Cia Perversos Polimorfos e Comunidade Cultural Quilombaque fazem o 'Ensaios Perversos' de fevereiro

 

Cia Perversos Polimorfos e Comunidade Cultural Quilombaque

fazem o  'Ensaios Perversos' de fevereiro




Bando Undirê de dança afro                                                         Foto Vinícius Revolti

A Comunidade Cultural Quilombaque, espaço idealizado por ativistas e artistas no bairro de Perus, na zona noroeste da capital paulista, que dedica-se a tecer uma relação entre comunidade e cultura, valendo-se dos saberes do território, recebe neste sábado, dia 24 de fevereiro, a ação multicultural 'Ensaios Perversos', realizada há 10 anos pela Perversos Polimorfos, companhia de dança dirigida por Ricardo Gali. Entre 19h e meia-noite, artistas negros, dissidentes e periféricos protagonizam bate-papo para compartilhamento e troca de experiências, performances, batalha de Breaking e pista comandada por MCs e DJs para fazer todo mundo dançar antes de encerrar a noite.

A programação tem início com o multi-artista, performer e coreógrafo Eduardo Guimarães, na Conversa Sem Fim, que versará sobre o tema “Ser Pernalta: o corpo que dança nas alturas como processo de cura”. O foco do bate-papo, mediado por Ricardo Gali, se relaciona a processos de construção de poéticas artísticas como políticas educacionais, a partir da encruzilhada entre referenciais e ancestralidades. “A arte na quebrada, no quilombo, não está apartada da educação, do fazer político e da gestão colaborativa de projetos autônomos e independentes”, afirma Guimarães, que no ano passado foi diretor de movimento no projeto Oriri, no Festival Internacional de Circo do SESC, e atualmente é mestrando em Dança, na UFBA (Universidade Federal da Bahia).

Às 20h30, o Bando Undirê dança a primeira performance do Preliminares, "7 Voltas Para Lembrar”. O trabalho traz a simbologia da "árvore do esquecimento”, que se refere ao rito realizado pelas pessoas escravizadas em torno de um Baobá, em África (Benin e Nigéria), com o intuito de esquecer quem eram e de onde vieram, antes de embarcarem nos navios negreiros. “’7 voltas para lembrar’ provoca questões sobre o que queremos esquecer e o que queremos lembrar utilizando a dança, o teatro e a poesia como linguagens ‘suleadoras’ ”, argumenta Bruno Novais, diretor do grupo, fazendo uso do termo criado pelo físico Marcio D’Olne Campos, que reflete sobre o senso comum em torno do verbo “Nortear”, dando visibilidade à ótica do sul como uma forma de contrariar a lógica dominante que apresenta o norte como referência universal.

Na sequência, o coletivo Favela Move, formado por jovens, mulheres pretas, LGBTQIA+ moradores do bairro de Perus, traz “Baile Move”, composto por coreografias desenvolvidas pelos integrantes dos treinos e oficinas ministrados pelo coreógrafo Hugo Ribeiro, que atua de modo independente, trazendo um novo olhar sobre o entretenimento urbano e periférico. Ribeiro relembra que “as atividades iniciadas em 2018, num projeto social de aulas de dança apoiado pela Ocupação Casa do Hip-Hop Perus, foram se consolidando frente à articulação com a comunidade e hoje, dentro das oficinas, o grupo cria coreografias autorais e produz espetáculos de modo itinerante”.

A partir das 21h30, Bboys, MCs e DJs ocupam o Dance Floor. Yago Street Son, produtor cultural, Bboy, dançarino e arte educador apaixonado pela cultura hip-hop, arma a batalha de Breaking “Seven2Smoke”, com um jurado e oito competidores, que se apresentam em formato de fila, onde o campeão precisa alcançar 7 pontos para sair vitorioso.

Depois da competição, o coletivo Phone Raps, que, desde sua fundação há 15 anos, também no bairro de Perus, inspira mudanças nas periferias urbanas, liderando projetos integrados em cultura, educação e meio ambiente com vista à inclusão social, revitalização comunitária e o desenvolvimento sustentável local, convida Mc Magrela e Vitor Costa 7L para comandarem a pista com muita música até o fim da noite.

Em seus 10 anos, comemorados em 2024, “Ensaios Perversos” tem como fundamento trazer discussões em educação, filosofia, psicologia e direitos humanos na contemporaneidade. A ação, que surgiu de modo independente,  integra neste momento projeto contemplado pelo programa de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura.

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Serviço

Ensaios Perversos – ação da Cia Perversos Polimorfos

24/02 (sábado), das 19h às 24h

19h     – Conversas sem fim – “Ser Pernalta: o corpo que dança nas alturas como processo de cura”, com Eduardo Guimarães

20h30 – “Preliminares” – apresentação de "7 Voltas Para Lembrar”, com Bando Undirê - Dança-Teatro-Performance

21h     – “Preliminares” – apresentação de “Baile Move”, com o coletivo Favela Move

21h30 – “Dance Floor” – batalha de Breaking “Seven2Smoke”, com Yago Street Son

22h30 – “Dance Floor” – Phone Raps Convida Mc Magrela e Vitor Costa 7L (até 24h).

Comunidade Cultural Quilombaque

Trav. Cambaratiba, 05 - Perus, zona Noroeste de São Paulo - SP [50m da Estação Perus - CPTM]

Acessibilidade: sim

Grátis

 



Para saber mais:

www.perversospolimorfos.com.br 

facebook.com/CiaPerversosPolimorfos

https://www.instagram.com/ciaperversospolimorfos/

 

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