Espetáculo inédito da premiada
autora Renata Mizrahi,
"O Poeta Aviador"
estreia no Sesc Copacabana em junho
Hugo Germano, Jefferson
Schroeder, José Karini e Vilma Melo estrelam a comédia dramática que narra
questões de uma família interracial,
sob a direção da autora e de
Priscila Vidca
Com texto inédito de Renata Mizrahi —
vencedora do Prêmio Shell em 2015 por "Galápagos"—, o espetáculo
"O Poeta Aviador" faz sua estreia na Arena do Sesc Copacabana no dia
27 de junho. A direção da montagem leva a assinatura da autora e de Priscila
Vidca, com quem Renata está celebrando 11 anos de parceria. Juntas, elas
têm no currículo peças premiadas e de sucesso, como "Gabriel Só Quer Ser
Ele Mesmo", "Silêncio!", "Vale Night" (em cartaz no
Rio e em Portugal) e "Os Sapos", que ganha este ano uma versão para o
cinema com Thalita Carauta à frente do elenco.
Vilma Melo (protagonista da série 'Encantados', da TV
Globo), Hugo Germano, Jefferson Schroeder e José
Karini compõem o elenco de "O Poeta Aviador". Primeira atriz
preta a vencer o Prêmio Shell de Melhor Atriz -- por "Chica da Silva - O Musical",
em 2017, também escrito por Renata --, Vilma firma mais uma parceria com a
autora, com quem encenou recentemente o solo "Mãe de Santo". Na nova
peça, a atriz dá vida a Sheila, uma mulher de classe média que enfrenta uma
crise na relação com o marido, Cláudio (José Karini), enquanto precisa lidar
com as questões do filho pré-adolescente (Hugo Germano), que tem 11 anos.
"Já perdi a conta dos trabalhos que fiz com a
Renata: são muitas frentes e linguagens. E cada vez que ela escreve, eu me
surpreendo. Este texto agora toca nas relações familiares e sociais, mostra
como um casal lida com as pessoas com as quais convive, principalmente o filho,
e também a forma como encaram o dinheiro. Existem muitas verdades. Construo a
Sheila a partir da observação de muitas mulheres, ouço muito o texto, a
direção, os colegas. Além da técnica, uso a minha intuição, pois a criação
parte dela", conta Vilma.
Sheila, sua personagem, é muito apegada ao menino
e, agora, ela e o marido precisam se reinventar e muito diante de uma
situação-limite: Cláudio está com a sua empresa de advocacia à beira da
falência e, em meio a tudo isso, o filho deles é internado em um hospital, onde
parece apenas ter alguma paz quando está ao lado do voluntário Rafael
(Jefferson Schroeder). Este personagem acaba se transformando em um trampolim
para a grande virada na relação desta família.
"Sou muito amigo dos meus dois sobrinhos, um
deles tem a idade do Lucas. Interpretar o Rafael significa também entender como
levar para o palco essa afinidade que se dá com uma criança que está passando
por um momento difícil. A peça também expõe o dia a dia de crianças que veem
suas realidades empurradas para quartos de hospital e nos faz refletir sobre
nossas próprias vidas", diz Jefferson, intérprete de Rafael.
Contudo, o espetáculo trata de todos esses temas
com muita leveza e é destinado a toda a família, como explica a autora, Renata
Mizrahi. "Colocamos uma lupa sobre esta família interracial de classe
média. O texto foi se modificando de lá para cá, comecei a escrevê-lo há 12
anos. Mostramos um casal com muitas dificuldades em entender o processo de
transformação que o filho está atravessando", diz a escritora.
Hugo Germano, que recentemente esteve no longa
"Mussum: O Filmis", tem se divertido nos ensaios ao dar vida a um
menino de 11 anos. O ator tem 32 anos e interpreta brilhantemente Lucas. "Eu sempre digo que tenho um Erê
dentro de mim. Gosto muito do universo da criança, dá espaço para muita
criação. É muito à flor da pele também. O personagem é uma criança sonhadora
como eu fui", confessa.
O arco dramático do personagem envolve também a puberdade. Lucas conhece o amor
pela primeira vez com Carminha, a garota que está internada no hospital no
quarto ao lado. Seu grande sonho é se tornar aviador e cruzar os céus, para
desgosto do pai, José Karini -- ator da Cia. Os Dezequilibrados —, que
implica com todas essas coisas, inclusive o interesse de Lucas pela poesia.
"Ele é careta e machista. Nunca se discutiu
tanto a questão estrutural em torno disso. Há mulheres muito machistas também.
A gente tenta desconstruir isso em cena. A gente também começa a pensar e
observar como isso existe de certa forma dentro de nós. Atores são
progressistas e querem quebrar padrões, mas também temos resíduos, infelizmente.
A gente é doutrinado desde pequeno, né?", lembra Karini.
"O Poeta Aviador" também tem direção de
produção de Renata Mizrahi em parceria com Priscila Vidca. O projeto faz sua
estreia no Rio por meio da produtora de Renata, Teatro de Nós Produções
Artísticas, que ganhou o edital Sesc Pulsar 2024. O cenário é assinado por
Anderson Aragón; o figurino é de Guilherme Reis; a iluminação, de Anderson
Ratto, e a trilha sonora foi criada por Wladimir Pinheiro -- indicado ao Prêmio
Shell 2022 por "Vozes Negras".
Sinopse
A peça conta a história de uma família que precisa
se reinventar diante de uma situação-limite: Claudio (José Karini) está com sua
empresa de advocacia à beira da falência e vive uma crise no casamento com
Sheila (Vilma Melo). Para agravar a situação, o filho deles, Lucas (Hugo
Germano), está internado em um quarto de hospital. O menino tem 12 anos e
encontra no voluntário Rafael, (Jefferson Schroeder) uma amizade forte. É com
ele que Lucas divide seu desejo de ser um aviador e sua paixão por Carminha, a
menina do quarto ao lado. Mas essa amizade incomoda Cláudio, que não consegue
ter a mesma conexão com o filho e manda Rafael não voltar mais. Com a piora do
garoto, a família percebe suas reais dificuldades e procura encontrar um
caminho de volta.
Sobre Renata Mizrahi
Formada em Artes Cênicas pela UNIRIO, estudou roteiro na EICTV em Cuba e na
Oficina de Autores da TV Globo. No teatro, ganhou o Prêmio Shell por Galápagos,
em 2014. Foi indicada a melhor texto por "Os Sapos" no Prêmio
Cesgranrio 2013 e, no ano seguinte, por "Silêncio!". Venceu os
prêmios Zilka Salaberry 2010 e 2012 pelos infantis "Joaquim e as
Estrelas" e "Coisas que a Gente Não Vê". Escreveu "Zé e
Nina - A História de Uma Amizade", com Leandro Hassum e Elisa Pinheiro. É
autora de mais de 20 peças, entre elas: "Chica da Silva - O Musical",
que rendeu o Prêmio Shell de melhor atriz para Vilma Melo.
No cinema ganhou prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Triunfo pelo filme
"Amores de Chumbo", direção de Tuca Siqueira (atualmente na Amazon e
no Now). Ganhou Menção Honrosa na Mostra Teen da FICI 2024 (Festival
Internacional de Cinema Infanto-juvenil) pelo seu curta “As Melhores”, que
escreveu e dirigiu. É autora do longa "Os Sapos", que estreia em
2024, baseado na sua peça homônima, direção de Clara Linhart. O filme foi
eleito como melhor filme no Júri Oficial e Popular na categoria Work In
Progress no FAM (Festival Audiovisual Mercosul), em 2022. É autora do telefilme
"Maria", com direção de Iberê Carvalho, que estreou em maio de 2023
na TV Globo Brasília e no Globoplay. Renata é autora do curta "Bodas",
que ganhou o prêmio de Melhor Filme no 1º Festival Internacional de La Gent
Gran de Barcelona, em 2019.
Na TV, participou do roteiro da segunda temporada
de "Os Homens São de Marte..." (GNT). Também escreveu a segunda
temporada da série “Matches” para a Warner/ HBO. Formatou e escreveu “Tem
Criança na Cozinha" (Gloob) que ganhou o prêmio Comkids e foi indicado ao
Emmy Kids. Também fez com Fernanda Torres “Minha Estupidez” (GNT). Participou
como autora de alguns episódios da série "Cia de Teatro Brasileiras",
atualmente no Canal Curta, assim como “Vai que Cola” e “A Vila” (Multishow),
entre outras.
Sobre Vilma Melo
Formada em bacharelado e licenciatura plena pela UNIRIO, Vilma tem mais de 35
anos de carreira. No teatro, ganhou o Prêmio Shell por "Chica da Silva - O
Musical", de Renata Mizrahi. Foi indicada ao Prêmio Shell 2022 por
"Mãe de Santo", também de Renata Mizrahi. Foi escolhida pelo Prêmio
Cenym 2017 melhor atriz coadjuvante por "Amargo Fruto - A Vida de Billie
Holliday". O Diretório Acadêmico do CLA da UNIRIO passa a se chamar Vilma
Melo em 2017. Indicada aos prêmios CBTIJ 2017 de Teatro de Melhor Atriz por
"Marrom, Nem Preto Nem Branco?" e ao Prêmio Cesgranrio 2017 de Melhor
Atriz por "Chica da Silva". Venceu o Prêmio Aplauso Brasil 2018 de melhor
elenco por "Fulaninha e Dona Coisa" (Juri Popular). Ganhou o Prêmio
Questão de Critica 2018 de Melhor Espetáculo por "Balé Ralé".
Atuou nos longas "Coisas de Mulher, Campo
Grande", de Sandra Kogut, "Joana (A Memória É um Músculo da
Imaginação)", de Flavia Castro, "Três Verões", de Sandra Kogut,
"Reação em Cadeia", de Márcio Garcia, "Selvagem", de Diego
da Costa.
Na TV, esteve nos seriados "Baile de Máscaras", sob a direção de
Flavio Tambellini (Canal Brasil), a 4ª temporada do seriado "Psi", da
HBO, primeira e segunda temporadas de "Segunda Chamada: (TV Globo), entre
outras. Atualmente é protagonista da série "Encantados", da TV Globo.
Sobre Jefferson Schroeder
É ator e autor, graduado pela Casa das Artes de
Laranjeiras, e conhecido por sua versatilidade vocal. Vencedor do Prêmio do
Humor 2018, nas categorias Melhor Performance e Melhor Texto por seu monólogo
‘A Produtora e a Gaivota’, no qual também esteve indicado a Melhor Espetáculo.
Por cinco anos, integrou a Cia OmondÉ, dirigida por Inez Viana (e foi indicado
ao Prêmio FITA de melhor ator em "Os Mamutes", de Jô Bilac); também
atuou na peça ‘O Livro dos Monstros Guardados’, de Rafael Primot, com direção
João Fonseca; na peça ‘Antes que a Definitiva Noite se Espalhe em Latino
América', de Felipe Hirsch (com Débora Bloch e Guilherme Weber). Na Globo,
trabalhou em quadros de humor no ‘Big Brother Brasil’ (2019), no programa ‘Se
Joga’, e como repórter do ‘Criança Esperança’. Na internet participou de
diversos vídeos do ‘Porta dos Fundos’ e como criador de conteúdo em seu canal
de humor no Instagram ‘@schjefferson’. Compõe os elencos da série ‘B.O’ e da
animação ‘Acorda, Carlo!’ (ambas da Netflix) e no novo filme de Murilo Benício,
‘Pérola’. Também está nos elencos dos longas: ‘Minha Mãe é uma Peça’, ‘Vestido
pra Casar’ e ‘Crô 2’.
Sobre José Karini
Formado pela CAL (1994), UNIRIO (2002) e Angel
Vianna (2005). Faz parte, desde 2001, do grupo teatral "Os
Dezequilibrados", em que participou, entre outros, dos espetáculos:
"Bonitinha, mas Ordinária"; "Vida, o filme"; "Memória
Afetiva de um Amor Esquecido"; "Últimos Remorsos Antes do
Esquecimento"; "A Estupidez", etc. Trabalhou também, entre
outros, com os diretores Moacir Chaves, Felipe Vidal, Renato Carrera, Marcelo
Pedreira, Dani Farias e Adriano Coelho. Antes da pandemia, fez temporada e
viajou pelo Brasil com os espetáculos "Beija-me Como nos Livros" e
"Rio 2065", com direção de Ivan Sugahara, e "Malala, a Menina
que Queria Ir para a Escola", com direção de Renato Carrera. Na televisão,
fez parte do elenco das novelas "A Lei do Amor", "Órfãos da
Terra", "Verdades Secretas 2" e "Cara e Coragem". Em
2023 estreou seu primeiro solo, "Guerras", com direção de Renato
Carrera.
Sobre Hugo Germano
É ator, dramaturgo, diretor e professor de teatro,
nascido e criado na comunidade do Cantagalo, Rio de Janeiro. Estrelou e
protagonizou “Macunaíma - Uma Rapsódia Musical", adaptação da obra de
Mário de Andrade, sob a direção de Bia Lessa, com a Cia. Barca dos Corações
Partidos (2019). Foi indicado ao Prêmio Cesgranrio de Melhor Ator de musical
por “A Cuíca do Laurindo”, dirigido por Sidnei Cruz (2016). Atuou em "Os
Bruzundangas", de Lima Barreto, com direção de Renato Carrera e Dani
Ornelas (2024), e o musical "Viva o Povo Brasileiro", dirigido por André
Paes Leme. Também integrou o elenco de “Chega De Saudade”, dirigido por Marco
André Nunes -- Aquela Cia. (2022), “Musical Dona Ivone Lara, um sorriso negro”,
direção de Elísio Lopes Junior (2018), “Cartola o Mundo é um moinho”, direção
de Roberto Lage (2016), e “Trans-Hamlet-Formation” (Shakespeare Festival,
Neuss/Alemanha, 2016). Sua experiência em cinema inclui “Desenrola” e “Pluft, o
Fantasminha”, de Rosane Svartman (2009), “Eter Godzila”, de André Alves Pinto
(2021), e, mais recentemente, "Mussum: o Filmis", direção de Silvio
Guindane ( 2023). Na televisão, esteve em “Subúrbia”, de Luiz Fernando Carvalho
(2012), "Sob Pressão" (Rede Globo e Conspiração Filmes, 2018),
"Malhação" (2018 -- 2019) e "Mar do Sertão" ( Rede Globo
2023).
Ficha Técnica
Texto: Renata Mizrahi
Direção: Priscila Vidca e Renata Mizrahi
Elenco:
Hugo Germano, Jefferson Schroeder, José Karini e Vilma Melo
Produção
Executiva: Amanda Lima
Cenário:
Anderson Aragón
Figurino: Guilherme Reis
Iluminação: Anderson Ratto
Trilha sonora: Wladimir Pinheiro
Fotos e vídeos: Dalton Valério
Assessoria de comunicação: Dobbs Scarpa
Mídias Sociais: Rafael Teixeira
Direção de produção: Renata Mizrahi e Priscila
Vidca
Arte: Luciano Cian
Assistente: Claudio Attademo
Gerente Financeiro: Alan Isídio
Realização: Teatro de Nós Produções Artísticas
Serviço
Arena do Sesc Copacabana.
Rua Domingos Ferreira 160, Copacabana. Informações: (21) 2547-0156.
De 27 de junho a 21 de julho. Quinta a domingo, às 20h.
Ingressos:
R$ 7,50 (associado do Sesc), R$ 15 (meia-entrada), R$ 30 (inteira)
Bilheteria
- Horário de funcionamento:
Terça a
sexta - de 9h às 20h; sábados, domingos e feriados - das 14h às 20h.
Classificação
indicativa: 12 anos
Duração:
70 minutos
Gênero:
Comédia dramática
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