Eu, Romeu - Um Shakespeare de protagonismo periférico

 Eu, Romeu - Um Shakespeare de protagonismo periférico

 

Adorável Companhia reconta clássico de William Shakespeare, colocando em cena 

um ator-palhaço preto e suburbano para discutir estereótipos e preconceitos





Premiado em vários festivais pelo Brasil, o espetáculo que circulou por 10 cidades faz primeira temporada na Cidade do Rio de Janeiro, no Teatro Glauce Rocha - Auditório Murilo Mirandano Centro do Riolocalizado em frente as Estações Carioca do Metrô e VLT


 

Celebrar a insistência petulante dos improváveis, a paciência dos que não se encaixam e exaltar a teimosia, são o mote da peça de dramaturgia autoral e contemporânea “Eu, Romeu”, um solo narrativo do ator Marcos Camelo, que apresenta uma história que transita pela sua própria vida: homem pardo, periférico, nascido e criado no subúrbio do Rio de Janeiro, em Rocha Miranda, bairro da Zona Norte, localizado entre Morro do Jorge Turco e o Morro do Faz Quem Quer, de uma parte da cidade sem biblioteca, cinema, teatro ou qualquer outro espaço para produção e consumo de cultura. O ator traz à cena a história de heróis perdedores, daqueles que fazem o que podem com o que são e que – com honra, dignidade e bom humor –, ousam sonhar, lutar e quase sempre perder. 

 

“A inspiração para o espetáculo partiu do quanto estão estruturados na sociedade os sistemas pré-determinados que impõe limites aos cidadãos devido a sua ascendência, a cor de pele, CEP e cultura”, declara Marcos Camelo.

 

A encenação mistura música, teatro e circo em comunicação direta com a plateia, com a finalidade de um teatro de extrema intimidade com cada pessoa. O “Eu” no nome da peça pode ser, também, qualquer pessoa da plateia que se sinta representada na cena. Assim, a tragédia mais amada de Shakespeare “Romeu e Julieta” se mistura à recorrente tragédia dos subúrbios do Rio de Janeiro. Transpor essas barreiras equivale a uma verdadeira odisseia, uma constante luta desigual para afirmar sua potência, alcançando objetivos e sonhos.

 

“A montagem de ‘Eu, Romeu’ tem muita relação com a minha experiência em identificar as potências de cada indivíduo através do trabalho com circo social. Isso foi fundamental para criação de um espetáculo centrado no ator e nas competências dele na cena. Minha formação origina-se no ballet clássico, transborda no circo em todas as suas possibilidades e hoje estou no teatro, aplicando todas estas maravilhas que são as infinitas relações do corpo com seus movimentos, com os espaços, objetos e superfícies para uma cena plural e extremamente popular”, ressalta a diretora Cecília Viegas.

 

Marcos Camelo, um ator do subúrbio do Rio, que provavelmente não teria a chance de estar dentro do personagem criado por Shakespeare, em cena, lança mão de tudo o que é, e que tem, para fazer com que o espectador brinque com esta peça, mesmo acordado. Um ator que é o início e o fim de todas as ações. Os estereótipos e a regionalização das oportunidades estão no palco, além das barreiras físicas e reservas de mercado.

 

“Um artista que fala de si para falar do mundo, um espetáculo divertido, provocador que tem a cara do nosso povo. É Shakespeare do hip hop ao samba”, comenta Marcos.

 

Premiado em vários festivais pelo Brasil, o espetáculo “Eu, Romeu”, da Adorável Companhia, de Guapimirim, município do Rio de Janeiro, que já circulou por 10 cidades de Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul e Amazônia, será apresentado pela primeira vez na Cidade do Rio de Janeiro, de 14 de junho a 27 de julho de 2024, no Teatro Glauce Rocha - Funarte, com ingressos a preços populares.

 

“Para mim, ‘Eu, Romeu’ é pensar em Rocha Miranda, bairro onde nasci e fui criado, que continua sem nenhum espaço voltado para cultura, assim como outros bairros do subúrbio que seguem assim, em completo abandono. A peça me mostra que um povo sem acesso à cultura é um povo que tem roubado os seus direitos e sua capacidade de sonhar”, conclui o ator.


A temporada de estreia de "EU, ROMEU" na Cidade do Rio de Janeiro conta com patrocínio do Governo Federal, Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Lei Paulo Gustavo, com o apoio da Funarte e do Ministério da Cultura através do Programa Funarte Aberta 2023 – Ocupação dos Espaços Culturais do Rio de Janeiro.

 

Ficha Técnica

 

Direção artística, dramaturgia e pesquisa de movimento: Cecília Viegas

Elenco: Marcos Camelo

Texto e figurino: Marcos Camelo

Iluminação: Júlio Coelho e Marcos Camelo

Coordenação do projeto: Cecília Viegas

Produção executiva: Tay Queiroz

Assistente de produção: Gabriel Leal

Apoio para Acessibilidade: Maria Leal

Operação de luz: Debrá e Thainá Teixeira

Tradutora de libras: Joyce Silva

Edição do release: Ney Motta

Designer gráfico: Diogo Monteiro

Assessoria de imprensa: Ney Motta

Fotos de divulgação: Sílvia Patrícia e Ratão Diniz

Realização: Adorável Companhia

 

Serviço

 

Teatro Glauce Rocha - Auditório Murilo Miranda

Endereço: Av. Rio Branco, 179, Centro, Rio de Janeiro

Em frente as Estações Carioca do Metrô e VLT

Temporada: 14 de junho à 27 de julho de 2024

Quintas, sextas e sábados às 19:30h

(Não haverá apresentações aos domingos)

Valor do ingresso: 20 reais (inteira) e 10 reais (meia)

Horário da bilheteria: Quarta à domingo das 14h às 19h

Vendas antecipadas pelo Sympla

Duração: 60 minutos

Classificação: 14 anos

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