"A delirante jornada carnavalesca da professora que não tinha medo de bruxa, de bacalhau e nem do pirata da perna-de-pau”, titulo do enredo do Salgueiro em homenagem à Rosa Magalhães em 2026
SALGUEIRO RENDE HOMENAGENS À ETERNA CARNAVALESCA ROSA MAGALHÃES EM ENREDO PARA 2026
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Fonte : O Globo
O Acadêmicos do Salgueiro anunciou nesta quarta-feira, 21, o enredo que levará para a Marquês de Sapucaí no Carnaval de 2026. Com o título "A delirante jornada carnavalesca da professora que não tinha medo de bruxa, de bacalhau e nem do pirata da perna-de-pau”, a Escola prestará homenagem à saudosa carnavalesca Rosa Magalhães, uma das maiores figuras da história do Carnaval brasileiro.
A apresentação do enredo, realizada no barracão da Escola, na Cidade do Samba, reuniu personalidades do mundo do samba, amigos e admiradores da artista, como os jornalistas Leonardo Bruno e Fábio Fabato; o professor e escritor Luiz Antônio Simas; a professora e escritora Rachel Valença; o carnavalesco, professor e comentarista da TV Globo, Milton Cunha; o diretor de carnaval da Liesa, Elmo dos Santos; o intérprete oficial do Salgueiro, Igor Sorriso; entre outros.
A proposta é apresentar um cortejo lúdico inspirado na trajetória criativa de Rosa, partindo da mágica biblioteca onde a carnavalesca iniciava suas pesquisas. Ao longo dessa fábula imaginária, personagens clássicos dos contos de fadas, nobres europeus, indígenas, deuses e figuras do imaginário popular brasileiro surgirão até culminar em uma grande celebração em homenagem à maior campeã da Sapucaí.
Segundo o carnavalesco Jorge Silveira, que assina o enredo ao lado do curador Leonardo Antan, a homenagem busca traduzir a genialidade e a sensibilidade de Rosa:
- Rosa foi o maior nome que a cultura carnavalesca brasileira produziu. Com sua generosidade artística e humor inteligente, nos guiou por um universo fantástico. Artista definitiva, espelho da alma antropofágica brasileira. Em 2026, o Salgueiro, honrosamente, encerra os desfiles carnavalescos convidando todo o mundo do samba a celebrar a obra da maior de todos nós, explica Jorge.
Para Leonardo Antan, enredista da Escola para 2026, a homenagem também tem caráter pedagógico e histórico:
- Rosa foi uma artista genial que redefiniu as células-base da linguagem carnavalesca, palco de encontros e celebrações das artes. Em suas narrativas, revelou histórias transbordantes de Brasis, que misturam povos e tempos, frutos de profundas e profícuas pesquisas. Será uma honra transformar tudo isso em enredo e homenagear a artista que me ensinou tanto sobre o nosso país, comenta o enredista.
A equipe de criação responsável pelo enredo conta ainda com Ricardo Hessez e Allan Barbosa.
SOBRE ROSA MAGALHÃES
Rosa Magalhães foi uma das mais premiadas e respeitadas carnavalescas do Brasil. Com formação em pintura, cenografia e indumentária, também foi professora da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Seu estilo inconfundível, com forte influência do barroco e da arte contemporânea, destacava-se pela riqueza estética, rigor na pesquisa histórica e criatividade narrativa.
A relação de Rosa com o Salgueiro foi profunda e marcante. Ela iniciou sua trajetória na Escola no início da década de 1970, integrando a equipe criativa liderada por Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues. Em 1971, participou do desenvolvimento do antológico desfile “Festa para um rei negro”, ao lado de nomes como Joãosinho Trinta, Lícia Lacerda e Maria Augusta.
Nos anos de 1990 e 1991, Rosa retornou à Agremiação como carnavalesca principal. Com os enredos “Sou amigo do rei” e “Me masso se não passo pela Rua do Ouvidor”, garantiu o terceiro lugar e o vice-campeonato, respectivamente. Sua passagem pelo Salgueiro foi fundamental para o desenvolvimento de sua carreira e para a modernização da vermelha e branca.
Com oito títulos conquistados por Escolas como Império Serrano, Imperatriz Leopoldinense e Vila Isabel, Rosa Magalhães deixa um legado imensurável para a cultura carnavalesca. Foi também responsável pela cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos de 2007, trabalho que lhe rendeu o Emmy Internacional.
Sua arte segue viva nas memórias, nos desfiles e, agora, será celebrada pela Academia do Samba, que encerrará as apresentações da terça-feira de carnaval, no dia 17 de fevereiro de 2026.
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