AGENDA: CCBB recebe exposição “Indomináveis Presenças”

 

Exposição “Indomináveis Presenças” celebra perspectivas negras, indígenas e LGBTQIAPN+ nas artes visuais no CCBB RJ, após temporadas de sucesso em São Paulo e Brasília 

Mostra gratuita traz narrativas contra-coloniais em múltiplas linguagens artísticas, reforçando a insurgência e permanência de diversas perspectivas subalternizadas na arte contemporânea brasileira


Ministério da Cultura e o Banco do Brasil apresentam a exposição Indomináveis Presenças, uma imersão em narrativas visuais contra-coloniais que acontece de 30 de abril 30 de junho, no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro. Com curadoria de Luana Kayodè e Cíntia Guedes e idealização da AfrontArt - Quilombo Digital de Artes, a exposição apresenta um conjunto de 114 obras de 16 artistas que transitam por suportes como gravura, fotografia, pintura, foto-performance, escultura e inteligência artificial. A entrada é gratuita, mediante retirada de ingressos no site (acesse aqui) e na bilheteria física do CCBB RJ.

Com passagens marcantes por Brasília e São Paulo, Indomináveis Presenças desembarca na capital carioca ampliando sua dimensão simbólica ao ocupar um dos espaços culturais mais relevantes do país. "Chegar ao Rio de Janeiro carrega um significado especial. A cidade, tão emblemática na construção das imagens de brasilidade, também é um território marcado por uma forte presença negra e periférica. Nossa expectativa é que Indomináveis Presenças dialogue com essa história e com esse público, compondo novas imagens que afirmem nossas comunidades, nossos territórios identitários e nossos futuros possíveis", refletem as curadoras.

A exposição se desloca entre eixos curatoriais que atravessam temporalidades, corpos e territórios, como “Ancestralidade e Espiritualidade”, “Corporalidade e Dissidências” e “Territorialidade e Futuro”. Entre as obras de destaque, estão Oyá – Imagens de Revolta (2023), de Rafa Bqueer, uma série que ressignifica a potência simbólica do orixá Oyá; as investigações visuais sobre gênero e identidade de Mayara Ferrão (séries Verdade Tropical, 2022, e Álbum de Desesquecimentos, 2024), uma das artistas apontadas como destaque da arte em 2025 - que, inclusive, acabou de receber o Sauer Art Prize, prêmio entregue no SP-Arte que celebra os novos talentos da arte contemporânea; além das composições fotográficas de Gê Viana (série Sapatona, 2024), que exploram memórias afro-indígenas através de técnicas de apropriação e colagem.

Os artistas presentes na mostra vêm de diferentes territórios do Brasil, compondo um mosaico de vozes e olhares singulares. Entre eles, também estão Adu Santos (SP), que investiga ausências e presenças na museologia brasileira; Bernardo Conceição (BA), que cria novas formas de percepção através da arte multidisciplinar; Bixa Tropical (BA), celebrando o tropicalismo e a liberdade corporal; Cosmos Benedito (MS), que aborda ancestralidade indígena em diálogos transdisciplinares; Edgar Azevedo (BA), retratando a complexidade da experiência humana; Panamby (SP/MA), que transita entre rituais e visagens em suas criações; e  Emerson Rocha (SP), retratando a homoafetividade periférica e o corpo negro. 

A lista é completada também  por Helen Salomão (BA), unindo corpo, identidade e ancestralidade em sua arte; Juh Almeida (BA), explorando afrovisualidades por meio da fotografia e do cinema; Lucas Cordeiro (BA), que investiga espiritualidade e memória ancestral em suas esculturas; Rafaela Kennedy (AM), reescrevendo histórias apagadas pela colonização; Rainha F (RJ), explorando simbologias matrimoniais e mecanismos de sobrevivência; e Uyra Sodoma (PA), conhecida como "Árvore que Anda", que explora relações entre floresta e cidade em suas performances.

"A exposição é fruto de um processo curatorial compartilhado, o que permitiu uma construção orgânica do acervo, com diálogo constante entre nós e os artistas", afirmam Kayodè e Guedes, que completam: "Indomináveis Presenças também se firma como um marco de resistência e reparação, ocupando um espaço de relevância histórica e simbólica. E a ocupação de espaços como estes representa um passo fundamental na afirmação de narrativas historicamente apagadas. Nossa proposta é reflorestar o imaginário coletivo".

O projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura e Banco do Brasil, por meio da Lei Nacional de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).


SERVIÇO
Indomináveis Presenças
De 30 de abril a 30 de junho de 2025
Entrada gratuita
Classificação indicativa: Livre para todos os públicos
De quarta a segunda, das 09h às 20h (fecha às terças)  
Mais sobre a exposição: afrontart.com/exposicoes/indominaveis-presencas/
Local: Centro Cultural Banco do Brasil
Endereço: R. Primeiro de Março, 66 - 4º andar, Centro, Rio de Janeiro
Contato: (21) 3808-2020 / ccbbrio@bb.com.br 
Ingressos e mais informações: bb.com.br/cultura 
Redes Sociais: x.com/ccbb_rj | facebook.com/ccbb.rj | instagram.com/ccbbrj | tiktok.com/@ccbbcultura


SINOPSE

Indomináveis Presenças reúne um conjunto potente de obras que ressignificam memórias, corpos e territórios, atravessando tempos e geografias para compor novas narrativas visuais. A exposição propõe um encontro entre diferentes linguagens e suportes – da fotografia à escultura, da colagem digital à inteligência artificial – para afirmar presenças que resistem ao apagamento e à normatividade. Com curadoria compartilhada de Luana Kayodè e Cíntia Guedes, a mostra articula olhares plurais de artistas negros, indígenas e LGBTQIAPN+, evidenciando a potência criativa de mundos insurgentes. Em um espaço que pulsa entre passado e futuro, Indomináveis Presenças se apresenta como um convite à imaginação radical, à persistência e ao encantamento.


SOBRE AS CURADORAS
Luana Kayodè – Mulher negra, oriunda da periferia de Salvador e radicada em São Paulo há 10 anos, Luana Kayodè investiga processos de ancestralidade e insurgência por meio da curadoria e das artes visuais. Suas narrativas desconstroem estruturas coloniais e afirmam a imaginação como ferramenta de libertação. Diretora Criativa, Curadora e Pesquisadora, é CEO e fundadora da AfrontArt – Quilombo Digital de Artes, e soma mais de 20 anos de trajetória na gestão e produção de arte e cultura, atuando em diversas linguagens, incluindo dança, literatura, arte-educação, arquitetura, esportes e eventos de grande porte. Nos últimos anos, Luana dedica-se a hackear o mercado de artes visuais, integrando a Madre Gestão – Filosofia Africana – e a Cosmovisão Esotérica como fundamentos de sua prática. Além disso, possui 8 anos de experiência em produção e criação de projetos audiovisuais nacionais e internacionais, e realiza atendimentos terapêuticos através da leitura dos Astros e Oráculos Sagrados.

Cíntia Guedes – Professora e artista indisciplinada, atua também com crítica e curadora na cena das artes contemporâneas. Seus processos são comprometidos para ativação da imaginação radical, nas quais experimenta pedagogias indisciplinadas e cria imaginários contra-coloniais. É professora adjunta da Universidade Federal da Bahia – Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos desde 2020, atuando na área das perspectivas afrodiaspóricas nas artes. É Doutora em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. 


SOBRE O CCBB RJ
Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro marca o início do investimento do Banco do Brasil em cultura. Instalado em um edifício histórico, projetado pelo arquiteto do Império, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva, é um marco da revitalização do centro histórico da cidade do Rio de Janeiro. São 35 anos ampliando a conexão dos brasileiros com a cultura com uma programação relevante, diversa e regular nas áreas de artes visuais, artes cênicas, cinema, música e ideias. Quando a cultura gera conexão ela inspira, sensibiliza, gera repertório, promove o pensamento crítico e tem o poder de impactar vidas. A cultura transforma o Brasil e os brasileiros e o CCBB promove o acesso às produções culturais nacionais e internacionais de maneira simples, inclusiva, com identificação e representatividade que celebram a pluralidade das manifestações culturais e a inovação que a sociedade manifesta. Acessível, contemporâneo, acolhedor, surpreendente: pra tudo que você imaginar.


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