Lançamento da programação da 9ª MITsp - Mostra Internacional de Teatro de São Paulo

 MITsp - Mostra Internacional de Teatro de São Paulo traz espetáculos da África, Ásia, Oriente Médio e América do Sul

 

Um dos principais eventos de artes cênicas do país, a MITsp conta com artistas nacionais e internacionais em atividades de seus quatro eixos principais: Mostra de Espetáculos, Ações Pedagógicas, Olhares Críticos e MITbr - Plataforma Brasil

 



Cena de Broken Chord [Acorde Rompido], dos artistas sul-africanos Gregory Maqoma e Thuthuka Sibisi, espetáculo que abre a mostra no Teatro Paulo Autran, no Sesc Pinheiros - Foto: Thomas Muller

 

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A MITsp - Mostra Internacional de Teatro de São Paulo realiza sua nona edição entre os dias 1º e 10 de março de 2024. A programação conta com nove montagens internacionais, uma estreia nacional, dez espetáculos na MITbr - Plataforma Brasil e uma diversa grade de oficinas, debates e conversas ao longo dos dez dias de evento. A abertura acontece no Teatro Paulo Autran, no Sesc Pinheiros, com o espetáculo Broken Chord [Acorde Rompido], com concepção dos artistas sul-africanos Gregory Maqoma e Thuthuka Sibisi.

 

Em 2024, a MITsp tem apresentação da Redecard, Sabesp e Prefeitura Municipal de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura. A mostra tem correalização do Sesi, Consulado Francês, Instituto Francês, Centro Cultural Coreano no Brasil e Goethe Institut; e copatrocínio do IBT – Instituto Brasileiro de Teatro. A realização do evento é da Olhares Cultural, ECUM Central de Produção, Itaú Cultural, Sesc SP e Ministério da Cultura – Governo Federal.

 

Antonio Araujo, diretor artístico, e Guilherme Marques, diretor geral, idealizadores da Mostra, mantém a ideia inicial de apresentar em todos os eixos (Mostra de Espetáculos, Ações Pedagógicas, Olhares Críticos e MITbr - Plataforma Brasil) uma seleção de trabalhos e atividades cujas pesquisas cênicas e/ou temas abordados trazem provocações sobre nosso tempo. Atualmente, a direção institucional é realizada pelo ator e gestor cultural Rafael Steinhauser.

Nesta edição, a MITsp privilegia artistas, grupos e pesquisadores/as da África, Ásia, Oriente Médio e América Latina. “A Mostra sempre contou com artistas desses locais, que trazem novas teatralidades e formas de imaginar a cena, como o uso da música e a representação de rituais no palco. Porém, em 2024, quisemos expandir tais presenças. Neste sentido, a curadoria intensificou a perspectiva decolonial já presente nas edições anteriores”, afirma Araujo.

Para os diretores, as discussões que atravessam os trabalhos apresentam novos olhares para questões como memória, racismo, transfobia, identidade, conhecimento, colonialismo, entre outros. Pela primeira vez, a dança e a performance ocupam lugar de destaque nos trabalhos selecionados, combinadas ao teatro e à música.

Desde a primeira edição, em 2014, a MITsp já apresentou 158 espetáculos entre nacionais e internacionais, de 46 países, em mais de 400 sessões, a um público aproximado de 170 mil pessoas. As Ações Pedagógicas e os Olhares Críticos reuniram ao longo dos anos mais de 200 convidados em oficinas, seminários, debates, entre outras atividades.

 

Programação

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O Artista em Foco deste ano será o diretor e compositor sul-coreano Jaha Koo, jovem artista e um expoente das artes cênicas, com apresentação de sua Trilogia Hamartia: Lolling and Rolling, Cuckoo e A História do Teatro Ocidental Coreano. “Hamartia”, palavra de origem grega, pode ser traduzida por "falha ou defeito trágico", conceito que costura de forma distinta os trabalhos, com temas que discutem o choque entre as culturas oriental e a ocidental e seu impacto na vida das pessoas.

 

Contado pela Minha Mãe, de Ali Chahrour, do Líbano, mistura dança, teatro e música para contar a história de uma mãe que se nega a acreditar na morte do filho e cria uma série de poemas e canções para ele ouvir quando retornar.

 

Da África do Sul, Broken Chord [Acorde Rompido], de Gregory Maqoma e Thuthuka Sibisi, faz a abertura da Mostra e a coreografia une dança e música tradicionais africanas à dança contemporânea e música clássica europeia. Lado a lado, essas diferentes formas de linguagem tratam de forma poética sobre colonialismo, apartheid e conhecimento. Do mesmo país, o solo O Circo Preto da República Bantu, de Albert Ibokwe Khoza, aborda o racismo e a violência contra os corpos negros ao contar a história dos zoológicos humanos, que ocorreram na Europa entre 1870 e 1960.

 

Em tom ácido e alegre, Profético (nós já nascemos), de Nadia Beugré, artista da Costa do Marfim, fala das relações dos corpos negros, da transsexualidade e o preconceito em diferentes formas.

 

Dois espetáculos da Argentina estreiam na MITsp: PERROS - Diálogos Caninos, de Monina Monelli em parceria com os brasileiros Celso Curi e Renata Melo, cuja proposta apresenta os conflitos e os afetos da relação humana com os cachorros; e Wayqeycuna [Meus Irmãos], de Tiziano Cruz, promove um reencontro com suas origens, tendo como ponto de partida os quipus (colar feito de algodão ou lã de lhama e alpaca e nós), tecidos pelas mulheres andinas como memoriais.

 

Assim como em anos anteriores, em que fez estreias nacionais de artistas brasileiros como Janaina Leite, Renata Carvalho, Wagner Schwartz, Gabriela Carneiro da Cunha, Eduardo Okamoto e Alexandre Dal Farra, a MITsp faz, em 2024, a estreia de um novo trabalho do Ultralíricos, Agora tudo é tão velho - Fantasmagoria IV, com direção de Felipe Hirsch.

 

MITbr - Plataforma Brasil

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A MITbr - Plataforma Brasil foi criada em 2018 como um dos eixos da MITsp, um programa de internacionalização das artes cênicas brasileiras. Desde então, a cada edição, diferentes curadores independentes selecionam projetos com um recorte do teatro, dança e performance, em um esforço para abarcar diferentes regiões do Brasil e temas urgentes de nosso tempo.

 

Anualmente, são convidados curadores para selecionar entre 10 e 12 trabalhos a partir de um corpo de inscritos que, desde a primeira edição, ultrapassou a marca de 400 obras de teatro, dança e performance. Almeja-se assim mostrar um recorte da diversidade e excelência da cena brasileira.

 

Este ano, a curadoria de Marise Maués, Cecilia Kuska e Marcelo Evelin analisou 446 inscrições, de 19 estados brasileiros, Distrito Federal e países da América Latina. Foram escolhidos dez trabalhos que terão a oportunidade de se apresentar para curadores nacionais e internacionais, um passo importante para a expansão do reconhecimento das artes cênicas brasileiras, fomentando sua circulação e visibilidade. Este ano, estão confirmados cerca de 80 programadores internacionais e nacionais.

 

A MITbr - Plataforma Brasil selecionou para esta nona edição da MITsp os seguintes trabalhos: Ané das Pedras, da Coletiva Flecha Lançada Arte (CE/AL), EU NÃO SOU SÓ EU EM MIM - Estado de Natureza - Procedimento 01, Grupo Cena 11 (SC), Gente de Lá, de Wellington Gadelha (CE); O que mancha, de Beatriz Sano e Eduardo Fukushima (SP), Meu Corpo Está Aqui, de Fábrica de Eventos (RJ); Preta Rainha, de Cia. Dita (CE); Dança Monstro, de Companhia dos Pés (AL); Lança Cabocla, Plataforma Lança Cabocla (MA/CE/BA/SP); 7 Samurais, de Laura Samy (RJ) e Eunucos, de Irmãs Brasil (SP/RJ).

 

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Artista em Foco da MITbr, Wilemara Barros, no espetáculo Preta Rainha - Foto: Luciano Gomes

 

A bailarina e professora Wilemara Barros, também integrante da Cia. Dita, de Fortaleza, é a Artista em Foco desta edição. Aos 60 anos, ela revisita em seu solo Preta Rainha memórias afetivas, sua trajetória, sua formação no balé clássico e experiência como artista contemporânea, e toma para si o legado cultural e ancestral vindo de sua família.

 

Internacionalização das artes cênicas brasileiras

Desde a criação da MITbr - Plataforma Brasil, em 2018, os diretores Antonio Araujo e Guilherme Marques também reuniram em torno do projeto de internacionalização uma série de ações pedagógicas e reflexivas como o Seminário de Internacionalização das Artes Cênicas Brasileiras e workshop de capacitação e produção com artistas e produtores locais, para garantir uma estrutura capaz de levar adiante os artistas brasileiros.

 

“Desde o princípio, sabíamos que apenas produzir um showcase com artistas brasileiros não seria o suficiente para manter a circulação. O mercado internacional é muito bem estruturado e demanda do profissional, para além de ter um bom trabalho a oferecer, um domínio das formas de negociação e interlocução para que os trabalhos certos possam chegar aos programadores certos. A figura do agente-difusor é uma função central no mercado internacional, mas praticamente inexistente no Brasil”, afirma Guilherme Marques.

 

Olhares Críticos e Ações Pedagógicas

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Convidado pela MITsp nesta edição, o filósofo e historiador Achille Mbembe

 

, filósofo, teórico político, historiador, intelectual e professor universitário camaronês em uma Aula Magna. Considerado um dos mais importantes teóricos sobre estudos pós-coloniais, sua visão afrocêntrica reflete sobre os efeitos do colonialismo na África e no mundo. Mbembe cunhou o termo necropolítica.

 

Em 2024, o eixo conta com curadoria da ensaísta, dramaturga e professora Leda Maria Martins e propõe discussões sobre as artes cênicas e a contemporaneidade a partir da realização de conversas com pensadores e pesquisadores de diferentes áreas, além da publicação de críticas, artigos e entrevistas. A programação conta com as Reflexões Estético-Políticas, Pensamento-em-Processo, Diálogos Transversais, Prática da Crítica, entre outros.

 

Nas Ações Pedagógicas, a curadoria de Dodi Leal, performer, professora e pesquisadora, aproxima o público do fazer artístico de convidados/as/es da MITsp, com conversas, workshop, shows e performances. Entre os destaques, a Encontra de Pedagogias da Teatra, com uma série de atividades para revitalizar as metodologias de criação teatral a partir das experiências das pedagogias baseadas nos saberes trans; e o Laboratório de Pedagogias da Performance, que reúne artistas e pesquisadores do Brasil e outros países em diferentes ações para abordar o estudo e a experimentação da arte da performance.

 

***

 

Cartografias - Para além dos dois eixos, a MITsp traz mais uma edição de Cartografias, catálogo-livro que reúne ensaios, entrevistas e artigos de pesquisadores/as e artistas brasileiros. Essa publicação é realizada em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da ECA-USP e conta com a edição do professor e pesquisador de artes cênicas Ferdinando Martins.

 

Eixo Mostra de Espetáculos


Broken Chord [Acorde Rompido]

Gregory Maqoma e Thuthuka Sibisi

África do Sul, 2023 | 60 min | Classificação indicativa 12 anos

Local: Teatro Paulo Autran - Sesc Pinheiros

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Broken Chord [Acorde Rompido] - Foto de Thomas Muller

 

Sinopse: Entre 1891 e 1893, um grupo de jovens cantores africanos chamado de The African (Native) Choir viajou de barco rumo à Grã-Bretanha, ao Canadá e à América. Formado pela elite negra educada por missionários, ele tinha o objetivo de arrecadar fundos para uma escola técnica em Kimberley, na África do Sul. O espetáculo de Gregory Maqoma e Thuthuka Sibisi parte de gravações do conjunto, revelando um drama de dimensão global e analisando o corpo negro como um local político. Utilizando elementos da dança tradicional Xhosa [grupo étnico sul-africano] e da dança contemporânea entrelaçados a paisagens sonoras, a obra não apenas reflete sobre um arquivo, mas aborda questões urgentes sobre migração, desapropriação e fronteiras, questionando a relação entre o colonizado e o colonizador – e a cumplicidade de ambos em moldar e mudar a narrativa sul-africana, no passado e no presente.

 

A História do Teatro Ocidental Coreano

Jaha Koo / CAMPO

Bélgica/Coreia do Sul, 2020 | 60 min | Classificação indicativa 12 anos

Local: Teatro do Sesi-SP

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A História do Teatro Ocidental Coreano - Foto de Leontien Allemeersch

 

Sinopse: Investigando de forma crítica a influência do cânone Ocidental na história do teatro coreano, Jaha Koo aponta para o futuro de novas gerações. O solo costura fatos históricos a relatos pessoais do artista sul-coreano para levantar questões sobre tradição e autenticidade, expondo de forma meticulosa o trágico impacto do passado na contemporaneidade. Ao questionar o real espaço da tradição teatral coreana, o espetáculo busca romper com uma lógica repleta de autocensura e de manutenção das aparências para criar uma versão legítima da história.

 

Contado pela Minha Mãe

Ali Chahrour

Líbano, 2021 | 75 min | Classificação indicativa 12 anos

Local: Teatro Antunes Filho - Sesc Vila Mariana

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Contado pela Minha Mãe - Foto de Christophe Raynaud de Lage

 

Sinopse: No espetáculo, o coreógrafo e dançarino libanês Ali Chahrour se ancora em dramas genuínos, íntimos e até pessoais – como o da própria tia, que vai murchando de tristeza enquanto busca pelo filho que desapareceu. Acompanhado por parentes e artistas da cena, ele traz histórias de mães icônicas e das suas famílias, algumas espalhadas por aí ou desaparecidas, narradas para que a memória sobreviva e celebre o que resta. A performance incorpora dificuldades e tragédias familiares vividas pelas mães: corpos, vozes e pequenas batalhas ocultas nas residências de Beirute e seus subúrbios. A abordagem musical do espetáculo faz referência às canções dessas mesmas famílias em momentos de luto e alegria.

 

Cuckoo*

Jaha Koo / CAMPO

Bélgica/Coreia do Sul, 2017 | 55 min | Classificação indicativa 16 anos

Local: Teatro do Sesi-SP

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Cuckoo - Foto de Radovan Dranga

 

Sinopse: Um dia, quando sua panela elétrica de arroz, uma popular Cuckoo, informou que sua comida estava pronta, Jaha Koo experienciou o golibmuwon, termo coreano intraduzível que expressa o sentimento de isolamento que caracteriza a vida de muitos jovens de seu país – fruto, principalmente, de uma crise econômica que assola a Coreia do Sul desde meados dos anos 2000. Em cena, acompanhado por três dessas panelas, o intérprete apresenta uma palestra-performance que mergulha pela história da Coreia. Ao combinar imagens documentais, música e diálogos bem-humorados, o artista investiga questões como taxas crescentes de suicídio e o retraimento social, que impactam sua geração, e constrói uma narrativa a partir de sua experiência pessoal e de reflexões sobre eventos políticos, felicidade e morte.

*Marca de panela de arroz popular na Coreia do Sul

 

Lolling and Rolling*

Jaha Koo / CAMPO

Bélgica/Coreia do Sul, 2015 | 45 min | Classificação indicativa 14 anos

Local: Teatro do Sesi-SP

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Lolling and Rolling - Foto de Marie Clauzade

 

Sinopse: O artista sul-coreano Jaha Koo se debruça sobre o imperialismo linguístico, mostrando como a linguagem pode ser utilizada como arma política e fonte de poder. O espetáculo aborda o impacto da chamada “cirurgia da língua presa”, que, por anos, foi um fenômeno na Coreia do Sul. O procedimento era utilizado para tornar o músculo supostamente mais capaz de pronunciar corretamente o som do "r" em inglês. Ao esmiuçar essa prática, os absurdos e os significados que a envolvem, a obra revela como a negação e a desvalorização de um idioma também instiga a perda de uma identidade.

*O título faz um trocadilho em inglês para pontuar que não existe o som de "r" na língua coreana.

 

O Circo Preto da República Bantu

Albert Ibokwe Khoza

África do Sul, 2022| 55 min | Classificação indicativa 14 anos

Local: Cúpula do Theatro Municipal de São Paulo

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O Circo Preto da República Bantu - Foto de Teresa Castracane

 

Sinopse: O espetáculo evidencia a violenta e vergonhosa história dos zoológicos humanos, exposições etnológicas que ocorreram na Europa entre 1870 e 1960 nas quais pessoas eram exibidas como animais exóticos. Nesta performance, o artista sul-africano Albert Ibokwe Khoza investiga o impacto do olhar imperial e colonial sobre os corpos negros, tanto no passado como no presente. O trabalho testemunha a dor contínua causada pelo racismo histórico e persistente, ao mesmo tempo em que abre espaço para a cura coletiva e a reivindicação da dignidade.

 

PERROS - Diálogos Caninos

Monina Bonelli, Celso Curi e Renata Melo

Argentina, Brasil, ESTREIA | 120 min | Classificação indicativa Livre

Parque Augusta, Praça Roosevelt e Minhocão

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PERROS - Diálogos Caninos - Foto de Rodrigo Chueri

 

Sinopse: O cachorro sempre foi um co-construtor da comunidade. Desde os primeiros tempos do homo sapiens, o “melhor amigo do homem” colabora com a sobrevivência mútua, proporcionando proteção e afetividade. O cachorro é um espelho da espécie. Ou apenas um reflexo de uma sociedade interespécies. A relação entre humanos e cães no contexto urbano é investigada nesta obra criada pela argentina Monina Bonelli e os brasileiros Celso Curi e Renata Melo. Em sua estreia na MITsp, a intervenção propõe um diálogo entre arte e comunidade, construído junto a artistas, pensadores, vizinhos e cães de estimação. Através de um deslocamento pelo centro de São Paulo, que passa pelo parque Augusta, pela praça Roosevelt e pelo Minhocão, tutores e seus cachorros são convidados a dialogar com o entorno e a se relacionar com os territórios de forma artística, descobrindo e celebrando a performance do cotidiano.

 

Profético (nós já nascemos)

Nadia Beugré / Libr'Arts

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