Cia. Dos à Deux faz últimas apresentações de Enquanto você voava, eu criava raízes no Teatro Vivo, em São Paulo
Com ingressos esgotados, a peça, vencedora dos prêmios Shell (melhor cenário) e APTR (melhor espetáculo, cenografia e música), faz sessões extras para o público de São Paulo
Cena do espetáculo - Photo Renato Mangolin
A Cia. Dos à Deux faz a última semana de apresentação em São Paulo com o espetáculo Enquanto você voava, eu criava raízes, no Teatro Vivo, depois de uma temporada de grande sucesso, com ingressos esgotados. Na quinta e no sábado, dias 7 e 9 de março, haverá sessões extras. Para quem não conseguiu comprar ingressos, é possível participar de uma fila de espera, chegando no teatro com uma hora de antecedência. Confira datas e horários no serviço abaixo.
Com dramaturgia, cenografia, coreografia, encenação e performance de André Curti e Artur Luanda Ribeiro, a montagem é vencedora de diversas categorias nos prêmios de teatro APTR e Shell, além de estar indicada a prêmios no Cesgranrio e APCA - Associação Paulista de Críticos de Artes, incluindo as categorias de melhor espetáculo e melhor direção. Desde sua estreia, há um ano, o espetáculo já fez mais de 130 apresentações no Brasil e no exterior.
Em Enquanto você voava, eu criava raízes não é diferente, o corpo é o guia da partitura e a fonte de leitura do trabalho. As cenas se completam e transitam entre o onírico e a realidade para tratar de um tema que acompanha o ser humano ao longo de sua vida, o medo e sua transformação. “Para mim, nesse espetáculo, ficamos na beira do abismo desde o início”, diz André. “São os abismos que temos dentro de nós, essa sensação de vazio permanente, de que há algo dentro se abrindo e um outro eu está caindo dentro de si ”, completa Artur.
A narrativa visual dos dois corpos se fundem e se perdem em uma relação precisa entre imagens, fisicalidade, virtuosidade e poesia. Nos estranhamos tanto a ponto de nos perdermos no próprio reconhecimento? As imagens são marcadas pela dor e pesar, mas ainda assim há um caminhar, seguir em frente.
Em cena, nenhuma palavra é dita. Nesse navegar por várias linguagens, os significados também se apresentam diversos e chegam ao público em camadas múltiplas e plurais. Entre sonho e realidade, somos apenas um emaranhado de sombras e luzes, diante do imensurável, da imensidão e do mistério do abismo. É um espetáculo sensorial e nos toca ao tratar de múltiplos medos “espaços íntimos de sensações”, como disseram os criadores.
As imagens projetadas, criadas pelo diretor de fotografia Miguel Vassy e pela artista plástica Laura Fragoso, dialogam com a dramaturgia, assim como a música original criada por Federico Puppi, que ajuda a criar diversos climas ao longo do espetáculo.
Sobre a Cia. Dos à Deux – Há 25 anos, André Curti e Artur Luanda Ribeiro iniciaram na França uma parceria artística com a criação da Cia. Dos à Deux. Eles se conheceram durante um festival em Paris e decidiram começar juntos uma pesquisa teatral e coreográfica, tendo como inspiração a obra “Esperando Godot”, de Samuel Beckett. Em 1998, nascia o primeiro trabalho, “Dos à Deux”, peça que deu nome à companhia. Descobertos no Festival de Avignon com esse primeiro trabalho, os dois então jovens criadores tiveram um imediato reconhecimento pela crítica e pelos curadores, lhes impulsionando pelas estradas de todos os países da Europa, além da África, América do Sul, Coreia do Sul e na Índia.
A premiada companhia de teatro visual arrebatou plateias em mais de 50 países, por toda a Europa, África Central, Ásia do sudeste, Polinésia Francesa, China,Emirados Árabes e América do Sul. O repertório é formado por: “Dos à Deux” (1998), “Aux pieds de la lettre” (2002), “Saudade em terras d’água” (2005), “Fragmentos do desejo” (2009), “Ausência” (solo com Luís Melo, de 2012), “Dos à Deux - 2º ato” (2013) “Irmãos de sangue” (2013), “Gritos” (2016) e “Enquanto você voava, eu criava raízes” (2022). Em 2021, sete espetáculos da companhia foram exibidos na mostra online “Dos à Deux - A Singularidade de uma Trajetória”.
Depois de mais de duas décadas instalada na França, em 2015, os dois artistas resolvem retornar ao Brasil para criar um espaço cultural. Artur e André reformaram um antigo cortiço construído em 1846, no bairro da Glória, além de abrigar a companhia, o espaço vem se estabelecendo como um local para oficinas e residências artísticas para outros grupos.
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FICHA TÉCNICA
Direção, dramaturgia, cenografia e performance: André Curti e Artur Luanda Ribeiro
Trilha Sonora original: Federico Puppi
Iluminação: Artur Luanda Ribeiro
Cenotécnica: Jessé Natan e VRS
Assistentes de cenotécnica: Iuri Wander, Bruno Oliveira, Eduardo Martins e Rafael do Nascimento
Criação de objetos: Diirr
Criação videográfica e Mapping: Laura Fragoso
Imagens: Miguel Vassy e Laura Fragoso
Figurino: Ticiana Passos
Operação de som e vídeo: Gabriel Reis
Técnico e operação de luz: Tiago D’Avila
Coordenação de montagem Cenotécnica e Contrarregragem: Iuri Wander
Preparação/criação percussiva: Chico Santana
Costura da caixa preta: Cris Benigni e Riso
Costura dos figurinos: Atelier das Meninas
Assessoria de imprensa: Canal Aberto
Designer gráfico: Dante
Adaptação das artes: Thiago Ristow
Fotos: Nana Moraes e Renato Mangolin
Coordenação administrativo-financeira: Alex Nunes
Produção executiva: Silvio Batistela
Produção São Paulo: Pedro de freitas e Adolfo Barreto
Direção de produção: Sérgio Saboya e Silvio Batistela - Galharufa Produções
Realização: Cia Dos à Deux
SERVIÇO:
Espetáculo: “Enquanto você voava, eu criava raízes”
Cia Dos à Deux
Últimas apresentações: dias 7, 8, 9 e 10 de março
Horários: sexta e sábado, às 20h; domingo, às 18h
Sessões extras: quinta, dia 7, às 20h; sábado, dia 09, às 17h
Fila de espera: uma hora antes do início da peça, no teatro
Local: Teatro VIVO
Av. Chucri Zaidan 2460, Morumbi - SP
Classificação indicativa: 18 anos
Duração: 55 minutos
Valores: R$ 100 (inteira) | R$ 50 (meia)
Vendas online pelo site da Sympla
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