[Reestreia Teatro SP] "Mário Negreiro" rememora os 80 anos de morte do autor, com nova temporada no Sesc Vila Mariana - a partir de 29 de janeiro

 MÁRIO NEGREIRO

O artista, Macunaíma, Mário de Andrade e o teatro paulista contemporâneo 

são camadas da montagem em diálogo com uma série de projeções de imagens.


O solo é protagonizado pelo ator Anderson Negreiro, que também assina texto e direção. 

(Foto da Marcelle Cerrutti)

MÁRIO NEGREIRO começa com Anderson no bairro paulistano da Casa Verde Alta, local onde viveu e cresceu. 

Ele precisa entregar um exemplar de Macunaíma para seus amigos de infância, mas perde o livro no caminho. 

A partir daí, percorre por vários locais da cidade de São Paulo a procura da obra. 


O ator então regressa até 25 de fevereiro de 1945, dia do falecimento de Mário de Andrade. 

Nesta data, através de um ritual, invoca-se a figura do modernista, mas algo dá errado e o que surge é uma figura folclórica de 

nome Mário Negreiro que transita entre a vanguarda e a cultura popular, bem como entre os tempos.

 

“O público então acompanha uma viagem contrária ao do personagem/anti-herói Macunaíma: 

Se Macunaíma vai da floresta à cidade, MÁRIO NEGREIRO vai da cidade à floresta/periferia, num rastro de apagamentos. 

Artista e obra e realidade e ficção se encontram”, explica Anderson.



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(Foto da Marcelle Cerrutti)


Em MÁRIO NEGREIRO, a busca por uma identidade cultural brasileira, tendo o grande artista multifacetado 

Mário de Andrade como interlocutor, é pano de fundo para que o ator Anderson Negreiro traga à cena 

um debate sobre racismo estrutural e resgate de apagamentos históricos.

 

No palco, Anderson Negreiro, ressalta um Mário de Andrade que se distancia das ideias do colonizador e se aproxima do interior do Brasil projetado nas periferias paulistanas. O ator “reencontrou” Mário de Andrade quando deu vida ao modernista no documentário 22 em XXI, de Hélio Goldsztejn: “Nas filmagens tive contato com novos materiais e ideias de Mário de Andrade, o que me instigou a reler sua obra clássica, Macunaíma”. O livro permeia todo o espetáculo, conta Anderson.


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(Foto da Marcelle Cerrutti)

Trilogia Modernista

Contemplada pelo Prêmio Zé Renato de Teatro da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, a montagem integra a Trilogia Modernista, que já contou com a encenação de Tarsila ou a Vacina Antropofágica, de Viviane Dias (indicada ao Prêmio Shell de Teatro na categoria Dramaturgia).

 

No espetáculo, Macunaíma, inexaurível, será ainda fonte de inspiração, especialmente em sua linguagem e nas maneiras como Mário trata dos inúmeros problemas do Brasil advindos da colonização – relacionando tanto a importação de modelos socioeconômicos com a submissão cultural e desconhecimento do Brasil profundo.

 

“Nos falta (ainda) um caráter nacional? Buscamos, como outras peças do projeto, a ideia do diálogo e a cultura da viagem (o encontro com o outro) como tema e linguagem. Nossa ideia é nos focarmos na perspectiva de um Mário de Andrade erudito (e embranquecido) e mais uma conversa entre mim, artista, preto, hoje, em busca de resgate de apagamentos históricos e o modernista Mário”, destaca o autor e diretor.



Sinopse
Anderson Negreiro regressa ao passado e ao bairro da sua infância, Casa Verde Alta, zona norte de São Paulo, para entregar a um amigo de infância o livro Macunaíma, de Mário de Andrade. Nesse percurso, realidade, ficção e trechos do livro se confundem numa cidade que tem seus problemas agravados pela modernidade que supostamente deveria ter superado os traumas da colonização.


 

 Sobre Anderson Negreiro

Graduado pelo curso de Comunicação das Artes do Corpo, em Teatro e Dança pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/SP), participou de vários

 cursos, oficinas e workshops no Brasil e em países, como Alemanha, Itália, México, Chile, Colômbia e cursos com Eugênio Barba e Jan Ferslev do

 Odin Teatret (Dinamarca) e Parvathy Baul da Índia. Integrou a companhia Estelar de Teatro por 14 anos. Entre os espetáculos em que atuou

 destaque para O Longo Caminho que vai de Zero a N(2023 Centro Cultural Fiesp - SESI), direção Jé Oliveira; Elevador Social (2022 Rio de

 Janeiro), direção Danilo Moraes; O Beijo no Asfalto (2019 Sesc), direção de Bruno Perillo; A Gente Submersa e O Santo Dialético (2017), direção

 de Marcelo Marcus Fonseca; O Minuto Depois (2011), direção de Adriana Azenha; O Longo Caminho que vai de Zero a N (2013), direção de

 Wanderley Damasceno (indicado ao prêmio de melhor ator no Festival de Teatro de São Paulo); e além das montagens Matriarcado-América! No se

puede descolonziar sin despatriarcalizarMatriarcado de PindoramaInvasores de SistemasFrida Kahlo – Calor e Frio e Caim, todas da Estelar de

 Teatro.

Anderson Negreiro - Foto da Marcelle Cerrutti (2).jpeg

Serviço:


MÁRIO NEGREIRO

De 29 de Janeiro a 27 de fevereiro, quartas e quintas às 21h


75 minutos | 14 anos 


Ingressos: R$ 50 (inteira), R$ 25 (meia) e R$ 15 (Credencial Plena) 


Auditório do Sesc Vila Mariana – Rua Pelotas, 141 – Vila Mariana, São Paulo.

Vendas nas bilheterias do Sesc e pelo site do Sesc.

https://www.sescsp.org.br/programacao/mario-negreiro/



FICHA TÉCNICA:

Texto - Anderson Negreiro

Direção: Anderson Negreiro
Vídeo-Cenários: Vic Von Poser
Provocação Cênica: Viviane Dias e Ismar Rachmann
Provocação dramatúrgica: Jé Oliveira
Atuação: Anderson Negreiro
Voz off: Jé Oliveira
Atuação em vídeo: Sandra Corveloni e Ismar Rachmann
Trilha sonora: Gabriel Moreira
Criação de Luz: Anderson Negreiro e Jorge Leal
Figurinos: Éder Lopes
Cenário: Anderson Negreiro e Éder Lopes
Consultoria de movimento: Débora Veneziani
Operação de luz: Renato Banti
Operação de som e vídeos projeções: Tomé Souza
Coordenação de Produção: Anderson Negreiro e Mosaico Produções
Produção Executiva: Catarina Milani
Produção Administrativa: Cícero de Andrade
Assessoria de Imprensa: Rafael Ferro e Pedro Madeira
Fotografia: Marcelle Cerrutti
Arte Gráfica: Mau Machado

Assessoria de imprensa: Rafael Ferro e Pedro Madeira


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