DICA DA CANAL > EM BH >>> Vestido de Noiva | Grupo Oficcina Multimédia - Celebração dos 80 anos da montagem no CCBB BH
Espetáculo "Vestido de Noiva" -
Grupo Oficcina Multimédia (GOM) retorna ao palco do CCBB BH com temporada de celebração dos 80 anos de "Vestido de Noiva", de Nelson Rodrigues
Volta ao CCBB BH acontece exatamente no dia 28 de dezembro, data em que, há 80 anos, Nelson Rodrigues realizou a primeira montagem do espetáculo
Em 28 de dezembro de 1943, o jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues revolucionava a forma de fazer dramaturgia no Brasil ao estrear, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, o espetáculo "Vestido de Noiva", sob a direção do polonês Zbigniew Ziembinski, com o grupo amador "Os Comediantes".
Exatamente no dia em que a peça completará 80 anos, a diretora de teatro Ione de Medeiros, juntamente com o Grupo Oficcina Multimédia, retornam ao CCBB BH para uma temporada comemorativa do espetáculo, após estrear na capital mineira em maio de 2023 e circular pelos CCBBs de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, sempre com a casa cheia e ingressos esgotados em todas as sessões.
Desta vez, as apresentações acontecem de 28 a 30 de dezembro de 2023 e continuam após o período de festas, de 5 de janeiro a 5 de fevereiro de 2024, sempre às 20h, de sexta a segunda-feira, no Teatro I.
"Queremos valorizar esta obra tão revolucionária e a mente brilhante do dramaturgo brasileiro Nelson Rodrigues que deu início a um processo de modernização do teatro brasileiro", conta Ione de Medeiros, explicando porque esta é uma temporada de celebração. "Também voltamos para nossa casa alegres por termos apresentado a montagem em quatro metrópoles brasileiras com críticas positivas ao trabalho," diz. A montagem do Grupo Oficcina Multimédia celebra, também, os 45 anos de atuação cultural ininterrupta do Grupo, que tem como marca a ênfase à experimentação e ao risco.
Da estreia em Belo Horizonte em maio de 2023 até agora, o GOM apresentou Vestido de Noiva 81 vezes para um público de 10 mil espectadores, nos CCBBs Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
Crítica pelo Brasil __________________________________________________
'Na ruptura para a modernidade teatral, o drama psicológico dos personagens ganha uma nova dimensão. Tanto que Medeiros duplicou os personagens em cena para intensificar a sensação de entrada no inconsciente de Alaíde. Na maioria do espetáculo, duas atrizes representam a protagonista, assim como os outros atores que encarnam os mesmos personagens ao mesmo tempo. A constituição cenográfica, nesse sentido, funciona como a visão turva de um sonho",
Alessandra Monterastelli e Gustavo Zeitel. "Nelson Rodrigues reestreia com A Falecida e Vestido de Noiva e ataca hipocrisia". Folha de São Paulo de 17/08/23. Link aqui
"Pianista de formação, a diretora trabalha o texto musicalmente. Duplica a protagonista Alaíde e triplica os demais personagens criando uma polifonia de vozes que acompanha a velocidade e o embaralhamento do pensamento inconsciente. Juntamente com um trabalho cenográfico de movimentação constante, e com o apoio do vídeo, cria uma atmosfera de flutuação que dá ao marco zero do teatro moderno brasileiro um frescor raro de se ver ao longo dos 80 anos de remontagens deste texto de 1943. A diretora inova também ao sugerir que Alaíde e sua irmã Lúcia são a mesma pessoa em tempos distintos. Uma prestes a se casar, ainda iludida sobre seu futuro, e outra já consciente das adversidades do casamento."
Gabriela Mellão. "A dama das certezas provisórias". Revista Bravo de 6/09/23. Link aqui
"Além disso, a montagem de “Vestido de noiva” concilia uma valorização crescente da palavra com a continuidade da importância destinada à imagem nos trabalhos do grupo. O impacto visual se traduz numa cena que propõe uma mistura de linguagens artísticas. O aparato multimídia ganhou espaço uma vez que o espetáculo foi gestado, em boa medida, à distância, durante a pandemia. Mas não apenas por isso".
Daniel Schenker. "Versão do clássico feita pelo Grupo Oficcina Multimédia tem influência do cinema e intérpretes sem distinção de gênero". Jornal O Globo de 11/10/23. Link aqui
"Quando fala sobre a própria montagem, Ione de Medeiros não demonstra expectativas. “Eu sempre me incluo na possibilidade de erro, porque eu arrisco. Sempre acho que pode ser bom e pode não ser. Mas a arte é isso”, diz. Para ela, por exemplo, usar vídeo na encenação tem sido um desafio".
Carol Braga. "Vestido de Noiva: a obra prima de Nelson Rodrigues pela visão vanguardista de Ione de Medeiros e o Grupo Oficcina Multimedia". Portal Culturadoria de 25/05/23. Link aqui
Outras críticas:
Crítica José Cetra - (APCA)
Crítica Aouila no Teatro
Crítica Juliana Pautilla, Caderno Pensar - Estado de Minas
Crítica Kil Abreu - Cena Aberta
Crítica Gilberto Bartholo
Crítica Alex Varella
Crítica Paty Lopes
Matérias:
Elisabetta Mazocoli, Tribuna de Minas
Mariana Peixoto. Estado de MInas
Raphael Vidigal, Radio Itatiaia
Rodrigo Leitão, Programa Metrópolis
O espetáculo _______________________________________________________
No palco, seis atores — Camila Felix, Henrique Torres Mourão, Jonnatha Horta Fortes, Júnio de Carvalho, Priscila Natany e Victor Velloso — se revezam nas cenas entre personagens masculinos e femininos, sem distinção de gênero, numa performance que dá continuidade à proposta de duplos e trios como no espetáculo anterior da companhia, “Boca de Ouro” (2018/2019), que marcou a estreia do grupo no universo de Nelson Rodrigues.
Escrita em 1943, a peça “Vestido de Noiva” que completa 80 anos em dezembro, deu início a um processo de modernização do teatro brasileiro. “A peça lida com o inconsciente e com a falta de uma ordem cronológica, o que nos desafiou a construir uma dinâmica de montagem que pudesse levar o público à compreensão destas camadas de acontecimentos e diálogos que se relacionam”, diz a diretora Ione de Medeiros.
Em “Vestido de Noiva”, Nelson Rodrigues mescla realidade, memória e alucinação para contar a triste história de Alaíde. Após ser atropelada por um carro em alta velocidade, ela é hospitalizada em estado de choque. Na mesa de cirurgia, oscilando entre a vida e a morte, a mente de Alaíde tenta reconstruir sua própria história e, aos poucos, seus sonhos inconscientes e desejos mais inconfessáveis vêm à tona. Quem vai ajudá-la nesse processo é a enigmática Madame Clessi. Juntando as peças desse quebra-cabeça, ela conduz Alaíde na busca pela reconfiguração de sua própria identidade.
A montagem preserva a dramaturgia original da obra de Nelson Rodrigues e incorpora soluções cênicas que são marcas da identidade do GOM. No espetáculo, um narrador em vídeo conduz a história e permite ao público ir conectando peças como num quebra-cabeça.
"O material cênico tem rodinhas e alturas variadas, o que possibilita aos atores se posicionarem em níveis diferentes, conferindo à cena uma atmosfera de flutuação e, ao cenário, uma mobilidade fluida”, explica Ione.
O espetáculo começou a ser concebido antes da pandemia e o processo continuou de forma remota durante o período de isolamento. “Descobrimos infinitas possibilidades de criar cenas em vídeo usando somente os recursos que tínhamos em casa. Diante de um fundo verde, os atores gravavam as cenas usando as câmeras de seus próprios celulares. Posteriormente, editamos essas cenas e incluímos os atores em cenários diferentes”, diz Ione. Alguns trechos gravados neste período foram mantidos na montagem.
Sobre os 45 anos do Grupo Oficcina Multimédia (GOM) _______________________
Além de marcar as celebrações dos 45 anos do Grupo Oficcina Multimédia e 40 anos de direção teatral de Ione de Medeiros, "Vestido de Noiva", a 24ª montagem do Grupo, dá continuidade a uma proposta de imersão na obra de Nelson, iniciada com “Boca de Ouro” (2018/2019), que teve temporadas em Belo Horizonte (CCBB BH) e São Paulo (SESC Santo Amaro) com ingressos esgotados.
O Grupo Oficcina Multimédia, da Fundação de Educação Artística, foi criado em 1977 pelo compositor Rufo Herrera, no XI Festival de Inverno da UFMG. Sob a direção de Ione de Medeiros desde 1983, o grupo montou 24 espetáculos. Além de Ione de Medeiros, Jonnatha Horta Fortes e Henrique Mourão integram o GOM. Paralelamente à sua atividade teatral, o grupo realiza em Belo Horizonte (MG) eventos culturais como Bloomsday, Bienal dos Piores Poemas e Verão Arte Contemporânea – este último teve sua 15ª edição em 2023.
Em julho de 2022, o GOM completou 45 anos de atuação cultural ininterrupta na cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Neste ano, foram celebrados também os 40 anos de início da carreira de Ione de Medeiros como diretora teatral. Nessa trajetória, o GOM conquistou o respeito do público e participou de festivais nacionais e internacionais, como: 12° Festival Le Manifeste 2015, na França; Festival Internacional de Caracas, na Venezuela; 3º Festival do Teatro Brasileiro – Cena Mineira, em Brasília (DF); Festival Internacional de São José do Rio Preto/SP; 2º Circuito de Festivales Internacionales “El Teatro del Mundo en Argentina” e o Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte – FIT BH.
Para mais detalhes sobre a trajetória do GOM, de Ione de Medeiros e a história de cada montagem, acesse aqui gratuitamente o livro digital “Grupo Oficcina Multimédia - 45 anos", de Ione de Medeiros, lançado em 2023 pelo selo Lucias da SP Escola de Teatro.
Sobre Ione de Medeiros ______________________________________________
Nascida em Juiz de Fora/MG, em 1942, Ione de Medeiros se mudou para Belo Horizonte em 1967. Em 1977, participou da criação do Grupo Oficcina Multimédia, que dirige há 40 anos. Além de diretora, é pianista, atriz, figurinista, cenógrafa, curadora, produtora cultural e educadora artística. À frente do GOM, realizou a montagem de 24 espetáculos, tendo como foco a continuidade da pesquisa multimeios, que envolve o trabalho de corpo, voz, rítmica corporal e material cênico na encenação teatral. Recebeu cinco prêmios, entre eles o Bonsucesso de Melhor Direção, com o espetáculo “Zaac e Zenoel”.
Foi homenageada pelo SESC/SATED MG, pela iniciativa de criação e realização do Verão Arte Contemporânea, e recebeu a Medalha de Honra da Inconfidência de Minas Gerais, pelo conjunto de atividades culturais realizadas como artista e pedagoga. É idealizadora e coordenadora dos eventos culturais Verão Arte Contemporânea, Bloomsday e Bienal dos Piores Poemas, que o GOM realiza.
Montagens sob a direção de Ione de Medeiros nos últimos 45 anos:_____________
2023 – “Vestido de Noiva”
2018 – “Boca de Ouro”
2016 – “Macquinária 21”
2013 – “Aldebaran”
2012 – “Play It Again”
2010 – “As Últimas Flores do Jardim das Cerejeiras”
2007 – “Bê-a-bá BRASIL”
2005 – “A Acusação”
2001 – “A Casa de Bernarda Alba”
2000 – “In-Digestão”
1998 – “Zaac & Zenoel”
1997 – “A Rose Is a Rose Is a Rose”
1995 – “BaBACHdalghara”
1994 – “Happy Birthday to You”
1993 – “Bom Dia Missislifi”
1991 – “Alicinações”
1990 – “Epifanias”
1989 – “Navio-Noiva e Gaivotas”
1988 – “Sétima Lua”
1987 – “Quantum”
1986 – “Decifra-me que Eu te Devoro”
1985 – “Domingo de Sol”
1984 – “K”
1983 – “Biografia”
Ficha Técnica ______________________________
Direção, Concepção Cenográfica e Figurino: Ione de Medeiros
Assistência de Direção, Figurino e Preparação Corporal: Jonnatha Horta Fortes
Elenco: Camila Felix, Henrique Torres Mourão, Jonnatha Horta Fortes, Júnio de Carvalho, Priscila Natany e Victor Velloso
Elenco em vídeo: Alana Aquino, Heloisa Mandareli, Henrique Torres Mourão, Hyu Oliveira, Jonnatha Horta Fortes e Thiago Meira
Texto: Nelson Rodrigues (1943)
Criação de luz: Bruno Cerezoli
Concepção de Trilha Sonora: Francisco Cesar e Ione de Medeiros
Mixagem e finalização de áudio: Henrique Staino | Sem Rumo Projetos Audiovisuais
Operação de Trilha Sonora: Eduardo Shiiti
Vídeo - Concepção e edição: Henrique Torres Mourão e Ione de Medeiros
Finalização de vídeo: Daniel Silva
Operação de vídeo: Sérgio Salomão
Citações no vídeo: Performance “Ophelia”, vídeo de Gabriela Greeb
|”Ondina”, performance de Luanna Jimenes, vídeo de Gabriela Greeb
|Coreografia “Tango Queer” - Tango Fem Buenos Aires (Nancy Ramírez y Yuko Artak)
Projeto Gráfico: Adriana Peliano
Fotografia: Netun Lima
Assistente de fotografia: Yan Lessa Lema
Assessoria de Imprensa: Erika Pessôa e Paula Granja.
Gerenciamento Financeiro e Prestação de Contas: Roberta Oliveira — MR Consultoria
Produção: Grupo Oficcina Multimédia
Apresentação: Banco do Brasil
Apoio: Circuito Liberdade, Secretaria de Cultura e Turismo do Estado de Minas Gerais, Governo de Minas Gerais, Centro Cultural Banco do Brasil e Governo Federal
Circuito Liberdade __________________________________________________
O CCBB BH é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.
Serviço ____________________________________________________________________
Vestido de Noiva, texto de Nelson Rodrigues - Temporada de celebração dos 80 anos da montagem
Companhia: Grupo Oficcina Multimédia
Estreia: 28 de dezembro de 2023
Temporada: 28 a 30 de dezembro de 2023 e continuação após o período de festas, de 5 de janeiro a 5 de fevereiro de 2024
Horário: de 28 a 30/12/23 (quinta a sábado), às 20h. De 05/01 a 05/02/24 (sexta a segunda), às 20h.
Local: Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte – CCBB BH
Endereço: Praça da Liberdade, 450 - Funcionários, Belo Horizonte – MG
Ingressos: R$30 (inteira) / R$15,00 (meia-entrada)
Vendas: bilheteria do CCBB BH ou pelo site ccbb.com.br/bh
Classificação Indicativa: 14 anos
Informações: ccbb.com.br/bh | (31) 3431-9400 | Instagram e facebook: @ccbbbh e @oficcinamultimedia
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