras e o território. Além do futebol como espaço de afirmação, o filme mostra os laços afetivos formados dentro e fora do time, destacando a coexistência entre resistência, comunidade e solidariedade.

 

Serviço

 

Sessão INDETERMINAÇÕES: IMPROVISAÇÕES SÔNICAS, IMAGINAÇÃO FUGAZ
 

15/5 (quinta-feira), às 19h, seguida de debate com Salloma Salomão, Lorenna Rocha e Gabriel Araújo.

24/5 (sábado), às 16h30 - Virada Cultural

 

Entrada gratuita. Distribuição de senhas 60 minutos antes da exibição.
Limite de uma senha por pessoa. Sujeito à lotação da sala.

 

Ciclo Zanele Muholi
 

20/5 (terça-feira), às 20h

25/5 (domingo), às 18h - Virada Cultural

 

Entrada gratuita. Distribuição de senhas 60 minutos antes da exibição.
Limite de uma senha por pessoa. Sujeito à lotação da sala.

 

IMS Paulista

Avenida Paulista, 2424. São Paulo, SP.

Tel.: (11) 2842-9120

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