Renafro e Ilê Omolu Oxum lançam a pesquisa “Respeite o meu terreiro – 2024” para o mapeamento da violência contra asreligiões de matriz africana

 Renafro e Ilê Omolu Oxum lançam a pesquisa

“Respeite o meu terreiro – 2024” para o mapeamento da violência contra asreligiões de matriz africana

 

 

                                    IlêOmoluOxum, São João do Meriti

30 de abril de 2024, às 10h

 


 

A Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde (Renafro) e o Ilê Omolu Oxum irão lançar a pesquisa “Respeite o meu terreiro – 2024”, no dia 30 de abril de 2024, terça-feira, às 10 horas, no barracão do terreiro. Estarãopresentes lideranças religiosas, pesquisadores e autoridades, que participaram da iniciativa.

Esta pesquisa irá atualizar os dados do levantamento pioneiro feito em 2021, e busca ampliar ainda mais o raio de ação, a partir dos 53 Núcleos Regionais da Renafro situados em todo o território nacional.

Além das parcerias estratégicas firmadas já em 2021 com a Defensoria Pública da União e do Instituto Raça e Igualdade, a pesquisa agora contacom uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio)e o financiamento do Ministério de Direitos Humanos e Cidadania.

Os resultados práticos da primeira edição da pesquisa, em 2021, vêm repercutindo desde então. A coordenadora nacional da Renafro, Mãe Nilce de Iansã,à frente do projeto, conta que o levantamento feito trouxe“tantas informações importantes que os seus resultados serviram de base para nossas recomendações ao Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU (CERD), em novembro de 2022, em Genebra, Suíça, que foram incluídas no documento final do evento”. “Foi a primeira vez que aquela comissão inseriu a temática de racismo religioso na pauta de recomendações”, diz.

Para a pesquisa de 2024 a ideia é coletar as informações junto às lideranças religiosas de matriz africana por meio de um formulário digital até o mês de julho, e analisar e interpretar estes dados até outubro, e divulgar o relatório com os resultados em novembro, mês da consciência negra.

Será feito um verdadeiro raio-x do racismo religioso, a partir da perspectiva dos povos de terreiros, que já indicaram na primeira entrevista que usualmente não se sentiam confortáveis em irem a uma delegacia oferecer uma denúncia. Outra coisa detectada foi a impunidade dos criminosos, que tornavam ainda mais vulneráveis os povos de terreiro para a reincidência do crime.

A Defensoria Pública da União vem utilizando os dados da primeira pesquisa em seu site, considerando que estas informações estão mais próximas da realidade enfrentada pelas religiões de matriz africana em todo o país. A Defensora Pública Federal e Integrante do Grupo de Trabalho Políticas Públicas Etnorraciais da DPU, Dra. Natália von Rondow, afirma que a pesquisa "Respeite o Meu Terreiro" apresenta dados importantes para a articulação de políticas públicas voltadas para o enfrentamento do racismo religioso, “e nos permite dimensionar o impacto da violência sofrida pelos povos de terreiro nos territórios. Por isso a relevância desta parceria”, conclui.

 

O formulário da pesquisa leva em média três minutos para ser respondido e estará disponível nas redes sociais da Renafro e Ilê Omolu Oxum, até o dia 30 de julho de 2024.

Link do formulário da pesquisa:

https://forms.gle/vURWmhbNnCQNRPkX6

 

DESDOBRAMENTO DA PRIMEIRA PESQUISA

 

A Renafro e o Ilê Omolu Oxum criaram  recentemente a campanha “Divulgue axé na internet” de combate ao racismo religioso nos meios digitais, a partir dos resultados do mapeamento inédito da violência contra os povos de terreiros que as duas instituições realizaram em 2022, no qual mais de 95% dos entrevistados afirmaram ter tido contato com algum tipo de violência ou discurso de ódio na internet. A campanha é coordenada por Mãe Nilce de Iansã, coordenadora nacional da Rede, que foi anunciada no dia 16 de abril de 2024, na sede da ONU, na Suíça, durante a Terceira Sessão do Fórum Permanente de Afrodescendentes da ONU.

 

A campanhaconta com a parceria estratégica da Defensoria Pública da União e do Instituto Raça e Igualdade, foi desenvolvida sobre dois eixos principais, no qual o primeiro é voltado para ações de denúncias sobre os crimes de racismo religioso ocorridos na internet; e o segundo, no estímulo à difusão e criação de conteúdos sobre as boas práticas realizadas pelas religiões de matriz africana.

As ações serão realizadas durante todo o ano de 2024 e pretendem mobilizar as lideranças religiosas, meios de comunicação, personalidades da cultura nacional e influenciadores digitais.

Renafro e Ilê Omolu Oxum –pesquisa para mapeamento do racismo religioso no Brasil “Respeite o meu terreiro – 2024”

 

Ficha técnica

Coordenação geral: Mãe Meninazinha de Oxum

Coordenação de projeto: Mãe Nilce de Iansã

Coordenação de comunicação: Iyawô de Oxóssi Teobaldo

Assessoria de imprensa: CWEA Comunicação

Fotografia: Alex Ferro

Administração: Pai Wilton de Oxalá

Parceria: Defensoria Pública da União e Instituto Raça e Igualdade

Realização: Renafro, IleOmolu Oxum, Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania e UniRio.


Comentários