(15 a 20/4) Arrastão de Solos apresenta criações de Marcos Sobrinho e Luciana Hoppe na Oswald de Andrade

 

Arrastão de Solos desta semana apresenta criações de Marcos Sobrinho e Luciana Hoppe na Oswald de Andrade




                                                           Luciana Hoppe em "Universo Invisível"                                                                                                                                           Foto Paulo Cesar


     “Arrastão de Solos”, proposta do Núcleo de Dança e Performance Marcos Sobrinho que tem ocupado a Oficina Cultural Oswald de Andrade, durante o mês de  abril, dentro do projeto ‘Dramaturgias Paralelas’, reunindo criações de artistas que têm a natureza como elemento atravessador de suas escolhas estéticas e o meio ambiente ignição para criação, esta semana acolhe os trabalhos “O Pescador de Ilusões”, de Marcos Sobrinho e "Universo Invisível", de Luciana Hoppe.

   Resultado de um longo estudo sobre as poéticas do carnaval – rastros do samba, suas diversas influências e rituais presentes no imaginário do povo brasileiro – “O pescador de ilusões” tem inspiração inicial no universo estético do artista visual Arthur Omar, em seu livro “Antropologia da Face Gloriosa”. Nesta nova fase da pesquisa, a dramaturgia tem como principal referência o historiador e escritor carioca Luiz Antônio Simas. Em uma de suas obras sobre as tradições ancestrais brasileiras – “O Corpo Encantado das Ruas, História e Arte -, ele nos instiga a pensar a potência poética e política dos espaços ocupados pelos desfiles de carnaval. “Trazemos a esta nova vivência cênica, uma ideia de corpo-manifesto, um modo de atualizarmos nosso rito de carnaval, o que nos permite, de alguma forma, propor um campo aberto de resistência poética e política - um campo que transita entre a celebração e o protesto”, pondera Sobrinho, que vem tendo uma experiência sensorial em meio à natureza, trazendo reflexões que perpassam pelas relações de pertencimento e estranhamento com a nova paisagem. As apresentações  acontecem dias 15 (segunda)  e 16 de abril (terça), às 20h30, quando encerra com um bate-papo mediado pela multiartista e arte-educadora Valquíria Rosa.

   "Universo Invisível", de Luciana Hoppe, envolve dança, literatura e ecologia e inspira-se na obra "Homens Imprudentemente poéticos", de Valter Hugo Mãe, que trata da alma humana de forma sensível e intensa, convocando-nos a olhar para a nossa relação com nós mesmos, com os outros seres humanos e demais seres vivos. O trabalho traduz, em imagens corporais e movimento, a sinergia que se dá entre o planeta Terra, enquanto um grande organismo vivo que permitiu o desenvolvimento de estruturas capazes de adaptarem-se ao meio ambiente, com a  Via Láctea, que sustenta a nossa existência, e que, por sua vez, pertence à grande teia cósmica infinita. As apresentações acontecem de 18 a 20 de abril (quinta e sexta, às 19h30, e sábado às 18h) e, na sexta, reserva bate-papo com mediação de Silvia Geraldi, artista, pesquisadora da dança e professora do Departamento de Artes Corporais e do Programa de Pós-Graduação, na Unicamp.

   Nos mesmos dias de suas apresentações, Luciana Hoppe ministra o laboratório “Dramaturgia corporificada”, que propõe desenvolver diferentes qualidades de movimento através do corpo sensível, proporcionado pela abordagem somática do Body-Mind CenteringTM, criado por Bonnie Bainbridge Cohen. Direcionada a estudantes, educadores, artistas da cena e pessoas interessadas na pesquisa do movimento, a oficina acontece quinta e sexta, das 13h às 16h, e sábado, das 11h às 14h, totalizando nove horas de estudo prático.

  “Arrastão de Solos” se encerra com “Verdes e Ouvirdes”, de Jussara Miller, nos dias 25, 26 e 27/4, quinta e sexta sempre às 19h30, e nos sábado, às 18h.

   Para o próximo semestre, está prevista uma segunda fase – “Diálogos em Solos Reunidos” – performance que resultará da dramaturgia experimentada pelos quatro artistas – Simone Mello, Luciana Hoppe, Jussara Miller e Marcos Sobrinho – durante as vivências cênicas e pesquisas corporais do projeto Dramaturgias Paralelas, tendo a improvisação como ponto de partida e a questão do Exílio – tema bastante discutido durante os encontros e compartilhamentos -, na visão do filósofo tcheco-brasileiro Vilém Flusser como inspiração

   O projeto “Dramaturgias Paralelas” foi contemplado pela 34ª edição do Programa de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura. As ações são gratuitas.

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Serviço

Arrastão de Solos – Núcleo de Dança e Performance Marcos Sobrinho

15 e 16/4 (2ª e 3ª, às 20h30)

“O Pescador de Ilusões”, de Marcos Sobrinho

*16/4 - bate-papo após a apresentação - mediação Valquíria Rosa.

18, 19 e 20/4 (5ª e 6ª, às 19h30; sáb, às 18h)

 “Universo Invisível”, de Luciana Hoppe

*19/4 - bate-papo

após a apresentação - mediação Silvia Geraldi

Oficina “Dramaturgia corporificada”

(5ª e 6ª, das 13h às 16h, sáb, das 11h às 14h)

25, 26 e 27/4 (5ª e 6ª, às 19h30; sáb, às 18h)

“Verdes e Ouvirdes”, de Jussara Miller

*26/4 - bate-papo após a apresentação - mediação Pin Nogueira

Oficina “A Escuta do Corpo”

(5ª e 6ª, das 13h às 16h, sáb, das 11h às 14h)

Oficina Cultural Oswald de Andrade

Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro, São Paulo – SP

Tel: (11) 3221-5558

Acessibilidade: Sim

Classificação indicativa:14  anos | Duração: 55 minutos cada

Grátis

 

Fichas Técnicas - Solos

O Pescador de Ilusões

Direção Geral, Concepção e Dramaturgia  Marcos Sobrinho |Intérprete-Criador Marcos Sobrinho | Design de Luz/Sonorização e Vídeo Instalação Téo Ponciano e Décio Filho |Design de Vídeo e Documentação André Menezes

Universo Invisível

Performance e idealização Luciana Hoppe | Direção Paulo Marcello | Iluminação Ney Bonfanti |Design de Vídeo e Documentação André Menezes

Projeto Dramaturgias Paralelas

Coordenação Geral Marcos Sobrinho |Designer Gráfico Ilana Braia | Assessoria de Imprensa Elaine Calux | Assistentes de Produção Lu Busquets e Lívia Império | Produção Cristiane Klein (Dionísio Produção)

 

Núcleo de Dança e Performance Marcos Sobrinho

Marcos Sobrinho, cuja formação em dança passa por  por Maria Olenewa (RJ), pela Ècole de Danse du Marais (Paris-França), Folkwang Schule em Essen e Die Werkstatte Düsseldorf, ambas na Alemanha, e Zélia Monteiro, em São Paulo,  fundou o Núcleo de Dança e Performance que leva o seu nome, com a proposta de investigar o universo da dança em conjunto com as artes visuais, música e vídeo. Já foi contemplado pelo Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo, Prêmio Funarte Klauss Vianna, Programa de Ação Cultural – ProAC e Rumos – Itaú Cultural.

Em seus 26 anos, o grupo vem trabalhando de forma sistemática no campo da dança e performance, estabelecendo conexões entre o fazer/pensar arte contemporânea. Nas  investigações cênicas tem sempre abordado as artes visuais como estratégia para as modulações estéticas.

www.marcossobrinho.com.br

@dramaturgiasparalelas

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