No dia nacional do samba, rainha de bateria apela contra a intolerância religiosa

 *No dia nacional do samba, rainha de bateria apela contra a intolerância religiosa*

No dia nacional do samba, a Rainha de Bateria, Sabia David, que está a frente da Unidos de Vila Maria por 7 anos, realizou um ensaio fotográfico em homenagem as "Contas de Ogun", antes de sua apresentação durante o lançamento do CD com os Sambas de Enredo para o carnaval 2024, realizado pela Liga das Escolas de Samba de São Paulo, na Fábrica do Samba, localizada na capital paulista.  

Com um figurino inspirado nas "Contas de Ogun", produzido pelo Ateliê Edson Fabrício, a Rainha destacou a importância da cultura afro dentro do samba e do carnaval.  "A ancestralidade africana faz parte do meu DNA, o samba corre pelas minhas veias e me sinto orgulhosa de trilhar uma história dentro desse universo. Os orixás entram nesse contexto como forma de pertencimento as nossas raízes africanas. Como já disse anteriormente, não sou adepta das religiões de matriz africana, contudo, estou evoluindo em minhas pesquisas e ainda somos surpreendidos por muitas situações de intolerância religiosa. Temos que dar um basta nisso"! Pontua Savia David.

Em relação ao conceito de seu figurino, Savia explica que um fio de contas, brajá, guia, colar de santo ou cordão de santo, é um colar usado pelos adeptos das religiões de matriz africana. Geralmente, é feito de miçangas coloridas, sendo que a cor do colar indica o orixá, inquice ou vodum do seu usuário. Cada fio de conta tem um significado: através do fio de conta é que se pode saber o grau de iniciação de uma pessoa no candomblé e a que nação pertence. Nunca é feito com fio de nylon: é sempre feito com cordonê para absorver o axé do amassi e do abô feitos de folhas sagradas a que o indivíduo é submetido e outros axés.

Pode ser chamado de fio de conta desde um fio único de miçangas até um colar com vários fios presos por uma ou várias firmas. A quantidade de fios pode variar de uma nação para outra na correspondência de cargos. Pode ser feito de gomos intercalados com firmas. Na hierarquia do candomblé, toda pessoa que entra para a religião será um abiã e ficará assim até passar pela iniciação.

A Unidos de Vila Maria levará para a avenida o enredo: “Forjados na luta, guiados na coragem e sincretizados na fé: a Vila canta Ogum!”