"É urgente debatermos e encontrarmos soluções para os desafios que a mudança do clima tem trazido para o campo cultural", afirmou Margareth Menezes

 


Foto: Filipe Araújo/ MinC

“É urgente debatermos e encontrarmos soluções para os desafios que a mudança do clima tem trazido para o campo cultural”, afirmou Margareth
Menezes

Ministra da Cultura participou da abertura de evento paralelo ao G20 sobre patrimônio cultural e mudanças climáticas


"É urgente debatermos e encontrarmos soluções para os desafios que a mudança do clima tem trazido para o campo cultural”, afirmou a ministra da Cultura, Margareth Menezes, nesta segunda-feira (27), na abertura do seminário internacional Patrimônio Cultural e Ações Climáticas, no prédio da Regional Brasília do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).
 

A atividade paralela à programação da 2ª Reunião Técnica do Grupo de Trabalho da Cultura do G20, realizada nesta terça (28) e quarta (29), é coordenada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), juntamente com o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
 

“Uma das prioridades do GT de Cultura do G20 é a proteção do patrimônio cultural e da memória, alinhada aos debates sobre a mudança do clima, pois o combate às desigualdades e a construção de um mundo mais justo e igualitário tem como pilares fundamentais a salvaguarda, valorização e a proteção de nosso patrimônio cultural”, destacou Margareth Menezes.
 

O presidente do Iphan, Leandro Grass, enfatizou a importância do patrimônio imaterial. “Desde o ano passado nós temos priorizado comunidades quilombolas, indígenas, olhado para os povos tradicionais, percebendo a importância que o patrimônio imaterial tem a nos oferecer de aprendizado sobre resiliência, mitigação e sustentabilidade”.
 

Catástrofes naturais
 

O impacto das catástrofes naturais no patrimônio cultural foi abordado pela diretora e representante da Unesco no Brasil, Marlova Noleto. “A agenda da ONU, na sua meta 13.1, sugere reforçar a resiliência e a capacidade de adaptação a riscos relacionadas ao clima e as catástrofes naturais. Essa agenda dialoga com as capacidades institucionais, sociais e econômicas de preservação do patrimônio cultural, uma vez que os efeitos adversos das mudanças climáticas terminam por impactar tanto os patrimônios tangíveis quanto intangíveis”.
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“Nunca um ditado popular foi tão importante como agora: prevenir é melhor do que remediar. Uma triste coincidência fez com que esse evento seja realizado enquanto lidamos com as terríveis enchentes que atingem o estado do Rio Grande do Sul. Essa horrível tragédia teve impacto severo no rico patrimônio cultural do estado, conhecido por orgulhosamente preservar suas riquezas culturais. A catástrofe no Sul é um exemplo irrefutável de como a crise climática em curso afeta o patrimônio material e imaterial”, comentou o secretário de Promoção Comercial, Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador Laudemar Aguiar Neto.
 

“As iniciativas que nós temos visto de impacto para a preservação ambiental, a preservação das nossas cidades, a conservação do nosso patrimônio, precisam de uma ação urgente”, garantiu a coordenadora-Geral de Adaptação à Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Inamara Melo.
 

Desenvolvimento sustentável
 

Os desafios impostos pela mudança do clima e o desenvolvimento sustentável também foram tratados pela ministra da Cultura. “O Brasil tem adotado, historicamente, posição firme na promoção do desenvolvimento sustentável e na busca de soluções aos desafios da mudança do clima. O reflexo disso é que 93% de toda a eletricidade consumida no país já vem de fontes renováveis”. E adiantou: “Temos um objetivo de criar, até a COP30, em Belém, o primeiro Plano de Trabalho sobre Cultura no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas para a Mudança do Clima. É importante avançarmos nessa estratégia e convido a todos os países aqui reunidos a se somarem a essa iniciativa para salvar o planeta e a nós mesmos”.
 

Também estiveram presentes no evento o secretário-Executivo do MinC, Márcio Tavares; os presidentes do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Fernanda Castro; e da Fundação Cultural Palmares, João Jorge Rodrigues; os secretários de Cidadania e Diversidade Cultural, Márcia Rollemberg; e de Formação, Livro e Leitura, Fabiano Piúba; a presidente do Comitê sobre Mudanças Climáticas e Patrimônio do Icomos, Aline Carvalho; o presidente do Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Museus (Icom Brasil), Diego Bevilaqua; e o diretor do Instituto Guimarães Rosa (IGR), ministro Marco Antonio Nakata.
 

Painéis
 

A programação da manhã desta segunda incluiu ainda uma apresentação sobre a atividade e a articulação nacional. Nela foram fornecidos informes a respeito dos impactos das mudanças climáticas no patrimônio cultural do Rio Grande do Sul. Participaram da atividade a secretária de Cultura do estado, Beatriz Araujo; e o superintendente do Iphan, Rafael Passos.
 

Na sequência teve início o debate Perspectivas da Agenda Multilateral Sobre Patrimônio Cultural e Ações Climáticas, mediado pelo coordenador-geral de Assuntos Internacionais do MinC, Vinícius Gurtler, com a presença da diretora do Departamento do Clima do MRE, Liliam Chagas, e representantes da Unesco, Iccrom e Icom. A segunda parte contou com a participação de integrantes de delegações Argentina, Índia e Marrocos.
 

À tarde foram promovidos os painéis Perspectivas de povos originários, comunidades tradicionais e detentores sobre patrimônio cultural e ações climáticas, Perspectivas globais sobre patrimônio cultural e ações climáticas e Financiamento e gestão para a ação climática.
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O seminário terá continuidade nesta terça (28) e quarta (29), na Escola Nacional de Administração Pública (Enap), com o Encontro do Ciclo de Diálogos sobre Patrimônio Cultural e Ações Climáticas.

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