OFICINAS | O Bonde faz oficinas para discutir os vários aspectos do espetáculo Bom dia, Eternidade

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O Bonde faz oficinas para discutir os vários aspectos do espetáculo Bom dia, Eternidade

 



Crédito: Noelia Nájera


 

Bom dia, Eternidade é a última parte da Trilogia da Morte, que se debruça sobre as quase mortes do corpo negro e as heranças do período escravocrata. A peça esteve em cartaz entre janeiro e fevereiro no Sesc Consolação.

 

A partir dos temas abordados pelo espetáculo Bom dia, Eternidade, do premiado O Bonde, oficinas foram programadas para acontecer em fevereiro e março. A peça fez temporada com casa cheia no Teatro Anchieta, no Sesc Consolação (R. Dr. Vila Nova, 245 - Vila Buarque), até 25/02. 

 

Entre 13 e 28 de março, quartas e quintas, das 15h às 18h, Jhonny Salaberg e Luiz Fernando Marques Lubi ministram a oficina “Bom dia, Eternidade – O documento como alimento do texto teatral”, no espaço do Centro de Pesquisa Centro de Pesquisa Teatral CPT_Sesc (no Sesc Consolação). As inscrições estão abertas (até 6/3) e o valor é R$ 70 (inteira), R$ 35 (meia-entrada) e R$ 21 (credencial plena).


O diretor musical do espetáculo, Fernando Alabê, está à frente de “Dramaturgia Musical Preta”, de 13 a 27/3, às quartas, das 19h às 21h, no Centro Experimental de Música do 1º andar do Sesc Consolação. As inscrições estão abertas (até 6/3) e o valor é R$ 40 (inteira), R$ 20 (meia-entrada) e R$ 12 (credencial plena).

 

O espetáculo Bom dia, Eternidade é a última parte da Trilogia da Morte, iniciada com a peça infantil Quando eu morrer vou contar tudo a Deus, com dramaturgia de Maria Shu e direção de Ícaro Rodrigues; em seguida veio Desfazenda - Me enterrem fora desse lugar, com texto de Lucas Moura e direção de Roberta Estrela D’Alva, premiada como Melhor Espetáculo Virtual pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) e indicada a Melhor Dramaturgia pelo prêmio Shell, em 2020.

 

Com a proposta de aquilombar-se, O Bonde reúne artistas periféricos - Ailton Barros, Filipe Celestino, Jhonny Salaberg e Marina Esteves - que têm investigado, nos últimos trabalhos, as experiências de quase morte do corpo negro. Em Bom dia, Eternidade, a ideia é refletir sobre as heranças do período escravocrata. Ao elenco d’O Bonde se juntam os músicos Cacau Batera (bateria e voz), Luiz Alfredo Xavier (violão, contrabaixo e voz), Maria Inês (voz) e Roberto Mendes Barbosa (piano e voz), todos com mais de 60 anos e com uma trajetória incrível. 

 

Com dramaturgia de Jhonny Salaberg e direção de Luiz Fernando Marques Lubi, a peça é focada na velhice. Na trama, quatro irmãos idosos que sofreram um despejo na infância recebem a restituição do terreno após quase 60 anos. Resta a eles se encontrar para decidir o que fazer. 

 

Sobre a Expansão Bom Dia, Eternidade

 

O documento como alimento do texto teatral

Com Jhonny Salaberg e Luiz Fernando Marques Lubi

13 a 28/3. Quarta e Quinta. Das 15h às 18h.

Local: Espaço CPT

18 anos

Inscrições até 6/3 - Vagas Limitadas

Valor: R$ 70,00 (inteira) / R$ 35,00 (meia-entrada) / R$ 21,00 (credencial plena)

A oficina propõe uma escavação poética em documentos pessoais dos participantes como material de fabulação e tecido dramatúrgico, construindo e friccionando elementos que alternam entre a ficção e a realidade.

 

·         Jhonny Salaberg: Dramaturgo e ator. Nasceu em Guaianases, extremo leste de São Paulo, e formou-se pela Escola Livre de Teatro de Santo André. É membro fundador do O Bonde. Entre seus trabalhos, publicou as peças Mato cheio e Buraquinhos ou O vento é inimigo do picumã, pela editora Cobogó. Esta segunda foi também incluída na Antologia Dramaturgia Negra, da Funarte, e eleita a melhor peça de 2018 pela Folha de S.Paulo, além de ter sido vencedora em sete categorias nas principais premiações de teatro do país. Ganhou a IV Mostra de Dramaturgia em pequenos formatos cênicos do Centro Cultural São Paulo e foi o dramaturgo mais jovem a ser indicado ao prêmio APCA de Dramaturgia. Seus textos são encenados em parceria com companhias de teatro do estado de São Paulo e adotados como referência e material de estudo em universidades federais e estaduais e em escolas de teatro no Brasil, bem como em estudos de teatro negro na Noruega, pela revista Norsk Shakespeare- og Teatertidsskrift.

·         Luiz Fernando Marques Lubi: Nascido em Santos, Luiz Fernando Marques, ou Lubi, integra há 19 anos o Grupo XIX de Teatro, sendo diretor e co-criador dos espetáculos: “Hysteria”; “Hygiene”; “Arrufos”; “Marcha para Zenturo”; “Teorema 21”; “Intervenção Dalloway”; “Hoje o escuro vai esperar para que possamos conversar” e “Estrada do Sul” (em parceria com Teatro Dell´argine – Itália). Paralelo ao grupo teatral, criou e dirigiu as peças “Negrinha”, com Sara Antunes; “Dias raros”, com o Teatro da Travessia; “Festa de Separação: um documentário cênico” com Janaina Leite e Fepa; “Dizer e não pedir segredo”; dentre outros, num total de 28 peças. Ao longo de sua trajetória, acumula - entre prêmios e indicações - mais de 20 menções nos principais prêmios do país: Shell, APCA, Cooperativa Paulista de Teatro, Bravo!, Qualidade Brasil, Prêmio Governador do Estado de São Paulo, entre outros. Em 2016, fez a direção cênica do show “Remonta”, de Liniker e os Caramelows. Desde 2008, é orientador do Núcleo de Direção da Escola Livre de Teatro de Santo André.

 

Dramaturgia Musical Preta

Com Fernando Alabê

De 13/03 a 27/03. Quarta. Das 19h às 21h

Local: Centro de Música - 1º andar

Duração: 120 minutos

18 anos

Inscrições até 6/3 - Vagas Limitadas

Valor: R$ 40,00 (inteira) / R$ 20,00 (meia-entrada) / R$ 12,00 (credencial plena)

A atividade apresenta e descreve a dramaturgia musical de Fernando Alabê e os elementos que se encontram nas referências culturais impressas na diáspora africana. Referências que estão embasadas em suas criações para grupos de teatro, dança e audiovisual desde o início dos anos 2000. Assim, Alabê cria suas dramaturgias musicais para diversos espetáculos e obras e, com diálogos e práticas de grupo, incita os participantes a recriá-las a partir de suas próprias vivências.

 

·         Fernando Alabê: Diretor artístico e musical, fundador do Bloco Afro Afirmativo Ilu Inã. Músico desde 1992, ogan, ritmista da Escola de Samba Vai Vai por 30 anos, traz na influência dos terreiros do axé e do samba, incluindo a cultura de bailes black paulistanos, elementos estes que o fizeram ingressar como percussionista e compositor no grupo de Rap Afro Brasileiro Guerreiros de Zumbi, Banda Jualê, conceber a trilha e direção musical no audiovisual brasileiro em filmes como “Eu Tenho a Palavra” de Lilian Solá Santiago, Zubi Somos Nós como integrante da Frente 3 de Fevereiro e Oriki de sua turma 4 na ELCV/Santo André, bem como ser diretor e coordenador musical no teatro brasileiro pelo Coletivo Negro, Cia CTI, Coletivo Okan, Grupo Poéticas de Carcaças Negras, Desvelando Encruzilhadas e O Bonde.

 

O Bonde

 

Desde 2017, O Bonde é o que nós somos. Nominalmente reverenciados a ajuntamentos negros e periféricos com o objetivo de aquilombar-se, somos também as nossas próprias singularidades em movimento conjunto, podendo nos constituir como um núcleo, um grupo, um coletivo ou um Bonde. Somos artistas negros e periféricos, formados em diferentes períodos na Escola Livre de Teatro de Santo André. Temos como pesquisa de linguagem a palavra e a narratividade como ferramenta de acesso, denúncia e ampliação de discussões afrodiaspóricas e seus desdobramentos. A abordagem épica da palavra como distanciamento dramático e aproximação narrativa é eixo fundante dos nossos pensamentos, desejos e mergulhos na étnica-criação-racial em São Paulo.

 

FICHA TÉCNICA

Bom dia, Eternidade

 

Idealização: O Bonde 

Elenco: Ailton Barros (Carlos), Filipe Celestino (Everaldo), Jhonny Salaberg (Renato) e Marina Esteves (Mercedes)

Músicos em cena: Cacau Batera (bateria e voz), Luiz Alfredo Xavier (violão, contrabaixo e voz), Maria Inês (voz) e Roberto Mendes Barbosa (piano e voz)

Dramaturgia: Jhonny Salaberg

Direção: Luiz Fernando Marques Lubi

Diretora assistente: Gabi Costa

Direção Musical: Fernando Alabê

Videografia e operação: Gabriela Miranda

Desenho de luz: Matheus Brant

Cenografia e Figurino: Luiz Fernando Marques Lubi

Acompanhamento em dramaturgia: Aiê Antônio

Música original: “Preta nina” - Fernando Alabê, Luiz Alfredo Xavier e Roberto Mendes Barbosa

Técnico de som: Hugo Bispo

Técnica de Videografia: Clara Caramez

Captação de vídeo: Fernando Solidade

Costura cenário: Edivaldo Zanotti

Cenotecnia e Contrarregragem: Helen Lucinda

Fotos: Júlio Cesar Almeida

Assessoria de imprensa: Canal Aberto – Márcia Marques

Social Mídia (criação de conteúdo): Erica Ribeiro

Produção: Jack Santos – Corpo Rastreado

 

Agradecimentos: Casa DuNavô, Coletivo Tem Sentimento, Família Barros, Família Celestino, Família Esteves, Família Martins, Família Salaberg, Guilherme Diniz, Grupo XIX de Teatro, Ilu Inã, Mercedes Gonzales Martins (in memoriam), Oficina Cultural Oswald de Andrade, Otávia Cecília (in memoriam), Teatro de Contêiner, Rogério de Moura e Willem Dias.

 

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