Festival de Cabaçaria Tradicional promove rodas de conversa, espetáculos e oficinas gratuitas, em Brasília

Sereiau: Festival de Cabaçaria Tradicional promove rodas de conversa, espetáculos e oficinas gratuitas, em Brasília

Com programação virtual e presencial, atividades acontecem entre os dias 15 e 23 de outubro

A primeira edição do Sereiau – Festival de Cabaçaria Tradicional – chega a Brasília promovendo 6 dias de atividades gratuitas. a prtirDe 15 a 23 de outubro, a programação acontece em diferentes pontos culturais da cidade, como Renato Russo, Kifanda e Infinu, além de ambiente virtual, no canal Sereia Luzia e na plataforma Zoom.

O projeto que enaltece as tradições populares conta com rodas de conversa compostas por mestres e mestras das culturas tradicionais, bem como shows e espetáculos de artistas nacionais e internacionais. O festival oferece ainda, nos dias 15 e 23 deste mês, oficinas de agbê para adultos e crianças.

Pessoas interessadas em participar dos encontros virtuais e das oficinas, devem garantir a vaga, preenchendo os formulários de inscrição. Para os shows, não haverá retirada de ingressos, porém, o espaço é sujeito a lotação.

Sereiau conta com fomento do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) e do Ministério da Cultura do Governo Federal (MinC).

O Festival

Idealizado por Jun Cascaes, artista, brincante brasiliense e diretore do projeto Sereia Luzia, o encontro visa possibilitar a partilha de ensinamentos e mitologias originárias das culturas afro-brasileira e indígena que envolvem as cabaças como instrumentos e artesanatos. Com isso, propõe-se um movimento de decolonização da contação da história brasileira, a partir de vozes ancestrais e brincantes.

A relação entre a manutenção das tradições com o bioma local é também ponto de debate no Sereiau. Ainda sobre ancestralidade, o festival traz mestras e mestres brasileiros de manifestações que utilizam os agbês há mais tempo no país, para fortalecer laços entre passado e presente.

Além disso, as apresentações virtuais e rodas de conversa ampliam as participações de artistas, a troca entre luthiers, instrumentistas, brincantes e público em geral, possibilitando o acesso de quem está em outras cidades e países.

Sobre Jun Cascaes e as águas do cerrado

O agbê, instrumento percussivo feito de cabaça e contas, tem origem africana e chegou ao Brasil pelos terreiros. Foi incluído, inicialmente, no afoxé e mais tarde no maracatu nação, ambos ritmos tradicionais da cultura popular brasileira. Em Brasília, ganhou cadência, simbologia e mitologias próprias. Segundo Jun, o agbê é um importante elemento que compõe a cultura nascida e inventada por quem cresceu na capital federal.

“Das mestras e mestres, foram absorvidos os saberes ancestrais da tradição, para firmar, nesta jovem cidade, fazeres continuados e inventados. Dessa forma, Brasília se integra a uma costura plural de culturas tradicionais resistentes, mitológicas e brincadas pelo Brasil” , declara Cascaes

Jun, além de idealizar o festival, tem o agbê como mestre, há 19 anos. Difunde, em sua trajetória, o Toque de Sereia e a Mitologia das Sereias de Rio do Cerrado, ambas criações próprias.

No contexto da tradição candanga, em 2011, inventou para a cidade, uma brincadeira independente, a Sereiada. Anos mais tarde, em 2017, criou o grupo Sereia Luzia, tendo concebido não só uma vasta diversidade de sons e movimentos, mas também uma identidade originalmente candanga na maneira de tocar.

“A Sereiada e a Sereia Luzia abordam uma relação inventiva entre os agbês, as sereias e a dança, a partir de fundamentos da tradição e da contemporaneidade”, complementa.