Festival Internacional do Audiovisual Negro da APAN, que resgata diáspora , negritude e ancestral chega a São Paulo

 FESTIVAL INTERNACIONAL DO AUDIOVISUAL NEGRO DA APAN, QUE RESGATA DIÁSPORA, NEGRITUDE E ANCESTRAL CHEGA A SÃO PAULO


Realizado pela Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro (APAN), em 2023, a 4° edição do Festival Internacional do Audiovisual Negro (FIANb) receberá profissionais de todo o mundo para evento orientado pelo tema da “Transatlanticidade”, concebido por Maria Beatriz Nascimento. A etapa em São Paulo acontece de 28 de novembro a 3 de dezembro





Após passar por Salvador, São Paulo será palco de discussões internacionais sobre o sobre pertencimento, diáspora e audiovisual com a 4ª edição do Festival Internacional do Audiovisual Negro (FIANb). Com o apoio da SPCine, o festival será realizado em São Paulo de 28 de novembro a 3 de dezembro, no Centro Cultural São Paulo (CCSP)A programação terá painéis, discussões, exibição de filmes e a participação de convidados nacionais e internacionais do audiovisual


Criado e desenvolvido pela Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro (APAN), organização sem fins lucrativos que luta pelos direitos dos profissionais do setor, o FIANb visa criar diálogos de práticas de circulação de imagens numa relação Sul-Sul e promover conversas com Cinemas Negros brasileiros e do mundo todo numa perspectiva das diásporas afro-atlânticas. Guiados pela pesquisa e obra de Maria Beatriz Nascimento, historiadora, professora, roteirista e diretora de cinema, “Transatlanticidade” é o tema escolhido para o FIANb nesta edição. Em 2023 o Festival Internacional do Audiovisual Negro também conta com a colaboração da Beatriz Nascimento Foundation, associação internacional presidida pela filha da pesquisadora, Bethânia Nascimento. 


Segundo Tatiana Carvalho Costa, presidenta da APAN, o tema foi escolhido como inspiração, mas também como homenagem à pesquisadora, já que a obra e vida de Beatriz está muito presente nos trabalhos da associação. “A pesquisa da Maria Beatriz Nascimento sobre Quilombos, por exemplo, nos fornece a dimensão ideológica do Quilombo como a ficção participativa e um poder de correção da nacionalidade. Por isso que a gente sempre se reafirma nesse lugar das construções coletivas, compreendendo a nossa ancestralidade como que anima o nosso presente e nossa perspectiva de futuro”, explica a Presidenta da APAN.


Este ano, o festival também resgata fortemente os laços com o audiovisual de outros países com a presença de pessoas negras em diáspora, trazendo o tema de “Transatlanticidade” como uma forma de reafirmar a ligação com o atlântico, suas raízes e ancestralidade. “É um pertencimento no que nos constitui da travessia traumática dos nossos antepassados, do que foi reinventado neste caminho, e do que pode se estabelecer nas interseções das vivências negras das Américas e no Caribe com as africanas na contemporaneidade. E isso vindo para o campo do cinema implica em discutir, por exemplo, não só as narrativas, mas as possibilidades de circulação de filmes. Esse tema nos orienta para pensar uma programação de filmes que tem a ver com as formas de expressão e as narrativas brasileiras, mas também as colombianas e de outros países”, explica Tatiana.


Abrindo caminhos para discussões além do atlântico 

Pensando em estreitar os laços com as narrativas audiovisuais negras de todo o mundo, o FIANb contará com programação para pensar a participação diaspórica no Festival Pan-Africana de Cinema e Televisão de Uagadugu (FESPACO). A atividade inaugura as possibilidades do FIANb discutir questões que atravessam profissionais negros do audiovisual brasileiro para além das fronteiras. Segundo Tatiana, como iniciativa da FESPACO e também de Janaina Oliveira (Fincine), este ano as discussões sobre a diáspora no Festival Pan-Africana de Cinema e Televisão de Uagadugu se reacenderam, e essa abertura é essencial para seguir construindo caminhos e conexões com o cinema africano ao redor do mundo. 


O resgate com as narrativas negras do audiovisual internacional também vem sendo tema de outras ações da APAN, como é o caso do lançamento da Escola Binacional FOCO - A imagem negra no audiovisual. Desenvolvida pela associação em parceria com a Manos Visibles, em 2023 a escola selecionou 30 profissionais do audiovisual do Brasil e Colômbia para uma formação com mentores de ambas nacionalidades visando fortalecer a criação de narrativas negras latinos americanas no audiovisual. 


Para reafirmar esse contato do setor nacional com as narrativas internacionais, o FIANb contará com a presença do diretor da FESPACO, Alex Moussa Sawadogo, e de convidados como June Givanni, uma das detentoras do maior arquivo de cinema pan-africanista do mundo, e de Salim Fayad, co-director de la MUICA Muestra Itinerante de Cine Africano en Colombia.


Exibição de filmes 


A programação do FIANb também conta com a exibições de diversas obras em sessões especiais que conectam os participantes às discussões traçadas pelo festival. Uma delas é a Mostra Transatanticidade, com exibição de obras brasileiras voltadas para o tema do ano. Segundo Kariny Martins, uma das organizadoras do FIANb, serão três sessões em que as obras foram escolhidas por dois curadores convidados: Gabriel Borges e Fábio Rodrigues. E é claro que não poderia faltar a programação infantil, por isso o FIANB recebe também o Festival Internacional Kilombinho - audiovisual negro com criança, crias e comunidades. Com curadoria de Mel Bonfim, as sessões exibirão filmes para toda a família com temáticas que se conectam com a realidade de crianças negras. 


O FIANb este ano também conta com a Mostra FESPACO, com curadoria de Janaina Oliveira (Fincine), que terá a exibição de dois longas que dão um panorâmico sobre o Festival Pan-Africana de Cinema e Televisão de Uagadugu. A programação também possui duas sessões de obras Colombianas em parceria com a Manos Visibles e a Escola FOCO, além da mostra do filme do ator e cineasta nigeriano Fehitini Balongu. Intitulado "Can I Live”, a obra nos convida a olhar para a emergência climática a partir da relação racial e privilégios. 


A participação no Festival Internacional do audiovial negro (FIANb) é gratuita, basta fazer a sua inscrição no https://www.fianb.com.br/. Para conhecer todos os detalhes, convidados e programação do Festival, acesse o instagram da @associacaoapan. 


SALVADOR 

Este ano, o festival começou na capital baiana no dia 21 de novembro e terminou no dia 25 do mesmo mês. Neste Estado, o Festival foi realizado com patrocínio da Secretaria de Turismo de Salvador através do programa Salcine. Neste Estado, o seminário aconteceu nos dias 22 e 23 de novembro no Cine Glauber Rocha.








SERVIÇO

4ª edição do Festival Internacional do Audiovisual Negro (FIANb)

De 28 de novembro a 03 de dezembro em São Paulo

Programação gratuita com inscrições pelo link https://www.fianb.com.br/


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