Nara Roesler Rio de Janeiro convida para a
exposição
“Alberto Pitta – Outros carnavais”
Com curadoria de Vik Muniz, a mostra reúne a produção ao longo de mais de quarenta anos do grande artista junto ao carnaval da Bahia, com suas serigrafias que vestem os milhares de
foliões de vários blocos, como o Olodum, de que foi diretor artístico de
1984 a 1997. Presente no circuito internacional da arte, com exposições na
Alemanha e na Austrália, onde integrou a recém-encerrada 24ª Bienal de Sidney, Pitta
mostrará ainda na Nara Roesler suas pinturas recentes e inéditas, com
serigrafia e tinta sobre tela, em que predominam os tons de branco, que remetem
aos bordados em ponto Richelieu que
sua mãe fazia.
Nara Roesler, Ipanema, Rio
de Janeiro
Abertura: 20 de junho de 2024, às 18h
Conversa com Alberto Pitta e Vik Muniz, às 19h
Até: 10 de agosto de 2024
Curadoria: Vik Muniz
Entrada gratuita
Nara Roesler Rio de Janeiro tem o
prazer de convidar para a abertura, no dia 20
de junho de 2024, da exposição “Outros
carnavais”, com trabalhos do artista Alberto
Pitta (1961, Salvador),que revolucionou
as fantasias do carnaval da Bahia, onde é figura central. Com curadoria de Vik Muniz, seu amigo há 24 anos, a
mostra faz um apanhado histórico de sua produção ao longo de mais de quarenta anos junto
a vários blocos – como o Olodum, de
que foi diretor artístico de 1984 a 1997 – com tecidos, matrizes antigas e esboços, além de uma parte documental, com cadernos e livros de que participou. O segundo andar da galeria será dedicado
aos seus trabalhos recentes e inéditos,
pinturas em serigrafia e tinta sobre
tela, com predominância de tons de branco, que remetem aos bordados em ponto Richelieu
que a mãe do artista fazia. A exposição conta ainda com uma instalação, na claraboia
da galeria, composta por amostras de tecido de seu acervo de mais de três décadas.
No dia da abertura, às19h, haverá uma conversa
com Alberto Pitta e Vik Muniz.
“Quero que as pessoas vejam o tamanho deste
artista, e o que ele vem fazendo há mais de quarenta anos”, afirma Vik Muniz.“Ele já expôs na Alemanha, em
Sidney, em muitos lugares. Esta mostra pode ser importante para ele, mas é mais
ainda para o mundo da arte”,destaca.“Não estou fazendo nenhum favor a ele com
esta mostra no Rio. Estou fazendo um favor para quem não conhece seu trabalho”,
diz Vik.
Alberto
PittaeVik Munizse
conheceram em 2000, na exposição “A Quietude da Terra: vida cotidiana, arte
contemporânea e projeto axé”, que reunia artistas baianos e internacionais, com
curadoria de France Morin, no Museu
de Arte Moderna da Bahia. Desde então mantêm uma amizade próxima.
Vik
Muniz diz que, como artista, sempre está muito preocupado em
como “a arte se torna relevante, do momento em que transcende o contexto da galeria e do museu e passa a fazer parte
do dia a dia das pessoas”. “Isso abriu um enorme diálogo, longevo, entre Pitta e eu”, comenta. “A iconografia
dentro do trabalho dele é muito importante, e vai-se aprendendo. É uma cartilha de significados, muitos deles
discretos, porque o candomblé não
gosta muito de falar, e Pitta vai
soltando as coisas de forma homeopática”, observa. “Pitta
já invadiu o entorno do cubo branco, e agora nesta mostra queremos contar
um pouco de cada coisa que ele fez”, diz Vik.
Filho da ialorixá
Mãe Santinha, do Ilê Axé Oyá,
educadora e bordadeira, especialista em ponto Richelieu, Pitta começou no final dos anos 1970 a criar serigrafias com símbolos e signos do candomblé e da cultura indígena,
para pequenos blocos de carnaval como o Zâmbia
Pombo e Oba Layê, do bairro onde
morava, em São Caetano.
A partir do início dos anos 1980, o artista
passou a fazer estampas para as fantasias de vários blocos, como Badauê, Ara Ketu, Timbalada,
entre outros. De 1984 a 1997, Alberto
Pitta foi diretor artístico do Olodum,
“tendo passado de Paul Simon a Michael Jackson”, brinca.
“Aprenda a ler e ensine seus camaradas”, diz ele,
citando a frase do compositor Roberto Mendes, de Santo Amaro, ao explicar que escreve nos panos para quem não sabe ler. Ele diz gostar de
provocar “encontros de analfabetos”:
“Entre os que não tiveram oportunidade de estudar,
e os que são da academia, mas não
conhecem os símbolos das religiões de
matriz africana”. Todo seu trabalho parte da serigrafia, com que ele também
faz instalações. Em 2019, Alberto Pitta
foi convidado pelo Filhos de Gandhy
para criar as fantasias do carnaval que celebrava os 70 anos do bloco. Ele tem o seu próprio bloco, o Cortejo Afro.
Alberto Pitta participou da
24ª Bienal de Sidney, recém-terminada, em 8 de junho. Gilberto Gil foi à montagem de seus trabalhos, durante uma turnê na
Austrália, e registrou o fato em um post no X:https://x.com/gilbertogil/status/1765705455433642190
A 24ª Bienal de Sidney teve como o
curadores CosminCostinas (romeno, curador sênior da HKW-Houseof World
Cultures, em Berlim) e Inti Guerrero,
colombiano, curador
adjunto de arte latino-americana da Tate Modern(Estrellita
Brodsky B.), em Londres, de
2016 a 2020, e estudou na Universidade de São Paulo (USP), onde foi curador de
exposições no Museu de Arte Moderna de São Paulo (2011) e no Museu de Arte do
Rio (MAR), em 2016. Os trabalhos de Alberto
Pitta foram selecionados entre 116
artistas e coletivos de 45 países e
territórios.
SOBRE ALBERTO PITTA
O
artista Alberto Pitta, nascido em1961, em Salvador, onde vive e trabalha,
tem como elemento central de seu
trabalho a estamparia têxtil e a
serigrafia, embora também venha se dedicando à pintura e a obras
escultóricas nos últimos anos. Com uma carreira de mais de quatro décadas, a
produção de Pitta é muito ligada a festividades
populares e em diálogo com outras linguagens, como a indumentária. Seu trabalho tem uma forte dimensão pública, tendo sido o autor de estamparias presentes
em blocos afro do carnaval como o Olodum,
Ilê Ayê, Filhos de Gandhy– na comemoração de seus 70 anos, em 2019 – e o seu próprio, o Cortejo Afro.
Sua produção de estamparias
teve início na década de 1980. Filho de
uma importante ialorixáde Salvador, Mãe Santinha, do Ilê Axé Oyá, educadora, costureira e bordadeira, ele se
interessou desde criança por panos e
tecidos. Dessa maneira, o artista compreendeu que os tecidos e vestimentas não se restringiam a um caráter utilitário,
pois, de acordo com as cosmovisões
africanas, esses elementos são um meio de inserir o homem na natureza e colocá-lo em contato com seus ancestrais.
Assim, Alberto Pitta começou a produzir estampas para os trajes dos blocos carnavalescos afro de Salvador
já no final dos anos 1970. Essas estampas apresentam signos, formas e traçados que evocam elementos tradicionais africanos e afro-diaspóricos,
em especial os oriundos da mitologia yorubá, muito presente em Salvador e no recôncavo baiano. Nas
palavras do curador Renato Menezes: “De fato, signos, formas e traços que
evocam grafismos tradicionais africanos encontraram, sobre seus tecidos, um lugar privilegiado de educação das
massas e de contação de histórias que só fazem sentido coletivamente. Se a
escrita, na obra de Pitta, se organiza no conjunto de padrões e cores que
reinterpretam a cosmovisão yorubá, a
leitura, por outro lado, diz respeito à relação estabelecida no contato entre corpos em movimento, quando as ruas da cidade viram terreiro. Pelas
dobras dos tecidos que cobrem os foliões
percorre um alfabeto de letras e afetos,
mobilizados pela música e pela dança: é
no corpo do outro que se lê o texto que nos completa”.
Alberto Pitta participou de importantes mostras
dentro e fora do Brasil. Dentre as individuais, se destacam: “Mariwó”, na Paulo Darzé Galeria (2023), em
Salvador e “Eternidade Soterrada”,
organizada pela Carmo & Johnson Projects (2022), em São Paulo. Dentre as
coletivas, se destacam sua participação na 24a Bienal de Sidney (2024); “O
Quilombismo”, na Haus der Kulturen der Welt, em
Berlim (2023); “Encruzilhada”, no Museu de Arte Moderna de Salvador (2022),
em Salvador, e “Um Defeito de Cor”, no Museu de Arte do Rio (2022),
Rio de Janeiro. Seu trabalho figura em coleções institucionais, como: Instituto Inhotim, em Brumadinho; Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro; e Museu de Arte Moderna da Bahia,em Salvador.
Filho de
uma importante ialorixá da cidade de Salvador, que também era exímia
bordadeira, Pitta desde a infância
se interessou por panos e tecidos.
Dessa maneira, o compreendeu que os tecidos
e vestimentas não se restringiam a um caráter utilitário, pois, de acordo
com as cosmovisões africanas, esses
elementos são um meio de inserir o homem
na natureza e colocá-lo em contato com seus ancestrais.
SOBRE NARA ROESLER
Nara Roesler é uma das principais
galerias de arte contemporânea do Brasil, representa artistas brasileiros e
latino-americanos influentes da década de 1950, além de importantes artistas
estabelecidos e em início de carreira que dialogam com as tendências
inauguradas por essas figuras históricas. Fundada em 1989 por Nara Roesler, a
galeria fomenta a inovação curatorial consistentemente, sempre mantendo os mais
altos padrões de qualidade em suas produções artísticas. Para tanto,
desenvolveu um programa de exposições seleto e rigoroso, em estreita
colaboração com seus artistas; implantou e manteve o programa Roesler Hotel,
uma plataforma de projetos curatoriais; e apoiou seus artistas continuamente,
para além do espaço da galeria, trabalhando em parceria com instituições e
curadores em exposições externas. A galeria duplicou seu espaço expositivo em
São Paulo em 2012 e inaugurou novos espaços no Rio de Janeiro, em 2014, e em
Nova York, em 2015, dando continuidade à sua missão de proporcionar a melhor
plataforma possível para que seus artistas possam expor seus trabalhos.
Serviço:
Exposição “Alberto
Pitta – Outros carnavais”
Abertura: 20 de junho de 2024, às 18h
Conversa com Alberto Pitta e Vik Muniz, às 19h
Até: 10 de agosto de 2024
Curadoria: Vik Muniz
Entrada gratuita
Rua Redentor, 241, Ipanema, Rio de
Janeiro, CEP 22421-030
Segunda a sexta, das 10h às 19h
Sábado, das 11h às 15h
Telefone: 21 3591 0052
info@nararoesler.art
Comunicação: Paula Plee –
com.sp@nararoesler.com
Canais digitais:
Instagram – @galerianararoesler
Facebook – @GaleriaNaraRoesler
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